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Hipófise e Hipotálamo: o que são, localização e para que servem

Hipófise e Hipotálamo: o que são, localização e para que servem

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Confira um artigo completo que falamos sobre o Hipófise e Hipotálamo para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.

Boa leitura!

Hipófise e Hipotálamo

A hipófise ou glândula pituitária é um pequeno órgão localizado na cavidade do osso esfenoide – a sela túrcica. Se liga ao hipotálamo, situado na base do cérebro, por um pedículo que representa a ligação entre a hipófise e o sistema nervoso central.

Hipotálamo

O hipotálamo apresenta os sistemas integradores que, através dos sistemas efetores autônomo e endócrino, controlam o equilíbrio de líquidos e eletrólitos, a ingestão de alimentos e o equilíbrio de energia, a reprodução, a termorregulação, as respostas imunológicas e muitas respostas emocionais.

Componente do diencéfalo, estende-se da lâmina terminal até um plano vertical posterior aos corpos mamilares, e do sulco hipotalâmico até a base do encéfalo, abaixo do terceiro ventrículo. Encontra-se abaixo do tálamo e anterior à parte tegmental do subtálamo e ao tegmento mesencefálico. Lateralmente, é delimitado pela parte anterior do subtálamo, pela cápsula interna e pelo trato óptico.

Além disso, abrange algumas formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro

  1. Corpos mamilares – Eminências lisas e de formato hemisférico, dispostas lado a lado, anteriores a substância perfurada posterior, compostas por substância cinzenta.
  2. Quiasma óptico – Recebe as fibras dos nervos ópticos que ali cruzam em parte e continuam nos tratos ópticos, direcionadas aos corpos geniculados laterais.
  3. Túber cinéreo – Entre os corpos mamilares e o quiasma óptico, é uma massa convexa de substância cinzenta.
  4. Infundíbulo – A extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber cinéreo, enquanto sua extremidade inferior continua com a hipófise.

O hipotálamo é composto por substância cinzenta agrupada em núcleos e sistemas variados de fibras, como o fórnix, estrutura que divide-o em área medial, rica em substância cinzenta e abriga os principais núcleos; e área lateral, que contém menos corpos de neurônios e onde predomina as fibras de direção longitudinal.

Principais funções do hipotálamo:

  • Controle do sistema nervoso autônomo
  • Regulação da temperatura corporal
  • Regulação do comportamento emocional
  • Regulação do equilíbrio hidrossalino e da pressão arterial
  • Regulação da ingestão de alimentos salgados (apresenta o centro da fome e o centro da saciedade)
  • Regulação do sistema endócrino – relação com a hipófise
  • Geração e regulação dos ciclos circadianos
  • Regulação do sono e vigília
  • Integração do comportamento sexual

Além dos elementos neurais comuns, encontramos, no hipotálamo, neurônios específicos capazes de sintetizar hormônios peptídicos – neurônios peptidérgicos. Eles possuem as mesmas propriedades elétricas dos neurônios comuns e seus produtos agem de forma diferentes, não realizando sinapse.

  1. Neurônios parvocelulares: caracterizados por axônios curtos, produzem peptídeos inibidores/estimuladores da adeno-hipófise
  2. Neurônios magnocelulares: caracterizados por axônios longos, produzem o ADH, no núcleo supraóptico, e ocitocina, no núcleo paraventricular, os quais são armazenados na neuro-hipófise.

Hipófise

A glândula hipófise é uma estrutura ovoide, de tonalidade vermelho – acizentada, contínua com o infundíbulo e que se encontra na fossa hipofisial, ou sela túrcica, do osso esfenoide. É coberta superiormente pelo diafragma da sela, derivado da meninge dura-máter, que apresenta um furo centralmente para a passagem do infundíbulo, além de separar a face superior da hipófise do quiasma óptico.

SAIBA MAIS: Em geral, os cânceres que afetam a hipófise têm apenas um caminho para se expandir, ou seja, crescem para cima, para o interior do cérebro e contra os nervos ópticos. Por essa razão, qualquer aumento de tamanho da glândula pituitária está frequentemente associado a tonturas e/ou problemas visuais.

A hipófise possui dupla origem embriológica e é, consequentemente, dividida com base na funcionalidade de cada componente.

A parte epitelial é denominada adeno-hipófise, localizada na porção anterior da glândula, sendo frequentemente denominada lobo anterior. É composta de três partes: a pars distalis (cerca de 90% da adeno-hipófise), a pars tuberalis (circunda a haste infundibular) e a pars intermedia (separa a parte epitelial da nervosa, pouco desenvolvida em humanos).

A parte neural da pituitária é a neuro-hipófise, cuja porção mais inferior é chamada de pars nervosa ou lobo posterior. Além disso, inclui a haste infundibular e a eminência mediana do túber cinéreo.

A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, contínua com a rede de fibras reticulares, que suporta as células do órgão.

Embriologicamente, a adeno-hipófise se desenvolve de uma evaginação do ectodema oral (bolsa de Rathke) que reveste a cavidade oral primitiva. O teto da boca primitiva cresce em direção cranial, formando a bolsa de Rathke e uma constrição na base dessa bolsa acaba separando-a da cavidade bucal. Ao mesmo tempo, a parede anterior da bolsa se espessa, diminuindo a cavidade da bolsa a uma pequena fissura. Enquanto isso, a neuro-hipófise se desenvolve do neuroectoderma, como uma evaginação do diencéfalo.

Dentre os tipos de cirurgia para acessar a hipófise, sobretudo para a retirada de tumores pituitários, a técnica mais comum é a cirurgia transesfenoidal. Para esta abordagem, o neurocirurgião faz uma pequena incisão ao longo do septo nasal ou sob o lábio superior. Esta abordagem tem muitas vantagens. Nenhuma parte do cérebro é tocada durante o procedimento, portanto, a possibilidade de dano ao cérebro é muito baixa. Também não há nenhuma cicatriz visível. As taxas de cura são altas, mas é difícil a remoção de tumores. A depender do tamanho do tumor, as possibilidades de cura são mais baixas e as chances de lesões no cérebro, nervos e vasos sanguíneos são maiores.

A craniotomia é menos comum, porém necessária para tumores maiores. Nesta abordagem, a cirurgia é realizada através de uma abertura na parte frontal e lateral do crânio. É mais segura para lesões grandes e complexas, pois proporciona uma melhor visualização e controle de importantes estruturas, como nervos e vasos sanguíneos.

Eixo Hipotálamo-Hipófise

Quase toda a secreção hipofisária é controlada por sinais hormonais e nervosos vindos do hipotálamo. A secreção efetuada pela região posterior da hipófise é controlada por sinais neurais que têm origem no hipotálamo.

Por outro lado, a secreção da adeno-hipófise é controlada por hormônios, chamados hormônios (ou fatores) estimuladores e hormônios (ou fatores) inibidores, secretados pelo hipotálamo e levados para a adeno-hipófise pelos vasos sanguíneos.

Cada eixo endócrino é composto de três níveis de células endócrinas: (1) neurônios hipotalâmicos; (2) células da glândula pituitária anterior e (3) glândulas endócrinas periféricas. Os neurônios do hipotálamo liberam hormônios estimuladores hipotalâmicos (XRHs) específicos que estimulam a secreção de hormônios tróficos pituitários (XTHs) também específicos.

Em alguns casos, a produção de um hormônio trófico pituitário é regulada secundariamente por um hormônio inibidor da liberação (XIH). Os hormônios tróficos da pituitária agem então sobre glândulas-alvo endócrinas periféricas específicas e estimulam essas glândulas a liberarem hormônios periféricos (X).

Em cada nível dessa cascata hormonal, é possível uma retroalimentação negativa (ou feedback negativo) das etapas prévias; um nível desnecessariamente elevado de um hormônio inibe a liberação dos hormônios anteriores na cascata, mantendo as concentrações dos hormônios em níveis normais.

Em muitos casos, os hormônios hipotalâmicos são secretados em pulsos e estão atrelados a ritmos diários e sazonais por intermédio de estímulos do SNC. Além disso, os núcleos hipotalâmicos recebem uma variedade de estímulos neuronais oriundos de níveis mais altos e mais baixos do cérebro. Esses estímulos podem ser de curta ou longa duração.

Assim, a inclusão do hipotálamo em um eixo endócrino permite a integração de uma quantidade considerável de informação para a determinação ou alteração do ponto de equilíbrio deste eixo (ou ambas).

SAIBA MAIS: O nanismo psicossocial é um grande exemplo da função integradora de estímulos do ambiente exercida pelo hipotálamo. Essa doença ocorre em crianças que apresentam taxas de crescimento mais baixas após sofrerem abusos ou serem submetidas a intenso estresse emocional. Tal fato resulta da diminuição da secreção do hormônio de crescimento pela hipófise.

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