Residência Médica

As melhores residências em Genética médica

As melhores residências em Genética médica

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Para definir quais as melhores residências em Genética Médica, não há no Brasil uma metodologia única que compare e analise todas as ofertas de programa da especialidade.

Por isso, ao longo desta publicação, você vai conferir um panorama geral da especialidade e, principalmente, uma relação daquelas que são consideradas as principais referências quando pensamos em melhores residências em Genética Médica.

Genética médica

A Genética Médica é a área que conta com o menor número de profissionais especializados no Brasil. A área é responsável pelo diagnóstico, tratamento e aconselhamento de pacientes com doenças genéticas (boa parte em condições raras). Atualmente, essa especialidade encontra espaço muito amplo de atuação, principalmente na região Sudeste.

O início da história da Genética Médica pode ser resumida com os estudos de Gregor Mendel, que deram origem aos primeiros registros de DNA e características genéticas. Em seguida, no século XX, Sir Archibald Edward Garrod contribuiu com mais um capítulo para a história, descrevendo traços humanos que segregam de acordo com as próprias observações de Mendel.

O médico geneticista

O trabalho do geneticista é bastante amplo. Tem início com o pré-natal, identificando casais de risco e minimizando as chances de doenças genéticas através de algumas medidas laboratoriais. Passa também pela avaliação dos recém-nascidos com algum tipo de alteração ou distúrbio metabólico. Pode atuar ainda em laboratório, onde trata de interpretar testes genéticos e bioquímicos, por exemplo.

O médico geneticista também pode auxiliar em casos de doenças genéticas comuns, como fibrose cística, por exemplo. Nesses casos, o seu auxílio é importante, mas não crucial, já que o paciente deverá ser tratado por outro especialista. 

O especialista em Genética médica acompanha portadores de doenças genéticas em seguimento clínico. Também é de sua responsabilidade fazer uma ponte entre ciência básica e prática clínica, em casos de diagnósticos difíceis ou obscuros. Ou seja, é a área que reúne aptidão clínica e científica. 

Segundo dados da Demografia Médica de 2018, no Brasil a Genética Médica tem apenas 305 médicos geneticistas (o que representa 0,1% do total) e o perfil consiste em profissionais de, em média, 46 anos. 66,9% são mulheres. No total, a distribuição é de 0,15 profissional a cada 100 mil habitantes. Por região, a quantidade de geneticista é irregular e se dá da seguinte maneira: Norte 1,3%, Nordeste 11,5%, Sudeste 58,7%, Sul 19,3% e Centro-Oeste 9,2%.

Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM)

A Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) foi fundada em 15 de julho de 1986, durante o 32º Congresso Nacional de Genética e 38ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizado em Curitiba, Paraná. 

Sua história, entretanto, teve início 5 anos antes, em 1981, durante a primeira vistoria da Comissão de Residência do Ministério da Educação e Cultura (MEC) ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 

O programa de residência médica em Genética Clínica havia sido criado em 1977. Sete pessoas se formaram e havia seis residentes no programa. 

Mercado de trabalho

No Brasil, a maior demanda é ambulatorial, tendo a área pediátrica como a principal no quesito busca. Os principais locais de atendimento ambulatorial do geneticista, são:

  • Aconselhamento genético para casais em risco;
  • Apoio diagnósticos em unidades neonatais;
  • Apoio diagnóstico em unidades de terapia intensiva;
  • Consultoria em laboratórios que realizam testes genéticos;

Área de atuação

O especialista em Genética Médica pode atuar nas quatro grandes áreas da genética:

1. Dismorfologia

A dismorfologia é a área de genética médica que estuda os defeitos estruturais do corpo humano, em especial as malformações congênitas. Nesta área o médico geneticista está em constante avaliação clínica para descobrir as causas de alterações estruturais.

Nesse caso, o trabalho do especialista em genética médica está estreitamente ligado ao de outras especialidades, como pediatria e neurologia. A resolução diagnóstica de defeitos estruturais favorece a área, trazendo prognóstico clínico, antecipação de possíveis intercorrências e tratamento específico para diferentes condições.  

2. Erros inatos do metabolismo

Os erros inatos do metabolismo são distúrbios genéticos, que geralmente correspondem a um defeito de enzima, capaz de causar a interrupção de uma via metabólica. Por se tratar de um grupo muito amplo, esta área da genética concentra o maior número de condições que apresentam tratamento específico.

Além disso, é a área que apresenta uma maior relação com a triagem neonatal, já que muitos distúrbios passíveis de tratamento podem ser identificados através do teste do pezinho ampliado.  

3. Oncogenética

A oncogenética é a área dedicada ao estudo, diagnóstico e cuidados específicos de pacientes com predisposição ao desenvolvimento de câncer hereditário. O trabalho do especialista em genética clínica nesta área é identificar indivíduos em risco através de estudos de características de tumores desenvolvidos e testes genéticos. 

O mapeamento de tais indivíduos permite que estratégias de segurança e seguimento individualizado sejam realizadas para identificar precocemente o câncer.

4. Neurogenética

A neurogenética é a área que se dedica ao estudo de doenças genéticas com manifestações predominantemente neurológicas. Esta área está correlacionada com a de erros inatos do metabolismo, pois diversos erros metabólicos podem apresentar comprometimento das funções neurológicas.

Remuneração

De acordo com pesquisa realizada em 2010 pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo (SERT), o salário base de um especialista em Genética Médica era de cerca de R$ 23.000,00 na região Sudeste.

A distribuição irregular dos profissionais no território gera ofertas tentadoras, principalmente para a região norte e centro-oeste. Por isso, a remuneração, em linhas gerais, depende da experiência do profissional e da área de atuação.

Residência médica em genética médica

A residência médica em genética médica tem duração de três anos e a forma de ingresso é por acesso direto, ou seja, basta ter registro de médico para ingressar em programas de residência credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica/Ministério da Educação (CNMR/MEC). 

Em seus três anos, cerca de 80 a 90% da carga horária do programa é voltada para atividades de treinamento em serviço. 10% a 20% são focados em ações teórico-complementares na residência. 

A Genética Médica foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no ano de 1983. Em 1986, na busca pelo pleno conhecimento da especialidade, fundou-se a Sociedade Brasileira de Genética Médica.

A Residência Médica no Brasil é considerada o “padrão-ouro” para formação de especialistas. Por lei, a Residência Médica já dá o Título de Especialista na área, que também pode ser obtido através da prova para obtenção de Título de Especialista.

É vedado ao médico divulgar especialidade médica não comprovada ou não reconhecida pelo CFM. Desse modo, todo geneticista deve possuir o RQE (Registro de Qualificação de Especialista).

Segundo a Demografia Médica no Brasil, o país possuía 41 médicos residentes em atuação, destes 15 no R1, 15 no R2 e 11 no R3. Todavia, Foram autorizadas pelo CNRM 84 vagas. 

Objetivo

Capacitar o médico residente para o diagnóstico clínico e etiológico das patologias genéticas, bem como das síndromes teratogênicas, visando condutas clínicas, e terapêuticas quando for o caso, adequadas e o Aconselhamento Genético orientado pelos princípios da não diretividade e da bioética. 

Matriz de competências

A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) aprovou a matriz de competências para a formação de especialistas em genética médica.

Por ano de formação, as competências esperadas são:

AO TÉRMINO DO PRIMEIRO ANO – R1

O médico residente deverá ser capaz de:

  1. realizar avaliação genético-clínica de pacientes com história/suspeita de doenças genéticas ou secundárias a agentes teratogênicos; 
  2. reconhecer as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 
  3. discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. 

AO TÉRMINO DO SEGUNDO ANO – R2 

O médico residente deverá ser capaz de:

  1. realizar avaliação genético-clínica de pacientes com doenças metabólicas; 2) reconhecer famílias com história de câncer familiar e de outras doenças genéticas como genodermatoses, doenças neurogenéticas e hematogenéticas; 
  2. conduzir clinicamente as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos;
  3. discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. 

AO TÉRMINO DO TERCEIRO ANO – R3 

Deverá ser capaz de:

  1. dispor de meios para conduzir clinicamente qualquer patologia de origem genética, bem como as embriopatias teratogênicas;
  2. solicitar, interpretar e discutir sobre os exames laboratoriais de citogenética, genética bioquímica e genética molecular;
  3. discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado.

Subespecialidades

No Brasil, ainda não há subespecialidades em Genética Médica.

Melhores residências em genética médica

A escolha da residência é uma etapa fundamental na formação do médico. Dessa maneira, o profissional precisa pesquisar sobre as instituições que oferecem a especialidade escolhida e, assim, optar por aquelas que atendam às demandas pessoais para uma boa formação e suas necessidades.

No Brasil, segundo a SBGM, há nove programas de residência médica sendo ofertados. São instituições de caráter federal, estadual, militar, privado ou filantrópico. 

Definir quais as melhores residências em Genética Médica é uma tarefa delicada, pois não há metodologia única que compare e analise os programas. 

Os locais que oferecem a Residência em Genética Médica hoje, no Brasil são: 

  1. Hospital Universitário Professor Edgard Santos-Universidade Federal da Bahia (HUPES-UFBA)
  2. ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – DF
  3. Hospital das Clínicas – UFMG
  4. Hospital de Clínicas de Porto Alegre – UFRGS
  5. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira – Fiocruz – RJ
  6. Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas UNICAMP
  7. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
  8. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP
  9. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

Referências