Residência Médica

As melhores residências em Infectologia

As melhores residências em Infectologia

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Definir quais as melhores residências em Infectologia é uma tarefa delicada. Afinal, no Brasil, não há metodologia única que faça comparações e análise de cada uma. Porém, ao longo desta publicação, apresentaremos um panorama geral da especialidade e, principalmente, você poderá ver uma relação das residências em Infectologia que são consideradas referência no país.

Infectologia

Nunca antes havia se falado tanto sobre Infectologia, como atualmente no cenário pandêmico causado pelo coronavírus. A Infectologia é a especialidade médica que estuda as doenças infecciosas e parasitárias, assim como a forma que elas afetam o indivíduo.

A maior parte do tempo, especialistas em Infectologia se dedicam ao cuidado e tratamento de doenças causadas por bactérias, fungos, vírus, protozoários e outros microrganismos.

A Infectologia contempla e perpassa inúmeros conhecimentos básicos em biologia, como importante elo entre anatomia, histologia, imunologia, fisiologia, microbiología, bioquímica e parasitologia.

O médico infectologista

O médico infectologista é um profissional com conhecimento diversificado que vai além da clínica médica, abrangendo aspetos da epidemiologia, imunologia, e as várias interfaces relacionadas aos processos infecciosos.

Conforme a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a especialidade reúne médicos em diferentes áreas da assistência à saúde. Entre elas, área hospitalar e clínica, vigilância em saúde, diagnóstico e enfrentamento de epidemias, estudos de doenças emergentes e reemergentes. 

A função do infectologista no consultório, clínica ou hospital, é, em linhas gerais, fazer diagnóstico clínico, promover medidas preventivas, tratar pacientes com infecções causadas por microrganismos e muitos casos são, em geral, encaminhados por outros especialistas.

O objetivo do infectologista é investigar, propor uma terapia adequada e sobretudo prevenir processos infecciosos, além de analisar clinicamente o quadro em questão. Deve, ainda, acompanhar os pacientes para promover uma melhor qualidade.

Segundo dados da Demografia Médica de 2018, no Brasil há 3746 médicos infectologistas (o que representa 1%) e o perfil consiste em um profissional de, em média, 45 anos. 58,2% são mulheres. A distribuição é de 1,80 profissional a cada 100 mil habitantes. Por região, a quantidade de infectologistas é Norte 6,3%, Nordeste 16,7%, Sudeste 57,8%, Sul 11,2% e Centro-Oeste 8%.

Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), fundada em 1980, é uma entidade civil, sem fins lucrativos e de caráter científico, composta por médicos especialistas.

Com abrangência nacional, encontra-se presente em 24 Estados do país. O objetivo da SBI é promover o desenvolvimento da especialidade de Infectologia – que se dedica à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e à cura das doenças infecciosas – bem como os intercâmbios científico, técnico, cultural e social entre seus associados e profissionais da área.

A SBI possui diretrizes específicas para promover o desenvolvimento da especialidade, promove permanente atualização e estudos referentes à especialidade, sob diversas atividades para o aperfeiçoamento profissional dos infectologistas. A entidade defende os interesses profissionais dos especialistas em Infectologia e colabora com autoridades governamentais e entidades congêneres, nacionais ou internacionais, em assuntos pertinentes à Infectologia.

Desde sua criação, a SBI tem atuado em conformidade com as demandas da sociedade brasileira, desempenhando papel fundamental na discussão dos principais problemas de saúde pública do país.

Missão

Promover o desenvolvimento, o intercâmbio científico e a defesa dos médicos infectologistas, com ações de interesse coletivo, valorizando os profissionais, beneficiando a população e contribuindo para a saúde pública no Brasil.

Visão

Ser uma associação médica de referência na prevenção, diagnóstico, tratamento e cura das doenças infecciosas.

Mercado de trabalho

Diferentemente de outras especialidades, a Infectologia não estuda uma parte específica do corpo humano ou apenas um método diagnóstico. Sua função compreende tanto os seres vivos quanto os ambientes em que habitam. Dessa forma, é possível entender como os diversos tipos de infecções agem em diferentes corpos, ambientes e populações.

Com o crescente acesso da população à saúde, há aumento imediato da demanda de médicos infectologistas no mercado de trabalho brasileiro. Graças a tantas áreas de atuação, a carreira vem ganhando cada vez mais espaço na área médica.

Pacientes portadores de HIV, por exemplo, têm uma perspectiva de vida com qualidade muito maior atualmente. Assim como a respostas de tratamento de hepatites virais vêm se tornando cada vez mais bem-sucedidos. Tudo isso influencia no maior espaço do infectologista no mercado de trabalho.

O médico especializado em Infectologia tem papel fundamental na conscientização, prevenção e controle de doenças infecciosas, sendo fundamental em equipes médicas de qualquer hospital.

Área de atuação

O infectologista pode trabalhar em diferentes áreas de atuação. Vamos ver a seguir, as principais áreas onde o especialista em Infectologia pode atuar e construir carreira.

Infectologia Ambulatorial

É uma área amplamente buscada por especialistas. Por se tratar de um atendimento menos complexo, a área possui uma alta demanda, já que realiza o tratamento de muitas doenças simples. No sistema público (SUS), é uma das áreas com maior espaço para o infectologista.

Os ambulatórios mais comuns são: HIV, Hepatites virais, Hanseníase, ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), Medicina tropical, Medicina do viajante, Tuberculose e Infecções em geral.

Apesar de parecer bastante específico, algumas infecções são de fácil tratamento e não demandam muito tempo, o que torna a rotatividade de pacientes do infectologista bastante comum.

Infectologia Hospitalar

Nesse caso, o infectologista trata de internações e tratamento. Todas as situações enquadradas em Infectologia Hospitalar tratam da fase aguda ou mais grave de uma doença, cujo o atendimento ambulatorial não foi possível de conter.

O infectologista que atua nessa área, deve ter ainda mais responsabilidade no tratamento pessoal, assim como na abordagem de familiares e pacientes, visto que os quadros clínicos podem ser bastante graves.

Controle de infecção hospitalar

Com o aumento de resistência de algumas bactérias, o controle de infecção hospitalar vem ganhando cada vez mais espaço e aumentando sua demanda por infectologistas. A área de controle é exigida por lei em qualquer hospital ou clínica que possua ala de internação. O médico infectologista que atua neste local, está ligado diretamente com as comissões que cuidam da segurança do paciente e da qualidade de atendimento do hospital.

Aqui, o especialista em Infectologia é responsável pelo uso e indicações de antibióticos de maneira adequada por todos os outros especialistas. Também deve analisar periodicamente o perfil dos microrganismos, a fim de prevenir e evitar possíveis surtos.

Ainda é de responsabilidade do infectologista da área de controle de infecção hospitalar, manter o controle sobre a estrutura do hospital, coordenar e orientar modificações no atendimento, sempre buscando garantir a prevenção da veiculação de infecções.

Interconsultas em Infectologia

Outra alta demanda é a de interconsultas. Qualquer paciente pode apresentar um diagnóstico de infecção, independente dos motivos que o levaram ao hospital. As solicitações são as mais diversas, desde interpretação de exames, até dúvidas sobre a condução de um diagnóstico infeccioso e forma de tratamento.

Infectologia em Saúde Pública

Nesta área, o infectologista aborda o aspecto epidemiológico de populações inteiras, estudando suas características, formas de transmissão e maneiras de prevenir possíveis surtos.

Esta atuação está frequentemente ligada às secretarias de gestão de município, estados e países. E acaba dividindo-se em ações de vigilância, ações executoras (como campanhas publicitárias ou de conscientização), e ações normativas.

Imunossupressos não-AIDS

Esse caso trata-se de um grupo de pacientes bastante específicos, aqueles que passam por tratamento imunossupressor, tanto por doenças onco-hematológicas, quanto por manutenção de transplantes de órgãos sólidos.

Esse tipo de paciente está mais vulnerável a doenças infecciosas. Especialistas em Infectologia agem, juntamente a equipe médica, no tratamento desses pacientes, nesse estágio mais delicado.

Remuneração

De acordo com pesquisa salarial junto ao site vagas.com, o salário inicial de um médico infectologista é de R$ 7.419,00 e pode vir a ganhar até R$ 13.010,00. A média salarial para esta categoria no Brasil é de R$ 8.599,00 para uma jornada de trabalho de 20h semanais. A remuneração, em linhas gerais, depende da experiência do profissional e da área de atuação.

Residência médica em Infectologia

A residência médica em infectologia tem duração de três anos e a forma de ingresso é por acesso direto, ou seja, basta ter registro de médico para ingressar em programas de residência médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica/Ministério da Educação (CNMR/MEC).

Em seus três anos de execução, cerca de 85% da carga horária do programa é voltada para atividades de treinamento em serviço, enquanto 15% são focados em ações teórico-complementares. Por se tratar de uma área muito extensa, é possível recorrer a anos opcionais e adicionais para aprofundamento dos conhecimentos e habilidades técnicas específicas na área de interesse.

Segundo a Demografia Médica de 2018, havia 489 médicos residentes em atuação. Todavia, autorizadas pelo CNRM havia 849 vagas.

Objetivo

Capacitar o médico especialista no uso de habilidade técnica, emocional, capacidade reflexiva e adoção de princípios éticos para o diagnóstico clínico e etiológico dos agravos infecciosos e parasitários e seus diagnósticos diferenciais, visando a adoção de condutas clínicas, preventivas e terapêuticas, bem como o treinamento para controle de infecções em serviços de saúde e redução de risco de disseminação de agentes infecciosos na população.

Matriz de competências

Em 2019, a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) aprovou uma matriz de competências para a formação de especialistas em Infectologia.

Por ano de formação, as competências são:

AO TÉRMINO DO R1:

  1. Valorizar princípios morais, éticos e legais no atendimento em todos os níveis de atenção a saúde.
  2. Valorizar a relação médico – paciente, acompanhantes e familiares.
  3. Dominar anamnese e exame físico geral e específico
  4. Dominar o manejo das doenças clínicas mais prevalentes.
  5. Avaliar as manejo clínico do paciente considerando as comorbidades e interações medicamentosas.
  6. Dominar o manejo clínico de pacientes críticos e realizar os procedimentos em unidade de urgência e emergência e em terapia intensiva.
  7. Dominar a comunicação ao paciente e/ou acompanhante sobre a doença, suas implicações, os procedimentos a serem realizados, os riscos de transmissão, e medidas de prevenção e precaução, quando for o caso.
  8. Valorizar o trabalho em equipe inter e multiprofissional.
  9. Avaliar e aplicar as bases imunológicas, microbiológicas, micológicas e outros métodos para diagnóstico etiológico de doenças infecciosas.
  10. Analisar as redes de atenção à saúde nos serviços públicos e suplementar com a realização de forma responsável de referência e contra-referência.
  11. Analisar o papel e postura no ambiente de trabalho.
  12. Respeitar o paciente em sua singularidade e individualidade, considerando sua dignidade e autonomia.
  13. Desenvolver a habilidade de avaliar o próprio desempenho (autoavaliação) no cuidado dos pacientes e continuamente aperfeiçoar conhecimento e habilidades através de um processo permanente de educação em serviço.
  14. Valorizar a importância médica, ética e jurídica de registrar os dados e a evolução do paciente no prontuário de forma clara e concisa, manter atualizado no prontuário os resultados dos exames laboratoriais, radiológicos, histopatológicos, pareceres de outras clínicas chamadas a opinar e quaisquer outras informações pertinentes ao caso
  15. Valorizar os conceitos de distanásia, ortotanásia e cuidados paliativos
  16. Reconhecer e saber orientar normas básicas de biossegurança.
  17. Dominar a notificação compulsória de doenças, agravo e eventos de saúde pública.
  18. Dominar o acesso os sistemas de vigilância em saúde no Brasil.
  19. Sintetizar, organizar e apresentar casos clínicos para discussão e segunda opinião
  20. Dominar suporte Básico de Vida.

AO TÉRMINO DO R2:

  1. Dominar a anamnese e exame físico, incluindo as particularidades dentro da infectologia.
  2. Avaliar e aplicar os conceitos de distanásia, ortotanásia e cuidados paliativos a pacientes com doenças infecciosas
  3. Interpretar o contexto epidemiológico e o ciclo das doenças infecciosas e parasitárias
  4. Manejar os pacientes com doenças infecciosas em todos níveis de atenção de acordo com a epidemiologia regional
  5. Desenvolver o raciocínio clínico para diagnóstico sindrômico e específico das doenças infecciosas e parasitárias, considerando-se os diagnósticos diferenciais.
  6. Avaliar, sistematizar e decidir as condutas, baseadas em evidências científicas, aplicando racionalmente os métodos laboratoriais e de imagem para o diagnóstico etiológico das doenças infecciosas e parasitárias.
  7. Dominar as bases da pesquisa científica.
  8. Dominar o reconhecimento clínicos e laboratoriais e epidemiológico para intervenção oportuna, de forma precoce.
  9. Dominar os princípios de medicina baseada em evidência.
  10. Avaliar as diretrizes nacionais e internacionais da especialidade
  11. Dominar os princípios da terapêutica e profilaxia antibacteriana, antiviral, antifúngica e antiparasitária.
  12. Dominar o uso racional de antimicrobianos.
  13. Adquirir conhecimento específico e habilidade de trabalho em equipe para o acompanhamento e controle de infecções em serviços de saúde.
  14. Dominar o diagnóstico, tratamento e prevenção de processos infecciosos em pacientes imunossupressos.
  15. Dominar a orientação das medidas de biossegurança.
  16. Dominar a técnica de punção lombar para coleta de Líquido Cefalorraquidiano (LCR)
  17. Dominar o aconselhamento pré e pós-teste na abordagem das Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST’s
  18. Dominar a busca ativa de casos de notificação compulsória.

AO TÉRMINO DO R3:

  1. Dominar a orientação e treinamento aos profissionais de saúde no manejo e prevenção de doenças infecciosas.
  2. Coordenar e realizar as ações inerentes ao controle de infecção nos serviços de saúde.
  3. Dominar a indicação de as imunizações em situações especiais (imunossupressos, surtos e outros).
  4. Analisar as diretrizes nacionais e internacionais da especialidade 9. Produzir um artigo científico.
  5. Coordenar o controle e uso racional de antimicrobianas em serviços de saúde.
  6. Avaliar os princípios e os sistemas de vigilância em saúde no Brasil e o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), aplicando as ações de vigilância em saúde relacionadas a doenças infecciosas e outros agravos.
  7. Aplicar os princípios de gestão e coordenação de equipe em atividades relacionadas ao controle e prevenção de infecções em serviço de saúde
  8. Aplicar conceitos de comunicação de risco
  9. Dominar as medidas de prevenção e os critérios diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
  10. Dominar o gerenciamento de risco hospitalar, núcleo de segurança do paciente, núcleo de vigilância hospitalar e interface com serviço de controle de infecção hospitalar.
  11. Analisar, construir e aplicar diretrizes e ter capacidade de tomada de decisão na ocorrência de eventos inusitados em situações de eventos de massa e emergências em saúde pública de importância nacional (ESPIN) e internacional (ESPII).
  12. Dominar o gerenciamento das Comissões de Controle de Infecções relacionadas a assisT6encia à saúde.
  13. Compreender os mecanismos utilizados para concessão de medicamentos para os pacientes através da assistência farmacêutica em Farmácia de alto custo e/ou medicamento estratégico;
  14. Analisar os custos da prática médica e utilizá-los em benefício do paciente, mantendo os padrões de excelência;
  15. Valorizar a relação custo/benefício para as boas práticas na indicação de medicamentos e exames complementares.

Subespecialidades

No Brasil, há 05 programas de subespecialidades em infectologia. São eles:

  • Hansenologia – 01 ano
  • Hepatologia – 02 anos
  • Infectologia Hospitalar – 01 ano
  • Infectologia Pediátrica – 02 anos
  • Medicina Tropical – 01 ano

Melhores residências em Infectologia

A escolha da residência médica é uma etapa fundamental na formação do médico. Sendo assim, o profissional deve pesquisar sobre as instituições que oferecem a especialidade escolhida e optar por aquelas que atendam as demandas pessoais para uma boa formação e suas necessidades.

No Brasil, segundo a SBI, há 75 programas de residência médica sendo ofertados. São instituições de caráter federal, estadual, militar, privado ou filantrópico.

Definir quais as melhores residências em Infectologia é uma tarefa delicada, pois não há metodologia única para comparação e análise. Porém, listamos algumas que são excelentes referências no setor.

  • HOSPITAL EMILIO RIBAS
  • FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
  • FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP
  • HOSPITAL COUTO MAIA
  • HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE

Confira o vídeo:

Referências

  1. Infectologia – SANARMED
  2. Relatório de Demografia Médica de 2018
  3. Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)
  4. SBI – Programas de residência médica
  5. Como é a residência de Infectologia?
  6. Carreira médica na infectologia
  7. Matriz de Competências – SBI