A meningococcemia é uma infecção causada pela Neisseria meningitidis, sendo responsável por eventos epidêmicos em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Por isso, trata-se de uma das doenças imunopreveníveis mais temidas.
Epidemiologia
Entre crianças e adultos jovens a meningococcemia é, certamente, uma causa relevante de meningite epidêmica e sepse não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
Dentre os sorogrupos da N. meningitidis (13), o A é o responsável pela maioria das doenças meningocócicas em países em desenvolvimento.
Fatores de risco importantes para a meningococcemia são a desnutrição, pobreza, falta de saneamento básico, doenças imunossupressoras, como HIV, disfunção esplênica e exposição ativa e passiva à fumaça do tabaco.
Apesar de o sexo masculino correr um risco maior de infecção do que o sexo feminino, esse último está associado à uma taxa de mortalidade maior do que o primeiro.
Transmissão
A transmissão da doença meningocócica pode ser através de contato pessoa a pessoa, através de secreções respiratórias de pessoas infectadas, mesmo que assintomáticas.
Manifestações clínicas da meningococcemia
A doença meningocócica ocorre dentro de cerca de 2 semanas de exposição.
Além disso, cerca de 1 em 4 casos da doença meningocócica apresenta septicemia meningocócica, que é a conhecida meningococcemia.
Inicialmente, a apresentação típica de meningite por N. meningitidis envolve:
- Início súbito de febre
- Hipotensão
- Náuseas
- Vômitos
- Cefaleia
- Diminuição da capacidade de concentração
- Em casos graves, osteonecrose devido secundária DIC
- Mialgias em paciente saudável
Sobre a mialgia, pode ser um importante sinal diferencial e, normalmente, intenso.
Apresentações sistêmicas
Por outro lado, apresentações sistêmicas comuns são a erupção cutânea petequial, púrpura ou maculopapular e artrite. Tais erupções são são observadas, inclusive, nas mucosas e predominantemente em extremidades, mas são comuns em todo o corpo.
É válido ter em mente que fatores importantes que estão associados à morte são:
- Coma ou hipotensão
- Leucopenia ou plaquetopenia
- Ausência de meningite
Existe uma dificuldade na identificação da doença meningocócica. Isso se deve às características clássicas da doença como erupção hemorrágica, comprometimento de consciência e o meningismo (tríade rigidez de nuca, dor de cabeça e fotofobia) serem tardios.
Diante disso, sinais preocupantes devem ser um foco de atenção seu, como médico(a). Isso é explicado por muitas características clínicas iniciais dos pacientes são pouco específicos, e por esse motivo, parecido com outras doenças virais. Tais sinais alarmantes são:
- Dor nas pernas
- Mãos e pés frios
- Cor da pele anormal (palidez ou manchas)
Diagnóstico da meningococcemia
O padrão ouro para identificar a infecção meningocócica é o isolamento bacteriológico da N. meningitidis em fluidos corporais estéreis, como sangue, líquido cefalorraquidiano (LCR): permite a contagem e o diferencial das células, traduzindo o processo infeccioso e orientando a suspeita clínica. Outros menos coletados são o líquido sinovial, pleural e pericárdico.
Em alguns casos, o exame de Gram nas lesões cutâneas pode identificar a bactéria. É importante ressaltar ainda que coletar secreção nasofaríngea é contra-indicado, já que indivíduos sãos podem apresentar o meningococo.
Exames como gasometria, coagulograma e hemograma podem estar alterados e pouco acrescentam no diagn´óstico. Porém, ainda assim, devem ser avaliados.
Diagnóstico diferencial
Os principais diagnósticos diferenciais da meningococcemia são principalmente a sepse de outras etiologias, febres hemorrágicas (dengue, febre amarela, hantavirose), febre maculosa e leptospirose.
Tratamento da meningococcemia
O tratamento da meningococcemia deve ser feito imediatamente à chegada do paciente no hospital, através de um internamento e injeção de antibióticos intravenosos.
O antibiótico de escolha é o Ceftriaxona 2g de 12h em 12h, por um período de 7 dias no adulto. No entanto, a orientação varia para crianças.

{ "@context": "https://schema.org", "@type": "FAQPage", "mainEntity": [ { "@type": "Question", "name": "Como tratar meningococcemia?", "acceptedAnswer": { "@type": "Answer", "text": "O antibiótico de escolha é o Ceftriaxona 2g de 12h em 12h, por um período de 7 dias no adulto. No entanto, a orientação varia para crianças." } } , { "@type": "Question", "name": "Como diagnosticar meningococcemia?", "acceptedAnswer": { "@type": "Answer", "text": "O padrão ouro para identificar a infecção meningocócica é o isolamento bacteriológico da N. meningitidis em fluidos corporais estéreis, como sangue, líquido cefalorraquidiano (LCR): permite a contagem e o diferencial das células, traduzindo o processo infeccioso e orientando a suspeita clínica." } } , { "@type": "Question", "name": "Quais são os fatores de risco para meningococcemia?", "acceptedAnswer": { "@type": "Answer", "text": "Fatores de risco importantes para a meningococcemia são a desnutrição, pobreza, falta de saneamento básico, doenças imunossupressoras, como HIV, disfunção esplênica e exposição ativa e passiva à fumaça do tabaco." } } ] }

Referências
- Michael Apicella, MD. Clinical manifestations of meningococcal infection. Disponível em: < https://bit.ly/3loJfPt >.
- Fabrizio Motta. Doença Menigocócica, quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível: < https://bit.ly/3ljKKOY >.
- Doença Meningocócica. Guia de Vigilância em Saúde, Vol. 1. Disponível em: < https://bit.ly/3E9Sfzt >.
- Shimon Takada. Meningococcemia in Adults: A Review of the Literature.