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Dentre as diversas formas de lesões eczematopruriginosas, temos a psoríase, quadro típico que pode ser confundido com outras condições por suas múltilplas vias de apresentação.
Conceituação:
Assim, o primeiro passo para conseguir identifica-la é compreender o que a define e qual sua origem, temos que:
- É uma dermatose crônica caracterizada principalmente por lesões eritematoescamosas.
- Acomete igualmente ambos os sexos.
- Pode aparecer em qualquer idade, sendo mais frequente na terceira e quartas décadas da vida.
- Sua ocorrência é universal.
- Considerada uma doença mediada por mecanismos imunológicos, mas, até o presente, nenhum antígeno específico foi reconhecido na psoríase.
Etiologia da psoríase:
Mas, para atuarmos diretamente sobre ela, a base de sua causa precisa ser conhecida, fator impeditivo até o momento, já que é definida por ter:
- Causa desconhecida.
- Predisposição geneticamente determinada e de herança multifatorial.
- Considerada uma doença mediada por mecanismos imunológicos, mas, até o presente, nenhum antígeno específico foi reconhecido na psoríase.
Assim, o conhecimento de sua etiologia não é considerado suficiente, sendo necessário analisar os fatores causais e de agravo, sejam eles:
Fatores desencadeantes:
- Trauma cutâneo de diversas naturezas – físico, químico, elétrico, cirúrgico, inflamatório.
- O desencadeamento da psoríase aguda pode estar relacionado ao papel do estreptococo beta-hemolítico.
Fatores de exacerbação:
- Doentes com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresentam exacerbação importante.
- Drogas responsáveis por agravar a doença: lítio, betabloqueadores, antimaláricos e anti-inflamatórios não hormonais.
- A administração e interrupção de corticoide sistêmico resulta no agravamento ou desenvolvimento de forma grave.
- Estresse emocional também é relatado como responsável por exacerbar a doença.
DESTAQUE IMPORTANTE!
Fenômeno isomórfico, ou Reação de Koebner:
Psoríase é uma das condições dermatológicas em que o trauma pode determinar o aparecimento de lesão em área não comprometida.
Sabendo-se quais os fatores podem estar associados, o próximo passo é ter em mente as principais formas de acometimento, para que o profissional e/ou estudante sejam capazes de identificar durante o exame clínico e assim, formar a sua principal hipótese diagnóstica, a qual irá direcionar os próximos passos do atendimento.
Para isso, temos que:
Formas típicas de apresentação da psoríase
PSORÍASE VULGAR (OU EM PLACAS) | Manifesta-se por placas eritematoescamosas bem delimitadas, de tamanhos variados, afetando, geralmente de forma simétrica, a face de extensão dos membros, particularmente joelhos e cotovelos, couro cabeludo e região sacral. |
PSORÍASE EM GOTAS | Manifesta-se pelo aparecimento súbito de pequenas pápulas eritematodescamativas de 0,5 a 1 cm de diâmetro, geralmente localizadas no tronco. |
PSORÍASE ERITRODÉRMICA | Eritema intenso, de caráter universal, acompanhado de escamação discreta. |
PSORÍASE PUSTULOSA | Forma generalizada da psoríase pustulosa caracteriza-se por um quadro de lesões eritematoescamosas e pustulosas generalizadas, e é conhecida pela denominação de psoríase de Von Zumbusch. |
PSORÍASE ARTROPÁTICA | A forma mais frequente é uma mono ou oligoartrite assimétrica de fácil controle e bom prognóstico, que afeta particularmente as articulações interfalangianas distais ou proximais. |

A partir das formas típicas, é possível que o diagnóstico seja guiado pela busca de seus sinais e sintomas mais comuns, assim temos que:
Sinais e sintomas mais comuns da psoríase:
Variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença, podendo incluir:
- Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
- Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões;
- Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento;
- Coceira, queimação e dor;
- Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes;
- Inchaço e rigidez nas articulações.
Diagnóstico da psoríase:
- Sua identificação é feita mediante exame clínico direito, com identificação e análise do tipo de lesão apresentada, assim como o seu padrão de distribuição.
- É necessária a consideração de possíveis diagnósticos diferenciais, como algumas formas de eczema, pitiríase rósea, sífilis secundária.
- Outros métodos podem ser empregados para a diferenciação entre os tipos mais atípicos, por meio de curetagem metódica ou até histopatologia.
Como a diferenciar da dermatite seborreica?
As lesões de psoríase no couro cabeludo costumam ser placas bem delimitadas, o que as diferencia das lesões de dermatite seborreica.
Achados histopatológicos:
LESÃO TÍPICA | – Alongamento das cristas epiteliais, com afinamento na porção suprapapilar. – Papilas alargadas e edemaciadas. |
ACHADOS COMPLEMENTARES | Em epiderme, ParaqueratoseDesaparecimento da camada granulosaPresença de agrupamentos de neutrófilos (microabscessos de Munro). |
O que deve ser alertado ao paciente com psoríase?
- Deve-se esclarecer ao paciente que se trata de uma doença cutânea, não contagiosa, sem comprometimento sistêmico e de evolução imprevisível.
- Deve ser informado o possível acometimento articular.
- Deve-se ressaltar que os recursos terapêuticos possibilitam o controle da afecção, apesar da inexistência de tratamento definitivo.
Após a definição do diagnóstico, o último passo é fornecer conforto ao máximo, visto a padrão crônico de convivência com a patologia, que pode ser incomoda ao paciente ao longo de vários anos.
Entretanto, quais as alternativas disponíveis atualmente? Confira!
Tratamento da psoríase:
- É definido de acordo com tipo da psoríase, da extensão do quadro e também de fatores como idade, ocupação, condições gerais de saúde, nível intelectual e socioeconômico do doente.
- A principal recomendação para estes pacientes é a exposição à radiação solar, sempre que possível.
- Já dentre as alternativas medicamentosas para o controle, temos como opções:
- Corticosteroides tópicos
- Coaltar
- Método de goeckerman
- Antralina (ou ditranol)
- Análogos da vitamina D
- Medicações tópico-sistémica
- Medicações sistêmicas

Perguntas frequentes
1.O que deve ser alertado ao paciente após o diagnóstico de psoríase?
Deve-se esclarecer ao paciente que se trata de uma doença cutânea, não contagiosa, sem comprometimento sistêmico e de evolução imprevisível.
2. Como diferenciar a psoríase da dermatite seborreica?
As lesões de psoríase no couro cabeludo costumam ser placas bem delimitadas, o que as diferencia das lesões de dermatite seborreica.
3. Quais as causas base da psoríase?
Causa desconhecida ou idiopática, com padrão já conhecido de predisposição geneticamente determinada e de herança multifatorial.