Confira nesta publicação quantos médicos existem no Brasil e qual o cenário da profissão com base no estudo da Demografia Médica Brasileira 2023!
Quer saber quantos médicos existem no Brasil? A Demografia Médica Brasileira 2023 veio para responder esse questionamento e outros relacionados ao cenário atual da medicina. Além disso, o documento traz projeções para futuro da profissão.
O Brasil conta com mais de 545 mil médicos ativos, o que representa uma proporção de 2,56 profissionais por mil habitantes. Esse número, de acordo com os registros dos conselhos regionais de medicina, mostram mais do que dobrou nos últimos 20 anos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) atribui esse crescimento ao alto número de novas escolas médicas e de vagas na graduação.
“Mantendo-se o mesmo ritmo de crescimento da população e de escolas médicas, dentro de cinco anos, em 2028, o país contará com 3,63 médicos por mil habitantes, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE)”, avaliou o CFM.
Demografia Médica Brasileira 2023: o que mudou neste estudo?
A Demografia Médica Brasileira consiste em um estudo da população de médicos no país nos aspectos quantitativo e qualitativo. O objetivo é disponibilizar dados e estatísticas sobre o perfil, a presença e a concentração de médicos no país.
A principal novidade para esta nova edição (2023) é a criação de uma plataforma dinâmica, moderna, ágil e atualizada. A “dash da Demografia Médica“ terá dados reinseridos a cada seis meses. O objetivo da novidade é permitir o acompanhamento fidedigno da evolução desse grupo de profissionais.
“Com esse trabalho, o CFM oferece uma importante contribuição para pesquisadores, gestores (públicos e privados) e a população em geral. Ter acesso a dados atualizados sobre o tema, consolidados em um espaço amigável, interativo e intuitivo é fundamental para o desenvolvimento de estudos sobre esse tema, assim como para balizar políticas públicas de saúde”, afirmou José Hiran Gallo, presidente do CFM.
Dados gerais sobre o cenário atual da medicina
É importante lembrar que o crescimento no número de médicos ativos no Brasil e os motivos que contribuíram para isso já haviam sido pauta e motivo de preocupação na área.
A Demografia Médica de 2020 apontou que o número de médicos já tinha alcançado o número de 500 mil médicos ativos.
Atualmente, são 545.481 médicos ativos no país. Para termos uma ideia do que esse crescimento representa, vale olhar a tabela e o gráfico abaixo:
Tabela 1: evolução do número de médicos e da população geral, de 1980 a 2022
Evolução do número de médicos e da taxa de crescimento da população geral, de 1980 a 2025
Quantos médicos existem no Brasil com relação a gênero e idade?
Os homens ainda são maioria na profissão médica, eles representam 50,93% (277.790). Enquanto as mulheres representam 49.07% (267.690). A diferença é bem pequena e, provavelmente, nos próximos anos o público feminino estará em maioria.
Ao analisarmos, a pirâmide populacional entre as faixas etárias mais jovens as mulheres já são maioria. Isso significa idade menor ou igual a 29 anos e entre 30 e 34 anos.
Formação dos médicos brasileiros
A maior parte dos médicos brasileiros concluíram a graduação no país de origem 538.352) e apenas 21.242 se formaram no exterior. Vale lembrar que para quem se formou fora é necessário realizar a revalidação do diploma para conseguir exercer a profissão.
Anteriormente, citamos que alguns problemas comuns para o cenário atual é a abertura de escolas médicas. Esse fato é evidenciado quando paramos para olhar onde esses profissionais estão se formando, já temos 272.524 médicos fruto do ensino privado.
Outro ponto importante a se observar é que são 297.842 generalistas x 298.306 especialistas. Esse dado chama nossa atenção para o como a necessidade de buscar uma especialização tem se tornado quase uma regra da profissão.
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Desigualdade da distribuição geográfica dos médicos
Apesar do número crescente de médicos no Brasil, a desigualdade na distribuição dos mesmos segue sendo um problema. Essa desigualdade é vista entre as diferentes regiões do país e também em relação a capital e interior.
A maioria dos médicos permanece concentrada nas regiões Sul e Sudeste, nas capitais e nos grandes municípios. Nas 49 cidades com mais de 500 mil habitantes, que juntas concentram 32% da população brasileira, estão 62% dos médicos do País.
Já nos 4.890 municípios com até 50 mil habitantes, onde moram 65,8 milhões de pessoas, estão pouco mais de 8% dos profissionais da área, ou seja, em torno de 42 mil médicos.
As capitais brasileiras apresentam uma densidade de médicos (6,13) muito maior que as RMs (1,14) e os interiores (1,84).
Quantos médicos vão existem no Brasil em 2035?
A Demografia Médica do Brasil estima que no ano de 2035 o número de profissionais de medicina em atividade supere um milhão. A projeção aponta também que a maioria desta população profissional será feminina e jovem, e que seguirá distribuída de forma desigual.
*A projeção usa o método de Dinâmica de Sistemas (System Dynamics)
Existem dois cenários possíveis sendo levados em consideração sobre o desdobramento do dado apresentado anteriormente. São eles:
Cenário A
O cenário A considera um suposto “congelamento” na abertura de cursos de graduação e vagas de medicina. Assim, entre 2023 e 2029 não haveria acréscimo de novos médicos além daqueles provenientes das novas vagas de graduação autorizadas até 2022.
Cenário B
O cenário B considera a legislação sobre regulamentação da abertura de cursos e de novas vagas de medicina. Com base na expansão da oferta de anos anteriores, cenário B projetado considerou aumento de 1.000 vagas de graduação em medicina entre os anos de 2023 e 2029.
No cenário A, são projetados 1.016.121 médicos, enquanto no cenário B a estimativa é de 1.032.753. Em ambos os cenários, o Brasil chegará a 2035 com densidade superior a 4,4 médicos por 1.000 habitantes. Será 4,43 no cenário A e 4,51 no cenário B.
Distribuição dos médicos em 2035
De acordo com a projeção, a densidade de profissionais será heterogênea entre as unidades da Federação. Variando de 8,29, no Distrito Federal, a 1,91 no Acre e 1,86 no Pará.
Além do Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná terão mais médicos por 1.000 habitantes do que a taxa nacional. Juntos, vão concentrar mais de 70% do total de médicos no país.
Já Amapá, Roraima, Maranhão, Amazonas, Acre e Pará deverão ter as menores densidades, abaixo da metade da nacional. Esses estados terão pouco menos de 5% dos médicos.
Fonte: Demografia Médica no Brasil
