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Resumo de intoxicação por benzodiazepínicos | Ligas

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Definição
e Epidemiologia

O termo intoxicação caracteriza uma
série de eventos fisiopatológicos que ocorrem após a exposição do organismo a
certos agentes, sejam estes biológicos ou químicos. Nessa senda, a  intoxicação medicamentosa é um tipo deste
evento e representa a maior parte dos casos de intoxicação exógena no Brasil. A
exposição excessiva a agentes químicos medicamentosos que levam à intoxicação
pode ocorrer devido ao consumo de doses inadequadas, à ingestão acidental, mas
também pode ser ocasional, como em tentativas de suicídio.

Os medicamentos benzodiazepínicos são
utilizados como ansiolíticos, anticonvulsivantes e sedativos, tendo alta
incidência de uso caracterizando a prescrição de cerca de 50% dos
psicotrópicos. Consequentemente, os casos de intoxicação por esta classe de
medicamentos são uma das maiores causas de intoxicação medicamentosa no Brasil,
evidenciando o alto risco de consumo de doses acidentais e tentativas de
suicídio por tais drogas.

Fisiopatologia

Os benzodiazepínicos (BZD) têm como
mecanismo de ação a potencialização da atividade inibitória do ácido gama
aminobutírico (GABA) em todos os níveis do neuroeixo, incluindo a medula
espinal, o hipotálamo, o hipocampo, a substância negra, o córtex cerebelar e o
córtex cerebral.

São substâncias com excelente absorção
oral e alta ligação proteica, além de serem lipossolúveis, característica que
permite uma rápida penetração no cérebro.

Aproximadamente 30% dos neurônios
corticais e do tálamo apresentam receptores GABA, que tem como principais
variações:

  • GABAa
  • GABAb
  • GABAc

Sendo o GABAa o responsável pela atuação
dos BZD. O GABAa possui cinco subunidades e um canal que permite a entrada de
cloro. Quando o BZD se liga a este receptor gabaérgico, os canais de cloro se
abrem e permitem uma hiperpolarização da membrana, esse influxo causa redução
da hiperexcitabilidade dos neurônios, resultando em depressão generalizada dos
reflexos da medula e do sistema ativador reticular.

Em casos de superdosagem ou de
exacerbação do efeito agonista por associação a outras substâncias depressoras
do sistema nervoso central, como os barbitúricos, o indivíduo poderá evoluir
para um estado de coma, depressão respiratória e até mesmo óbito.

Quadro
clínico

Os principais sintomas associados são:

  • Rebaixamento do nível de consciência
  • Depressão respiratória, sem que haja
    alterações dos parâmetros vitais.

Em alguns casos pode levar ao coma,
principalmente quando associado a outras drogas depressoras do SNC.

O exame físico neurológico demonstra:

  • Sonolência excessiva
  • Diplopia
  • Ataxia
  • Disartria
  • Hiporreflexia

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pela
história clínica levando em consideração o tempo de exposição do paciente à
droga e a dosagem consumida. Ademais, pode ser auxiliado pela identificação de
metabólitos de benzodiazepínicos na urina ou seus níveis séricos. Contudo, o
método mais utilizado no diagnóstico desse tipo de intoxicação é a
administração de flumazenil, que é um antagonista do receptor da
benzodiazepina, medicamento este que reverte o possível coma do paciente e,
pode assim, consolidar o diagnóstico.

Tratamento

O manejo inicial inclui:

  • Monitorização das funções vitais
  • Oxigenioterapia
  • Hidratação venosa
  • Exames laboratoriais (hemograma, função
    renal, função hepática, eletrólitos, glicemia, ECG)
  • Correção de  possíveis distúrbios hidroeletrolíticos

Além disso, é importante manter a via
aérea pérvia e avaliar a necessidade de intubação orotraqueal precocemente.

Para bloqueio da ação dos
benzodiazepínicos, o antagonista de escolha é o flumazenil sendo a dose inicial
de 0,1 a 0,2 mg IV em 15 a 30 segundos, podendo ser repetida se houver
necessidade (dose máxima até 1 mg).

O uso de carvão ativado pode ser feito
na dose de 1g/kg em casos em que a intoxicação é pequena/média.

A descontaminação com lavagem gástrica não é indicada em casos leves e moderados, sendo utilizada apenas em casos graves.

Confira o vídeo:

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