O sangramento pós-menopausa refere-se a qualquer sangramento uterino em uma mulher na menopausa que não faz uso de terapia hormonal.
O sangramento pós-menopausa é o sintoma mais comum da hiperplasia e do câncer endometrial; mas a causa mais frequente do sangramento pós-menopausa é a atrofia endometrial.
Mulheres com sangramento pós-menopausa devem ser sempre avaliadas para carcinoma endometrial, devido ao fato de ser um câncer potencialmente letal.
Etiologia
Atrofia – O hipoestrogenismo causa atrofia do endométrio e da vagina, podendo levar ao sangramento de ambas as estruturas. Faz parte dos sintomas da síndrome geniturinária da menopausa (GSM), que pode incluir: sintomas genitais de secura, queimação e irritação; sintomas sexuais de falta de lubrificação, desconforto, dor e função prejudicada; e sintomas urinários de urgência, disúria e infecções recorrentes do trato urinário.
Câncer Endometrial: Aproximadamente 6 a 19 % das mulheres com sangramento vaginal pós-menopausa têm câncer endometrial. Esse risco aumenta com o avançar da idade e em mulheres que fazem terapia de reposição hormonal (principalmente sem o uso da progesterona como protetor endometrial).
Pólipos: são crescimentos endometriais benignos de etiologia desconhecida. O volume de sangramento geralmente é pequeno.
Hiperplasia endometrial: A produção de estrogênio endógeno de tumores ovarianos ou adrenais ou terapia de estrogênio exógeno são as causas possíveis para hiperplasia endometrial. Mulheres obesas também apresentam altos níveis de estrogênio endógeno devido a produção de estradiol no tecido adiposo periférico.
Lembre-se: A hiperplasia endometrial representa uma lesão precursora para o câncer de endométrio.
Fatores de risco
O manejo de fatores de risco como obesidade, diabetes, hipertensão, uso prolongado de estrogênio e ciclos anovulatórios é fundamental na prevenção do câncer endometrial. Para as mulheres em terapia hormonal, a adição de progesterona pode diminuir o risco desse tipo de câncer.
Diagnóstico
O ultrassom transvaginal é o método de escolha na avaliação inicial do sangramento uterino na pós-menopausa.
Mulheres com fatores de risco para carcinoma de endométrio e endométrio espessado acima de 5 mm devem ser submetidas a amostragem de tecido endometrial.
A histeroscopia associada à biópsia demonstrou ser a melhor ferramenta diagnóstica. No entanto, mulheres de alto risco para carcinoma do endométrio podem se beneficiar de procedimentos simples, efetivos e de baixo custo, que podem ser realizados em qualquer unidade básica de saúde, visto que a histeroscopia é um procedimento de alta complexidade e pode não ocorrer no tempo adequado, postergando o diagnóstico e o tratamento precoce.
Sugestão de leitura complementar
- Endometriose: aprenda a identificar e tratar a doença
- Aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento da endometriose | Colunistas
Veja também: