Índice
- 1 Uso problemático do smartphone
- 2 Comorbidades que podem estar associadas ao uso problemático do smartphone
- 3 Como ajudar o paciente?
- 4 Transtorno do jogo
- 5 Transtorno dismórfico corporal (TDC)
- 6 Snapchatdismorfia/ Instadismorfia/Selfiedismorfia
- 7 Associação entre uso problemático de internet e Transtornos alimentares
- 8 Novos sintomas associados à internet
- 9 Tratamento
- 10 Outras ideias de intervenção
- 11 Violência na internet
- 12 Efeito desinibidor online
- 13 Componentes que podem facilitar as relações no mundo virtual
- 14 Cyberbullying
- 15 Como abordar a violência
- 16 Orientações educativas e preventivas de violência virtual
- 17 Orientações sobre gerenciamento da visibilidade virtual
- 18 Post relacionado:
Em 2001 surgiu a preocupação com o uso problemático da internet, experimentada como algo irresistível, por períodos de tempo mais longos do que o pretendido e capaz de gerar sofrimento significativo ou prejuízo resultante do seu uso descontrolado.
Uso problemático do smartphone
Na Coreia do Sul e China, o uso problemático do smartphone é uma questão de saúde pública, após observado aumento no número de acidentes de trânsito e adolescentes desenvolvendo problemas de saúde devido ao uso do celular por longos períodos. No entanto, ainda não consta em manuais diagnósticos.
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Comorbidades que podem estar associadas ao uso problemático do smartphone
- TDAH
- Transtornos ansiosos
- Transtornos depressivos
- Transtorno Bipolar
- Dificuldade de controle de impulso
- Transtorno de uso de substâncias
Como ajudar o paciente?
- Ajude a entender o cenário;
- Ajude a definir padrão de uso;
- Estabeleça objetivos claros com o paciente;
- Limite e diminua o tempo de uso, com um plano criado juntamente com o paciente;
- Faça uma lista com hobbies e atividades que o paciente gostava e sugira aumentar o tempo gasto nessas atividades;
- Lembrar das comorbidades.
Transtorno do jogo
DSM-5
- Preocupação excessiva
- Abstinência
- Tolerância
- Perda do autocontrole
- Perda de outros interesses
- Uso exagerado contínuo
- Uso como escape de sentimentos negativos
- Perda de funcionalidade
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CID 11
3 sintomas chaves:
- Perda do controle sobre o jogar;
- Aumento da importância dada ao jogar;
- Aumento do jogar apesar da ocorrência de consequências negativas.
Transtorno dismórfico corporal (TDC)

- TDC: espectro do TOC (DSM-5);
- Pelo menos 1 preocupação excessiva com uma alteração pequena ou não existente em aparência física;
- Pensamentos sobre isso por pelo menos 1h/dia;
- Impacto no funcionamento ocupacional, social e/ou pessoal;
- Comportamentos compulsivos e repetitivos relacionados à preocupação: checagem no espelho, reafirmação com as outras pessoas, etc.
Snapchatdismorfia/ Instadismorfia/Selfiedismorfia
- 2018: relatos de aumento de procura por cirurgiões plásticos;
- Insatisfação em aparência induzida por mídias sociais;
- Ideal estético pessoal: utilização de filtro de fotos dos apps;
- Idealização de resultados estéticos;
- Atentar para TDC;
- Geralmente vem associado a alguma comorbidade (como transtorno de ansiedade, transtorno depressivo);
- Suporte em saúde mental;
- Uso de internet e mudança no padrão de percepção de beleza;
- Preocupação com feedback imediato: críticas, elogios;
- Associação entre manipulação de fotos antes de postar e insatisfação corpórea e transtornos alimentares;
- Fotos digitais são mais fidedignas que filtros.

Associação entre uso problemático de internet e Transtornos alimentares
2 modos principais:
•Sedentarismo + delivery fast food = perda de controle ao comer + “dietismo” + compulsão alimentar
•Seguir “influencers” = alteração na auto percepção de imagem corporal = anorexia, bulimia, hiperpreocupação com a comida
Novos sintomas associados à internet
- Superestimulação;
- “Fear of missing out”(FOMO): Sensação subjetiva de que os outros estão tendo experiências gratificantes e você não;
- “Phubbing”: Checagem problemática de redes sociais mesmo quando a pessoa está em uma relação ou encontro real.


Tratamento
Comorbidades psiquiátricas mais comuns:
•Diagnosticar e tratar
Escolha de medicação (em estudo):
- Antidepressivos serotoninérgicos?
- Psicoestimulantes?
- Naltrexona (associado com ISRS)
- Suporte psicoterápico
Outras ideias de intervenção
- Quebrar o algoritmo (as mídias sociais tem acesso ao que estamos procurando na internet e facilitam o alcance a esses conteúdos, aumentando o nosso tempo nas redes sociais);
- Ter novas experiências;
- Valorizar mais os encontros interpessoais.
Violência na internet

Agressões no ambiente virtual causam repercussões reais na saúde mental das pessoas, como piora da autoestima, depressão e ansiedade.
Como lidar?
- Identificar as dinâmicas de exclusão na internet e redes de aplicativos, como a marginalização das pessoas que fogem às normas do corpo padrão (obesos);
- Compreender como a internet interfere na autoestima e na saúde da pessoa;
- Perceber essas estruturas de exclusão;
- Apoiar a construção de novos relacionamentos que acolham a diversidade e que valorizam sua humanidade e não apenas as características do seu perfil na internet.
Efeito desinibidor online
- Anonimato – maior chance de se revelar confidências;
- Conveniência;
- Escape do mundo real;
- Invisibilidade (sem olhar de reprovação, maior exposição pessoal);
- Perda de limites entre indivíduos (hábito de mover os lábios ou mesmo ler mensagens em voz alta);
- Falta de hierarquia.
Componentes que podem facilitar as relações no mundo virtual
- Similaridade: pessoas tendem a gostar mais de pessoas parecidas
- Reciprocidade: pessoas tendem a gostar mais de quem dá mais atenção
- Autorrevelação: “revelar leva a gostar e gostar leva revelar”
- Humor
- Facilidade em representar um personagem
- Relações virtuais tendem a ser hiperpessoais
- Relacionamentos virtuais progridem mais rápido
- Maiores situações de risco e exposição
- Muitas pessoas preferem manter o contato online em detrimento ao real, por medo do risco de rejeição
Cyberbullying
- Assédio virtual recorrente por meios tecnológicos com a finalidade de provocar algum prejuízo na pessoa que é vítima;
- Comportamento é intencional;
- Padrão de comportamento repetido;
- O alvo percebe que algum dano ocorreu a si;
- Uso de computadores, celulares e outros eletrônicos (vídeo-game);
- O cyberbullying aumenta as taxas de ideação e tentativas de suicídio.

Como abordar a violência
- Escutar e comunicar que acredita;
- Validar a decisão da pessoa em revelar a situação de violência;
- Explicitar que a pessoa não é culpada pela situação;
- Enfatizar a não aceitação da violência;
- Avaliar os riscos imediatos;
- Pactuar plano de segurança e mapear rede de apoio;
- Aspectos a serem considerados no seguimento (direitos, apoio psicológico, grupo com pessoas em situação semelhante);
- Notificar a violência no SINAN.
Orientações educativas e preventivas de violência virtual
- Dialogo e confiança são os principais fatores de proteção;
- Ensinar a importância da integridade e do respeito ao corpo;
- Não devem se despir para ninguém na internet que faça pressão para que tirem a roupa;
- Não se deixem fotografar ou serem filmados sem roupa;
- Discutir intimidade e privacidade;
- Alertar sobre abusos virtuais;
- Promover a cultura do consentimento;
Orientações sobre gerenciamento da visibilidade virtual
- Gerenciamento de visibilidade: modos como as pessoas lidam com a exposição de suas identidades, revelando ou ocultando certos aspectos;
- Atenção a quem se direciona qualquer material na internet;
- No caso de crianças e adolescentes, os pais e responsáveis devem ser orientados que há modos eletrônicos de bloquear ou, ao menos, dificultar o acesso ao material considerado impróprio para a faixa etária;
- Orientações sobre gerenciamento da visibilidade online podem prevenir desfechos negativos em saúde, como bullying e violência sexual.
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