Carreira em Medicina

A ética na prática médica | Colunistas

A ética na prática médica | Colunistas

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1. A  ética e sua aplicabilidade na prática médica

A ética permeia e norteia a atuação em todas as áreas profissionais, contudo, atualmente, na era da divulgação instantânea, a prática médica tornou-se um grande alvo, dando origem ao que hoje se conhece como criminalização da medicina. Diante disso, torna-se de suma importância conhecer o que é a ética e de que forma se apresenta sua aplicabilidade na área médica.

2. A ética

Por definição, ética é um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, um grupo social ou uma sociedade.

3. A ética na prática médica

No contexto da Medicina, a ética é posta em prática segundo os ditames do Código de Ética Médica, sendo o brasileiro criado em 1944, que passa por reformas e atualizações de tempos em tempos no intuito de se adequar ao contexto e aos dilemas vigentes.

Na medicina, a ética é analisada sob 3 aspectos: 1) relação médico-paciente; 2) relação médico-médico; e 3) relação médico-sociedade.

3.1 Relação médico-paciente

3.1.1 Não prejudicar: O Código em questão traz em suas linhas a importância do “não prejudicar” que, a rigor, significa praticar a Medicina de maneira cautelosa, porém sem se abster de determinadas situações por receio das consequências. Contudo, na prática, há o que se denomina medicina defensiva, caracterizada pelo uso excessivo de exames complementares, uso de procedimentos terapêuticos supostamente mais seguros, encaminhamento frequente de pacientes a especialistas e a recusa do atendimento de enfermos graves.

3.1.2 Equidade: diz respeito ao atendimento igualitário à diferentes pacientes. Na prática, o objetivo, aparentemente, seria não haver distinção entre os atendimentos no sistema único de saúde e na saúde privada.

3.1.3 Autonomia do paciente: na prática, essa autonomia é valorizada quando há o diálogo,  em linguagem acessível ao paciente, sobre a doença, as condutas, os tratamentos e os prós e contras de cada ação que for realizada, caracterizando o que se denomina de consentimento informado. É de suma importância que o médico tenha em mente que a melhor solução para o paciente pode não ser a melhor do ponto de vista técnico.

3.1.4 Sigilo: esse item consiste em manter em segredo o conteúdo das consultas, não devendo este ser divulgado em grupos de comunicação virtual, ou com outrem, salvo em situações específicas, cabendo, aos profissionais médicos, bom senso.

3.1.5 Respeito à vida: em termos práticos, esse item contempla discussões sobre aborto, eutanásia, distanásia e ortotanásia.

3. 2 Relação médico-médico

A ética nesse contexto se aplica sob a forma de relações amistosas entre os colegas de profissão, de forma que haja comunicações efetivas, visando o bem-estar do paciente e o convívio salutar dos profissionais da classe médica entre si.

3.3 Relação médico-sociedade

Aqui, as atenções se voltam para a Medicina coletiva, o controle de doenças potencialmente endêmicas e a manutenção da vigilância para que não eclodam epidemias.

Partindo do conhecido aforisma “os médicos existem porque os homens estão doentes”, a ética na prática médica apresenta-se como instrumento primordial de norteio às ações e às relações profissionais, com o paciente e com a sociedade à qual pertencemos. Também se faz importante na medida em que traz à lembrança o fato de que os interesses do paciente sobrepujam os do médico, cabendo a estes profissionais tornar a medicina acessível, em linguagem e em toda e qualquer esfera a que o paciente venha a pertencer.

Saiba mais em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0203/pdfs/IS23(2)041.pdf

http://rmmg.org/exportar-pdf/2073/e1792.pdf

http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/pdf/materia_jornal6.pdf

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