Reumatologia

Abordagem da dor musculoesquelética no pronto socorro

Abordagem da dor musculoesquelética no pronto socorro

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Dor musculoesquelética: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!

A dor musculoesquelética é um problema de saúde comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Essa dor pode ocorrer em qualquer parte do corpo que tenha músculos, tendões, ligamentos, ossos ou articulações.

Os dados epidemiológicos indicam que a dor musculoesquelética é uma das principais causas de incapacidade e afastamento do trabalho em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% da população mundial sofre de dor musculoesquelética crônica, e esse número tende a aumentar à medida que a população envelhece.

Como fazer uma anamnese reumatológica no PS?

A anamnese reumatológica tem o objetivo de coletar informações sobre seus sintomas, antecedentes pessoais e familiares, e demais informações relevantes para o diagnóstico e tratamento de doenças reumatológicas. OS principais tópicos a serem abordados, são:

  • Dor intra-articular x extra articular;
    • Importante avaliar na palpação
  • Artralgia mecânica  x Artralgia inflamatória;
    • Mecânica: rigidez matinal < 30 min, piora com movimentação e melhora com repouso
    • Inflamatória: contínua, pior pela manhã, melhora com movimentação
  • Duração;
  • Episódios prévios;
  • Sintomas constitucionais.

Exame físico direcionado em pacientes com dor musculoesquelética

O exame físico direcionado em pacientes com dor musculoesquelética é essencial para o diagnóstico e tratamento adequado dessa condição. Os principais passos a serem seguidos:

  • Inspeção;
    • Localização, simetria
  • Palpação;
    • Avaliar sinais flogísticos e derrame articular
  • Avaliar amplitude de movimento ativa e passivamente.

O que é fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença crônica que afeta cerca de 2% da população mundial, sendo mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos.

A causa exata da fibromialgia ainda não é conhecida, mas sabe-se que a doença afeta a forma como o cérebro e a medula espinhal processam os sinais de dor. Fatores genéticos, traumas físicos e emocionais e infecções podem aumentar o risco de desenvolver a doença

Qual o quadro clínico da fibromialgia?

O quadro clínico da fibromialgia pode variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos principais sintomas incluem:

  • Dor musculoesquelética subjetiva, difusa;
  • Dor intra e extra articular;
  • Fadiga, sono não reparador, transtorno de humor;
  • Respondem mal ao anti-inflamatório.

Diagnóstico

O diagnóstico da fibromialgia é em:

  • Exame clínico
  • Exames gerais, PCR/VHS, enzimas musculares, eletrólitos (opcional)

É importante lembrar que o diagnóstico da fibromialgia pode ser difícil, e pode levar tempo para ser confirmado

Qual deve ser a conduta no PS para o tratamento de fibromialgia?

O tratamento da fibromialgia no pronto-socorro (PS) pode envolver alívio da dor e outros sintomas agudos, além de encaminhamento para acompanhamento com um especialista em dor crônica ou reumatologista para um tratamento a longo prazo.

Algumas opções de tratamento que podem ser consideradas no PS para pacientes com fibromialgia incluem:

  • Terapia de resgate: Tramadol 50mg de 12/12h (max 200mg/dia);
  • Alta com orientações;
  • Pode ser utilizado: Ciclobenzaprina 5mg, à noite.

O que é Osteoartrite?

A osteoartrite, também conhecida como artrose, é uma doença degenerativa das articulações que afeta principalmente pessoas mais velhas, embora possa ocorrer em qualquer idade. Ela ocorre quando a cartilagem que reveste as articulações começa a se desgastar, levando a dor, inchaço e rigidez nas articulações.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a osteoartrite é a doença articular mais comum em todo o mundo, afetando cerca de 10% da população adulta. A prevalência da osteoartrite aumenta com a idade, sendo que mais de 80% das pessoas com mais de 65 anos têm evidências radiológicas de osteoartrite em pelo menos uma articulação.

Qual o quadro clínico da osteoartrite?

Os sintomas da osteoartrite podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:

  • Dor articular, que é precipitada ou piora com o movimento;
  • Melhora com o repouso;
  • Rigidez matinal < 30min;
  • Redução da amplitude do movimento articular;
  • Fraqueza da musculatura periarticular;
  • Acomete principalmente interfalangianas distais;
  • No joelho pode ter aumento de volume e crepitação.

Diagnóstico

O diagnóstico da osteoartrite é geralmente baseado nos sintomas do paciente, histórico médico e exame físico, além de exames de imagem, como radiografias e ressonância magnética.

Os principais sinais radiol´ógicos são:

  • Presença de osteófitos
  • Redução do espaço articular
  • Esclerose do osso subcondral
  • Cistos subcondrais
  • Colapso do osso subcondral

Conduta no PS nos casos de osteoartrite

O tratamento de pacientes com osteoartrite no pronto-socorro (PS) geralmente envolve alívio da dor e orientação sobre medidas que possam ajudar a controlar a doença a longo prazo.

As principais orientações são:

  • Orientar perda de peso e exercício físico;
  • Terapia farmacológica: Paracetamol ou AINE (se sinais inflamatórios);
  • Injeção intra-articular de corticoide se dor refratária;
  • Alta com orientações;
  • Encaminhar para atendimento em unidade básica de saúde.

Continue estudando sobre o tema!

Seu sonho é atuar no pronto-socorro? Conheça nosso pós em medicina de emergência!

A osteoartrite é uma condição comum, afetando cerca de 10% da população mundial. Para os médicos, é importante estar atualizado sobre as condutas mais eficazes no tratamento da osteoartrite. Nesse sentido, fazer uma pós-graduação em medicina de emergência pode ser uma excelente opção para se aprimorar nessa área.

Durante a pós-graduação, os profissionais aprendem a identificar e tratar casos de osteoartrite, bem como outras condições musculoesqueléticas que podem surgir em situações de emergência. Através de aulas teóricas e práticas, os alunos aprendem a:

  • Avaliar e tratar pacientes com dor articular aguda
  • Identificar fatores de risco para a osteoartrite
  • Orientar os pacientes sobre medidas preventivas e terapêuticas.

Referência bibliográfica

  • GUILHERME, T. J.; FERREIRA, A. S.; SANTOS, A. S. Osteoartrite: etiopatogenia, fisiopatologia e abordagem clínica. Revista de Ciências Médicas, v. 25, n. 1, p. 37-44, 2016.

Sugestão de leitura complementar

•Importante avaliar na palpação