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Entendido os conceitos iniciais e as potenciais complicações que o acesso venoso central pode desencadear, agora é hora de aprender como fazer o procedimento.
Durante as últimas décadas, diferentes técnicas foram testadas. Porém, a de Seldinger se estabeleceu como a preferencial, tendo o vista o menor risco de complicações, maior hemostasia e praticidade.
É importante lembrar que o acesso venoso central é um procedimento estéril, exigindo, portanto, uma paramentação completa com gorro, máscara, avental, luvas estéreis e lavagem cirúrgica das mãos.
Materiais para a técnica de acesso venoso central
O procedimento requer que alguns materiais estejam à mão, sempre esterilizados, conforme necessário a fim de evitar complicações.
- Soluções degermantes
- Pinças para assepsia
- Cateteres venosos centrais (mono, duplo ou triplo lúmen)
- Dilatador rígido do cateter venoso central
- Agulhas metálicas (18 G de 8 cm)
- Seringas
- Conectores (tampinhas e/ou equipo)
- Soluções antissépticas (alcoólicas)
- Anestésico local com xilocaína a 2% sem vasoconstrictor
- Frascos com solução salina
- Fases estéreis
- Gorro e máscara
- Luvas e aventais estéreis
- Campos cirúrgicos estéreis
- Fios de sutura para fixação
- Material cirúrgico para fixação (porta-agulha, pinças e tesouras)
- Esparadrapos comuns, hipoalérgicos e cirúrgicos
- Caixa para descarte de materiais perfurocortantes
- Se possível, aparelho de ultrassonografia com transdutor linear de alta frequência
Técnica de Seldinger
Passo a passo do Acesso Venoso Central
- Posicionamento do paciente:
- Veia Jugular Interna e Veia Subclávia: Cabeça rotacionada 45º para o lado contralateral ao da punção + Posição de Trendeleburg (pernas mais elevadas do que a cabeça)
- Veia Femoral: Cabeceira elevada a 15º + leve flexão e rotação lateral da coxa


2. Realizar a punção de acordo com os referenciais anatômicos da veia central a ser puncionada;
3. Introduzir lentamente a agulha em aspiração contínua até refluir sangue;
4. Retirar a seringa e inserir o fio-guia com a ponta em “J” direcionada para baixo;
5. Usar o dilatador para aumentar o orifício e facilitar a inserção do cateter. Lembrar de segurar o fio-guia durante a inserção do cateter para não perdê-lo dentro da vaso;
6. Após inserção do cateter, retirar o fio-guia e acoplar o equipo;
7. Realizar Teste de Perviedade: colocar a bolsa de soro abaixo do nível do átrio direito, o que deve provocar refluxo de sangue até o equipo de soro;
Obs: Caso o sangue não reflua, deve-se tracionar o cateter levemente e realizar novamente o teste. Se permanecer negativo, o cateter pode não estar na veia, devendo ser removido para realizar novamente a punção.
8. Fixar o cateter na pele com pontos simples;

9. Curativo: gaze + esparadrapo;
10. Solicitar radiografia de tórax para confirmar posicionamento adequado.

É importante ressaltar que após 3 tentativas mal sucedidas, é indicado a troca do sítio de punção, a fim de evitar possíveis complicações.

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Perguntas Frequentes:
1 – Quais os materiais essenciais para realizar um acesso venoso central?
Solução degermante, pinças, fio-guia, cateter, dilatador, anestésico local e fios de sutura para fixação.
2 – Qual a posição do paciente para acesso na veia subclávia ou jugular interna?
Cabeça rotacionada 45º para o lado contralateral ao da punção + Posição de Trendeleburg (pernas mais elevadas do que a cabeça)
3 – Qual o nome da técnica principal para obter um acesso venoso central?
Técnica de Seldinger.
Referências
Procedimentos em Emergência FMUSP, 2016.
Betina Luiza Schwan. Acesso Venoso Central. Disponível em: < https://bit.ly/3kgkCUD >.
Alan C. Heffner, MD. Mark P Androes, MD. Overview of central venous access in adults. Disponível em: < https://bit.ly/3qyNefX >. UpToDate.