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A Cardiologia é a especialidade médica que estuda o coração, os grandes vasos e as doenças relacionadas a essas estrutura, tais como:
- Hipertensão
- Insuficiência cardíaca
- Acidente vascular cerebral
- Doença cardíaca coronária
A lista de enfermidades ligadas ao coração é longa, mas uma delas chama atenção pela forma como é conhecida: a “síndrome do coração partido”. Poético, não é mesmo?
Essa doença tem sintomas semelhantes ao infarto e é desencadeada por situações de estresse agudo emocional ou físico, como por exemplo a morte de uma pessoa querida, a perda do emprego, o rompimento de um relacionamento afetivo. Daí o nome.
Atualmente, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de um terço de todas as mortes no mundo, de acordo com dados atualizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2019.

O Cardiologista e sua rotina
Como na maioria das especialidades, a rotina do Médico Cardiologista está relacionada à sua área de atuação.
Cardiologistas clínicos têm um contato muito próximo com o paciente e sua doença, por exemplo. Já os médicos que trabalham com métodos diagnósticos e gráficos têm pouco ou nenhum contato.
Os diaristas de unidades coronarianas ou de pós-operatório de cirurgias cardíacas lidam com pacientes graves, enquanto os clínicos “de consultório” atendem a pacientes com doenças estáveis.
Escalas de sobreaviso e plantões são comuns na rotina do médico com uma subespecialidade que lida com pacientes mais graves e instáveis, como diaristas de Unidade Coronárias (UCOs), unidades de pós-operatórios, intervencionistas.
Ser dinâmico e estar sempre em constante atualização são algumas características desejadas para o especialista em Cardiologia.
A perseverança e paciência também são virtudes que devem fazer parte de quem deseja o sucesso na área.

A Residência Médica em Cardiologia
Esta residência, com duração de dois anos, tem como principal objetivo preparar o médico para atuar em Cardiologia Clínica Geral.
Porém, para ingressar na Residência em Cardiologia, o profissional deve antes ter cursado dois anos de Clínica Médica. Ou seja, não é um programa de acesso direto.
Os residentes que optarem por uma subespecialidade terão de passar por novo processo seletivo após conclusão regular do curso e fazer mais dois anos de subespecialidade.
A distribuição da carga horária na Residência em Cardiologia varia conforme as características de cada instituição e contempla a vivência em:
- Ambulatórios
- Interconsultas
- Avaliação de métodos diagnósticos
- Plantões em unidades de pronto atendimento, UCOs e pós-operatório de cirurgia cardíaca
Nos grandes centros, os plantões noturnos fazem parte da rotina de aprendizado dos residentes.
Áreas de atuação na Cardiologia
A área de atuação do Médico Cardiologista é vasta e envolve a prevenção, a investigação diagnóstica, os cuidados clínicos, além de procedimentos intervencionistas e reabilitação. Veja abaixo as três grandes áreas e as respectivas subespecialidades:
Atuação intervencionista na Cardiologia
- Estimulação cardíaca
- Eletrofisiologia invasiva
- Cardiologia intervencionista
Atuação diagnóstica na Cardiologia
- Tomografia
- Reabilitação
- Ecocardiografia
- Medicina nuclear
- Métodos gráficos
- Ressonância magnética
Atuação clínica na Cardiologia
- Transplante
- Dislipidemias
- Miocardiopatias
- Hipertensão arterial
- Eletrofisiologia clínica
- Cardiopatia da mulher
- Cardiopatias Congênitas
Ao escolher uma área de atuação da Cardiologia, vale a pena calcular quanto tempo será necessário investir na formação.
Para um Cardiologista Intervencionista, o tempo médio é de 12 anos. Seis anos de graduação, dois anos de Clínica Médica, dois anos de cardiologia e mais dois anos da subespecialidade.
Mercado de Trabalho da Cardiologia
Apesar de ser uma das dez especialidades com maior número de médicos, 15.516 em 2018, a perspectiva de mercado de trabalho para o cardiologista é boa.
Isso porque existe uma carência de profissionais em relação ao aumento de incidências de doenças cardiológicas ligadas ao envelhecimento da população mundial.
Além das possibilidades de atuação mais “tradicionais”, a Cardiologia permite aos médicos empreenderem em estruturas e serviços especializados além de optarem pela Telemedicina.
A possibilidade de trabalhar a partir da própria residência tem tornado essa modalidade de plantão muito atrativa do ponto de vista da qualidade de vida.
Remuneração do Médico Cardiologista
No Brasil, o Médico Cardiologista recebe um salário médio de R$ 5.977,19 para uma jornada de trabalho de 22 horas semanais. A informação é de uma pesquisa do site Salário, com base em levantamento próprio e dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Para um Médico Cardiologista recém-formado, a média salarial fica em torno de R$ 7.660,47 mensais para 24 horas semanais de trabalho.
Nessa mesma pesquisa, o site exibe os salários por gênero. Dos entrevistados, 85 são mulheres com remuneração média de R$ 5.902,18 para uma jornada semanal de 21 horas. Já os homens somam 152 entrevistados, o que resultou na média salarial de R$ 6.019,14 para 22 horas por semana.
História da Cardiologia
É possível encontrar registros médicos e estudos do coração desde o Antigo Egito. Inclusive, um dos primeiros relatos do sistema cardiocirculatório está registrado nos papiros de Smith, com mais de 3 mil anos de idade.
Os conhecimentos foram sendo mais elaborados na Grécia antiga e também em Alexandria, mas cessou sob o domínio dos romanos . Eles foram revividos com a introdução da dissecção anatômica nas universidades europeias, abrindo o caminho para a descoberta da circulação do sangue.
Inicialmente a Cardiologia era um assunto dentro da Clínica Médica. Foi então que, em função do desenvolvimento e complexidade crescente, na década de 1920, ela foi separada e passou a ser uma especialidade autônoma e bem definida.
No Brasil, a primeira tentativa de criar uma “Sociedade Brasileira de Cardiologia e Hematologia” aconteceu em 1933, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. No entanto, a iniciativa não prosperou.A Sociedade Brasileira de Cardiologia foi fundada, então, em 1943, por estudantes do 3º Curso do Serviço de Cardiologia do Hospital Municipal de São Paulo. A instituição foi a 5ª Sociedade Nacional no Continente Americano e a 13ª no mundo.

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