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A cirurgia de cabeça e pescoço é a especialidade médica que trata das doenças e tumores que acometem a região da face, fossas nasais, seios paranasais, boca, faringe, laringe, tireoide, paratireoides, glândulas salivares, dos tecidos moles do pescoço e couro cabeludo.
A especialidade, no entanto, não abrange os tumores ou doenças do cérebro e outras áreas do sistema nervoso e nem da coluna cervical. Esses procedimentos são realizados pelo neurocirurgião.
De acordo com a ´última Demografia Médica no Brasil, divulgada em 2020, existem 1.193 cirurgiões de cabeça e pescoço. A maior parte desses especialistas (mais de 50%) concentram-se na região sudeste.
Residência médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço
A residência nessa especialidade dura dois anos, mas tem como pré-requisito a residência em Cirurgia Geral, que dura outros dois anos. O profissional também poderá fazer residência em otorrinolaringologia (ORL) e depois fazer uma subespecialização em cirurgia de cabeça e pescoço.
As atividades da residência variam conforme o hospital, mas, em geral, no primeiro ano o residente é responsável por rotinas de enfermaria, sobreaviso das operações de urgência, operações com anestesia local e de pequeno e médio e médio porte.
No segundo ano, o médico residente realiza procedimentos de médio e grande porte, especialmente operações compostas para tumores, assim como cirurgias de base de crânio. Nesse período, são comuns as cirurgias longas, com mais de 6 horas de duração.
As atividades científicas são essenciais para o aprendizado da base teórica da especialidade e, por isso, não devem ser negligenciadas. Cada serviço tem o seu próprio sistema de organização de aulas e seminários. Apesar de não haver um padrão único, a SBBCP e o MEC fazem recomendações do conteúdo mínimo a ser ministrado ao residente nesses dois anos.
Rotina do especialista em cirurgia de cabeça e pescoço
O cirurgião de cabeça e pescoço deve ser perfeccionista e ter conhecimento oncológico e da anatomia tipográfica, além de habilidades cirúrgicas. Dentre as operações rotineiras desse profissional, o esvaziamento cervical representa de maneira mais completa os elementos da especialidade — exprime a precisão, delicadeza e conhecimentos necessários para o tratamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço.
Essas são as cirurgias mais comuns na rotina desse cirurgião:
- Cirurgias da glândula tireóide e paratireóides;
- Tumores de pele;
- Glândulas salivares;
- Tumores malignos do trato aerodigestivo alto (boca, orofaringe, laringe, hipofaringe);
- Cistos branquiais e do ducto tireoglosso;
- Tumores dos seios nasais;
- Malformações cervicofaciais;
- Tumores da base do crânio.
Rotina ambulatorial
A cirurgia de cabeça e pescoço é uma especialidade essencialmente cirúrgica, com ênfase em oncologia. Por isso, no consultório predominarão avaliações de pacientes encaminhados com possível indicação cirúrgica ou casos de dúvida diagnóstica.
Nesses casos, o foco do especialista são rotinas diagnósticas, estadiamento, orientações em relação ao tratamento e ao seguimento oncológico.
Rotina cirúrgica
Cerca de 70% das cirurgias realizadas pelo especialista em cabeça e pescoço são tireoidectomias, que podem ser totais ou parciais, com ou sem esvaziamento cervical. Esses procedimentos são delicados exigem técnica apurada de dissecção e hemostasia.
Os demais procedimentos se dividem entre patologias benignas e oncologia cirúrgica. São frequentes as cirurgias de glândulas salivares, como as da parótida e submandibulares. Essas operações são tecnicamente exigentes e demandam muito conhecimento anatômico e treinamento, uma vez que as sequelas decorrentes de lesões podem gerar danos estéticos e funcionais ao paciente.
Outros procedimentos frequentes são as cirurgias compostas para tumores de cavidade oral e orofaringe, assim como as operações totais e parciais da laringe e exérese de cistos e anomalias congênitas.
Cirurgia de cabeça e pescoço: procedimentos diagnósticos
Os procedimentos diagnósticos mais comuns na rotina do cirurgião de cabeça e pescoço são a videolaparoscopia e a punção aspirativa por agulha fina (Paaf). Saiba mais sobre cada um deles!
Videolaparoscopia
É um procedimento ambulatorial e não há necessidade de anestesia ou sedação. Também não exige treinamento formal ou curso, mas é recomendável ter experiência prévia, especialmente para a realização e biópsias.
Punção aspirativa por agulha fina
É uma importante ferramenta diagnóstica empregada na investigação de nódulos e massas cervicais. O treinamento para a realização das punções e preparo das lâminas é feito em cursos específicos.
Mercado de trabalho e remuneração
De acordo com a Sociedade Brasileira de cirurgia de cabeça e pescoço (SBCCP), existe carência de profissionais em praticamente todas as regiões metropolitanas do Brasil. Exceto na grande São Paulo, que concentra cerca de 40% dos titulados nesta especialidade. Nas cidades de médio e pequeno porte, os procedimentos mais comuns do especialista são realizados por cirurgião geral.
Esses dados são atrativos para quem está iniciando a carreira. Uma vez que estimula a inserção no mercado de trabalho para além da região sudeste. Os centros de médio porte e hospitais regionais são uma boa porta de entrada.
Um cirurgião de cabeça e pescoço ganha em média R$ 4.907,82 para uma jornada de trabalho de 25 horas semanais. De acordo com uma pesquisa do site Salário junto com dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. O período avaliado foi de outubro de 2020 a setembro de 2021.
A faixa salarial vai de R$ 4.479 a R$ 11.245,23 (teto salarial de 2021). Esses valores não incluem nenhum tipo de adicional salarial.
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