Cirurgia pediátrica

Cirurgia Pediátrica: residência, áreas de atuação, salário e mais

Cirurgia Pediátrica: residência, áreas de atuação, salário e mais

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Imagem de perfil de Residência Médica

As especialidades médicas de pediatria e cirurgia pediátrica são fundamentais. Isso porque as crianças apresentam doenças específicas que demandam cuidados diferentes dos oferecidos aos adultos. Uma frase muito utilizada pelos profissionais da área é que “um adulto pode ser seguramente tratado como uma criança, mas o contrário pode ser desastroso”.

A cirurgia pediátrica é responsável pelo tratamento cirúrgico de doenças que acometem pacientes desde o período fetal até o início da vida adulta.

No Brasil, existem 1.245 cirurgiões pediátricos. Segundo dados do último estudo da Demografia Médica no Brasil, divulgada em 2023.

Neste post, você vai ter acesso a tudo que precisa saber sobre:

  • Rotina da especialidade
  • Atuação profissional
  • Mercado de trabalho
  • Como funciona a residência médica                           

O especialista em cirurgia pediátrica e sua rotina

A cirurgia pediátrica é considerada a cirurgia geral da criança. Por isso, é uma especialidade muito abrangente e dinâmica. O seu escopo começa desde a vida fetal do paciente e vai até a adolescência.

Um exemplo disso são as patologias pré-natais, detectadas cada vez precocemente com as novas tecnologias em exames de imagem, e as doenças que podem ser desenvolvidas na juventude, como um caso de apendicite ou intussuscepção intestinal. 

O cirurgião pediátrico é o profissional indicado para avaliar sintomas potencialmente decorrentes de patologias cirúrgicas, como dores abdominais e malformações. Por isso, em sua rotina, há grande interação com médicos pediatras, que solicitam consultas para melhorar avaliações de determinadas doenças ou indicam tratamentos cirúrgicos.

A área de atuação do cirurgião pediátrico compreende as seguintes afecções cirúrgicas:

  • de cabeça e pescoço;
  • torácica;
  • do aparelho gastrointestinal;
  • oncológica;
  • geniturinária;
  • neonatal para correção de malformações congênitas;
  • traumas.

Boa parte das patologias tratadas por esse profissional são emergenciais e há bastante espaço para trabalho em esquemas de sobreaviso e na rotina ambulatorial.

Nos ambulatórios, predominam patologias menos graves e complexas, com procedimentos mais tranquilos, como biópsias excisionais, drenagem de abcessos e herniorrafias inguinais e umbilicais. 

Já em centros universitários, a rotina é mais complexa e costuma-se tratar pacientes em estado mais grave, que necessitam de procedimentos cirúrgicos extensos. É o caso dos transplantes, correções de malformações e de defeitos urológicos e diafragmáticos.

As características do cirurgião pediátrico

O cirurgião pediátrico precisa ter todas as características necessárias a um cirurgião geral — formação sólida em clínica cirúrgica, conhecimentos aprofundados sobre fisiologia e fisiopatologia, domínio do pré e pós-operatório, manejo dos pacientes e habilidades manuais. 

Além disso, também é necessário ter a sensibilidade de um pediatra e grande capacidade de realizar um trabalho multiprofissional. Isso acontece porque há uma grande zona de intersecção das patologias tratadas por esse profissional e os demais especialistas.

Mercado de trabalho e remuneração

O mercado de trabalho para cirurgiões pediátricos concentra-se no grandes centros urbanos, principalmente na região sudeste. Isso porque, conforme dados da Demografia Médica no Brasil, são os lugares onde há um número maior de especialistas.

No entanto, a área está crescendo nos estados fora do eixo Sul-Sudeste. Em alguns estados há poucos profissionais disponíveis, o que pode ser uma grande oportunidade. No Acre, por exemplo, só há um cirurgião pediátrico titulado pelo CFM e, em Roraima, apenas dois. 

A maioria dos especialistas está ligada a um hospital ou grupo, principalmente aqueles que dispõem de serviços de berçário e neonatologia. Nesses ambientes, é comum o trabalho em esquema de plantão, com atendimentos de urgência e emergência.

No entanto, também é possível que o cirurgião pediátrico atenda em consultório, com pacientes particulares e de convênio, embora seja menos comum. 

Remuneração cirurgião pediátrico

 Um médico cirurgião pediátrico ganha em média R$ 6.722,35 para uma jornada de trabalho de 21 horas semanais.

A faixa salarial do cirurgião pediátrico fica entre R$ 4.500 (salário mediana da pesquisa) e R$ 16.144,67 (teto salarial), de acordos coletivos levando em conta profissionais em regime CLT de todo o Brasil.

As informações são de acordo com pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. O período avaliado foi de  março de 2022 a março de 2023.

*os dados não levam em consideração adicionais salariais de nenhum tipo

Vale lembrar que o salário do cirurgião pediátrico pode variar conforme o nível de experiência do profissional, a área de atuação e região do país.

A residência médica em Cirurgia Pediátrica

A residência médica em Cirurgia Pediátrica tem duração de 3 anos e pré-requisito de dois anos de residência em Cirurgia Geral — e não em pediatria, como algumas pessoas pensam. Ao longo do programa, o médico faz um rodízio por todas as áreas cirúrgicas, exceto cirurgia cardíaca e neurocirurgia. 

A residência treina e capacita os profissionais nas áreas de cirurgia pediátrica:

  • Neonatal;
  • Geral;
  • Oncológica (formação básica);
  • Trauma;
  • Vídeo assistida (formação básica).

Alguns serviços também promovem formação mais específica em áreas especiais nos últimos dois anos de curso ou até num quarto ano complementar de cirurgia:

  • Pediátrica de transplante, nível quaternário;
  • Urológica pediátrica avançada, nível terciário e quaternário;
  • Pediátrica vídeo assistida avançada;
  • Oncológica pediátrica avançada; ou
  • Pediátrica fetal. 

A residência é puxada e a maioria dos hospitais só aceita cerca de dois ou três residentes por ano. Por isso, ao escolher o programa, tenha a certeza de que ele conta com um serviço de atendimento de baixa complexidade, o que pode garantir a realização de cirurgias ambulatoriais, mas que também tenha alguma maternidade ou berçário associado, e que conte com uma unidade de terapia intensiva (UTI) bem estruturada.

Outro diferencial para o programa é a existência e a qualidade do material de videocirurgia, pois essa atividade é crescente na cirurgia pediátrica. 

Ao final de residência, o médico precisa fazer uma prova de título realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE), avalizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo CFM. 

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