Neurologia

Desenvolvimento do Sistema Nervoso: Análise Embriológica da Medula Espinhal | Colunistas

Desenvolvimento do Sistema Nervoso: Análise Embriológica da Medula Espinhal | Colunistas

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Início

A partir da terceira semana com o desenvolvimento da placa neural e da fenda neural, na face posterior do embrião trilaminar.

Placa neural: área espessada do ectoderma embrionário.

Notocorda e mesoderma paraxial: estimulam o ectoderma sobreposto a se diferenciar na placa neural.

Crista neural: dá origem às células que formam a maior parte do sistema nervoso periférico e autônomo.

Neurulação: iniciando durante a quarta semana ( 22-23 dias), tem como local primordial entre o quarto e sexto pares de somitos. Ademais, forma a placa neural e o tubo neural.

Fusão das pregas neurais: direção crânio-caudal até que somente pequenas áreas do tubo neural continuam abertas nas extremidades; nesses locais,  o lúmen mantém comunicação com a cavidade amniótica.

Fechamento dos neuróporos: rostral se fecha aos 25 dias e o caudal, 2 dias depois. Tal fechamento, coincide com a circulação vascular de volta para o tubo neural, tendo participação de syndecan-4 e Vangl2.

Syndecan-4: É um dos quatro sindecanos moleculares. Os sindecanos são os proteoglicanos da membrana plasmática mais bem caracterizados. Seu domínio intracelular da proteína central que atravessa a membrana interage com o citoesqueleto de actina e moléculas de sinalização no córtex celular.

Vangl2: proteína 2 de polaridade de célula planar VANGL. A proteína codificada transmite sinais direcionais para células individuais ou grupos de células em folhas epiteliais e atua no desenvolvimento da placa neural.

Medula Espinal

Primordialmente, se desenvolve a partir da porção caudal da placa neural e da eminência caudal.

O tubo neural caudal ao quarto par de somitos se desenvolve e origina a medula espinhal.

Canal central: camadas laterais do tubo neural se espessam e aos poucos, reduzem o tamanho do canal neural.

Composição da parede do tubo central: espesso e pseudoestratificado neuroepitélio colunar, tais células neuroepiteliais formam a zona ventricular, originando todos os neurônios e células macrogliais  na medula espinhal.

Zona marginal: composta pelas partes externas das células neuroepiteliais, gradualmente se transforma na substância branca da medula espinhal, juntamente com o crescimento de axônios através dos corpos neuronais na medula espinhal, nos gânglios espinais e no cérebro.

Neuroblastos: neurônios primordiais, formam uma zona intermediária (camada do manto), localizada entre a zona ventricular e a zona marginal. Se transformam em neurônios quando desenvolvem processos citoplasmáticos.

Glioblastos: células de suporte do sistema nervoso central. Após o término da formação dos neuroblastos, ocorre seu processo de diferenciação, migram da zona ventricular para a zona intermediária e a zona marginal, uns se transformam em astroblastos e posteriormente em astrócitos, e outros se transformam em oligodendroblastos e posteriormente em oligodendrócitos.

Epêndima: é formado quando as células neuroepiteliais param a produção de neuroblastos e gioblastos, sua função é revestir o canal central da medula espinhal.

Micróglia: são pequenas células derivadas de células mesenquimatosas. Estão localizadas na substância cinzenta e branca da medula espinhal; elas invadem o SNC no final do período fetal, após a penetração dos vasos sanguíneos.

Sulco limitante: o espessamento diferencial das paredes laterais da medula espinhal, formado pela proliferação e diferenciação de células neuroepiteliais da medula espinhal em desenvolvimento, produz o sulco limitante, uma rasa fenda longitudinal.

As placas que produzem protuberâncias longitudinais, são divididas em:

Parte dorsal: placa alar.

Parte ventral: placa basal.

Corpos celulares das placas alares formam as colunas cinzentas dorsais, estendendo por toda a medula espinal. Em cortes transversais essas colunas formam cornos cinzentos dorsais. Os neurônios dessas colunas constituem os núcleos aferentes, que formam as raízes dorsais dos nervos espinhais. Os corpos celulares das placas basais formam as colunas cinzentas ventral e lateral.

Gânglios Espinhais

As células da crista neural originam os neurônios unipolares nos gânglios espinhais, as fases periféricas das células do gânglio espinhal passam pelos nervos espinhais para as terminações sensoriais das estruturas somáticas ou viscerais. Os processos centrais são responsáveis pela formação das raízes dorsais dos nervos espinhais.

Meninges Espinhais

Conceituado como revestimentos membranosos do cérebro e da medula espinhal, se desenvolvem a partir de células do mesênquima e células da crista neural durante os dias 20 a 35, tais células migram e cobrem o tubo neural e formam as meninges primordiais.

Dura-máter:  camada externa das membranas.

Camada interna: pia-máter e aracnoide-máter (leptomeninges). É derivada de células da crista neural. Espaço subaracnóideo é o fluido que surge entre as leptomeninges coalescidas.

Liquor: começa a se formar durante a quinta semana.

Mielinização das Fibras Nervosas

Durante o final do período fetal, a bainha de mielina começa a se envolver com as fibras nervosas no interior da medula espinhal e começam a crescer até o primeiro ano pós-natal. Quando os tratos fibrosos são  revestidos pela bainha de mielina, começam a ser funcionais. Raízes motoras se tornam funcionais primeiro que as sensoriais, ou seja, são mielinizados primeiramente. Bainha de mielina que cerca os axônios das fibras nervosas periféricas são formadas pelas membranas plasmáticas do neurolema (Bainha das células de Schwann).

Intergrinas B1 e Profilina 1: proteína que regula a mielinização das fibras nervosas.

Conclusão

No embrião, a medula espinhal estende-se por todo o comprimento do canal vertebral, mas a coluna vertebral e a dura-máter crescem mais rapidamente, e a extremidade caudal da medula espinhal coloca-se gradualmente em níveis relativamente mais altos.

Autor: Matheus Neres Batista

Instagram: @matheus_neres0

O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Referências:

Livro Embriologia Básica 9º edição ( KITH L, et al.)

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