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Escore de Wells: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!
Por conta da sua clínica variada e a pouca sensibilidade e especificidade dos exames de rotina, torna-se necessária a estimação da probabilidade clínica do paciente apresentar tromboembolismo pulmonar antes mesmo da realização de exames complementares.
Atualmente, a ferramenta mais utilizada e eficaz para esse fim é o Escore de Wells.
O que é Tromboembolismo Pulmonar?
O tromboembolismo pulmonar (TEP) é caracterizado pela impactação de um êmbolo no sistema arterial pulmonar. Este êmbolo é resultado de um desprendimento total ou parcial de um trombo geralmente formado no sistema venoso profundo do paciente.
O TEP é uma condição frequente, de manifestação clínica variada e potencialmente fatal. Desta forma, sua identificação deve ser feita da maneira mais rápida possível, evitando sua evolução e piora do prognóstico.
Quais os sintomas do tromboembolismo pulmonar?
A sintomatologia do tromboembolismo pulmonar é inespecífica. Esses pacientes podem apresentar um amplo espectro clínico que vai de hemodinamicamente instáveis a paciente que cursam com sintomas gerais como.
O sintoma mais prevalente nos pacientes com TEP é a dispneia, seguido pela dor torácica de caráter pleurítico e tosse, que pode se apresentar seca ou hemoptoica.
Alterações hemodinâmicas como hipotensão e até mesmo choque obstrutivo são observados nos pacientes com TEP de alto risco, podendo estar associados a arritmias.
Sintomas menos comuns que podem ser manifestados por pacientes com TEP são síncope, dor retroesternal, ansiedade e redução do do nível de consciência.
O Escore de Wells e a sua importância para o diagnóstico de TEP
Em decorrência da inespecificidade do quadro clínico são necessários exames complementares para fechar o diagnóstico de TEP.
Para facilitar na condução da propedêutica e terapêutica, utilizamos pré-testes diagnósticos para determinar a probabilidade clínica e não retardar o início da anticoagulação, buscando assim reduzir a mortalidade do quadro.
O escore leva em consideração os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença, sem utilizar de exames complementares. Para cada aspecto do escore é atribuído uma pontuação especifica.
O somatório final nos garante, de maneira aproximada, a classificação do paciente em alta (>7 pontos), média (2-6 pontos) ou baixa (0-1 ponto) probabilidade clínica de ter TEP.
Quais as principais vantagens do escore de Wells?
O escore de Wells possui muitas vantagens na pratica médica. Sua aplicação é rápida e não possui custos.
Além disso, segundo a diretriz de Embolia Pulmonar do American College of Physicians (2015), o uso do escore é fundamental para evitar a utilização de exames mais complexos e caros, como a tomografia computadorizada, em pacientes com baixa suspeita de TEP.
Limitações do Escore de Wells
Apesar de útil, a ferramenta apresenta algumas limitações. Uma delas é a alta pontuação atribuída ao critério “diagnóstico alternativo menos provável que TEP”.
Esse critério é considerado subjetivo e por esse motivo pode fazer com que os resultados flutuem a depender do médico que estiver aplicando o escore.
Referências bibliográficas
- Knobel, Elias. Condutas no paciente grave. 3 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.
- Medicina intensiva: abordagem prática. Universidade de São Paulo / Luciano César Pontes de Azevedo et al. 2. ed. Barueri, SP : Manole, 2015.
- Paciente Crítico: diagnóstico e tratamento. Hospital Sírio-Libanês / Guilherme Schettino et al. 2 ed. Barueri, SP: Manole, 2012
- Raja AS, Greenberg JO, Qaseem A, Denberg TD, Fitterman N, Schuur JD, et al. Evaluation of Patients With Suspected Acute Pulmonary Embolism: Best Practice Advice From the Clinical Guidelines Committee of the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2015 Nov 3. 163 (9):701-11.