Carreira em Medicina

Otite média aguda (OMA) na criança

Otite média aguda (OMA) na criança

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A otite média é definida como uma infecção do fluido do ouvido médio. É um espectro de doenças que incluem otite média aguda (OMA), otite média supurativa crônica (CSOM) e otite média com efusão (OME).

A otite média aguda é o segundo diagnóstico pediátrico mais comum no setor de emergência, após infecções de vias aéreas superiores. Embora a otite média possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre as idades de 6 a 24 meses.

Nossa Orelha divide-se em 3 partes:

  • Orelha externa;
  • Orelha Média;
  • Orelha Interna.

Todas as 3 partes estão situadas no osso temporal (um dos ossos do crânio), localizado na face lateral da caixa craniana. Além da orelha, alojam-se no temporal, o nervo facial (VII par de nervo craniano) e o nervo vestíbulo-coclear (VIII par).

A orelha Média é composta por membrana timpânica; ossículos: martelo, bigorna e estribo; e tuba Auditiva. É responsável pela transmissão e transformação das ondas sonoras da orelha externa para a orelha interna, sem perda de energia.

Distinção entre os tipos de otite

A distinção entre alguns pode ser confusa, por isso, vamos definir melhor:

  • Otite média: é a inflamação do ouvido médio sem referência a etiologia ou patogenia;
  • Otite média aguda (OMA): é o rápido início de sinais e sintomas, como a otalgia e a febre, que acompanham a infecção aguda do território do ouvido médio;
  • Otite serosa: ou otite média com derrame ou efusão, é a inflamação do ouvido médio com uma coleção de líquido no interior do espaço da caixa do tímpano. Não existem sinais ou sintomas da otite média aguda e não há perfuração da membrana timpânica;
  • Exsudatos timpânicos: Refere-se as características do líquido contido no interior do ouvido médio. Não necessariamente relaciona-se com a etiologia, patogênese, patologia ou duração. Estes exsudados podem ser: serosos –líquido fino e aquoso; mucosos –líquido espesso, viscoso, mucoide; purulentos – presença de pus; mucopurulentos – uma combinação destes.

Fisiopatologia da Otite Média Sguda

Para entendermos a fisiopatologia da doença, é necessário ter conhecimento sobre a tuba auditiva, que apresenta intima relação com o funcionamento da orelha média, já que a disfunção tubária é um importante fator na patogênese da OMA.

A tuba auditiva é um ducto ósteo cartilaginoso que comunica o ouvido médio à rinofaringe. Seus dois terços ântero-mediais são de origem cartilaginosa e o terço póstero-lateral é ósseo.

Imagem ilustrativa da Anatomia da orelha.

Imagem: Anatomia da orelha. Fonte: Netter & Machado. Atlas interativo de Anatomia Humana. 2004.

O sistema tuba auditiva-orelha média pode ser comparado a um frasco, onde a abertura do frasco representa o orifício nasofaríngeo; a parte mais estreita é a região cervical, o istmo da tuba; e a porção do bulbo (cavidade do frasco), a orelha média.

Na criança, o curto istmo não protege como no adulto, levando a refluxo para dentro do frasco. Outro fator importante é a posição supina, adotada pela criança para alimentação, que aumenta a possibilidade de refluxo e, dessa forma, a incidência de otite média.

Imagem ilustrativa do Sistema tuba auditiva-orelha média.

Imagem: Sistema tuba auditiva-orelha média. (1) Frasco comparado com tuba auditiva; (2) Tuba adulto; (3) Tuba criança. Fonte: Neto.

A tuba auditiva tem 3 funções principais em relação à orelha média:

  • Proteção contra secreção e gradiente de pressão da nasofaringe;
  • Drenagem e clearance de secreção da orelha média para a nasofaringe;
  • Ventilação da orelha média para equalizar sua pressão com a pressão atmosférica. Esta é a função mais importante, porque a audição é melhor quando a pressão da orelha média é semelhante a pressão do conduto auditivo externo.

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