Índice
- 1 Fisiopatologia do sangramento do nariz
- 2 Quais as principais causas de sangramento nasal?
- 3 Principais manifestações clínicas que acompanham o sangramento nasal
- 4 Como manejar um paciente com sangramento nasal na emergência?
- 5 Tratamento adicional
- 6 Aprenda a fazer um tamponamento nasal com segurança
- 7 Relembre a anatomia das vias aéreas superiores
- 8 Referência bibliográfica
- 9 Sugestão de leitura complementar
Sangramento nasal: saiba como manejar o paciente com essa queixa durante a sua prática médica!
O sangramento nasal, também conhecido como epistaxe, é uma condição comum que afeta pessoas em todo o mundo. Caracterizado pela saída de sangue pelas narinas, o sangramento nasal pode variar de uma ocorrência leve e autolimitada a um problema mais grave que requer atenção médica imediata.
Estima-se que a maioria das pessoas experiencie pelo menos um episódio de sangramento nasal em algum momento de suas vidas.
Fisiopatologia do sangramento do nariz
A fisiopatologia da epistaxe, ou sangramento nasal, envolve vários processos que podem levar à ruptura dos vasos sanguíneos nasais e subsequente extravasamento de sangue pelas narinas.
Embora a fisiopatologia exata possa variar dependendo da causa subjacente do sangramento nasal, algumas das principais etapas envolvidas são as seguintes:
- Lesão ou fragilidade dos vasos sanguíneos nasais
- Ruptura dos vasos sanguíneos
- Formação de coágulos sanguíneos
- Inflamação e cicatrização
Lesão ou fragilidade dos vasos sanguíneos nasais
Os vasos sanguíneos nasais são compostos por pequenos capilares e arteríolas que fornecem sangue para as membranas mucosas e tecidos nasais.
Esses vasos podem se tornar frágeis devido a vários fatores, como:
- Ressecamento das mucosas nasais
- Irritação crônica
- Infecções
- Lesões físicas.
Ruptura dos vasos sanguíneos
Quando os vasos sanguíneos nasais estão fragilizados, podem se romper facilmente. Isso pode ocorrer devido a alterações na pressão sanguínea local, como:
- Esforço físico
- Pressão arterial elevada
- Assoar o nariz com força excessiva.
A ruptura resulta no extravasamento de sangue para as cavidades nasais.
Formação de coágulos sanguíneos
Após a ruptura dos vasos sanguíneos, ocorre uma resposta natural do organismo para interromper o sangramento. O sangue extravasado nas cavidades nasais começa a coagular, formando coágulos sanguíneos. Esses coágulos ajudam a tamponar os vasos sanguíneos danificados e a interromper o fluxo de sangue.
Além disso, a presença de sangue e coágulos nasais pode causar inflamação localizada nas membranas mucosas nasais. Essa inflamação pode levar ao aumento do fluxo sanguíneo local, resultando em uma maior sensibilidade e fragilidade dos vasos sanguíneos.
Quais as principais causas de sangramento nasal?
A epistaxe, ou sangramento nasal, pode ter diversas causas subjacentes. Uma causa comum é o ressecamento das mucosas nasais, que pode ser resultado de:
- Ambientes secos
- Baixa umidade
- Exposição prolongada a ar condicionado ou aquecimento central.
A falta de umidade adequada pode levar ao ressecamento das delicadas membranas do nariz, tornando-as mais propensas a sangrar.
Trauma físico no nariz
Outra causa frequente é o trauma físico no nariz. Lesões resultantes de acidentes, como batidas ou fraturas no nariz, podem danificar os vasos sanguíneos nasais e causar sangramento.
Da mesma forma, inserção de objetos estranhos no nariz também pode ferir as membranas nasais e levar ao sangramento.
Irritação das mucosas nasais
Irritação das mucosas nasais é outra causa comum de epistaxe. O uso excessivo ou inadequado de:
- Sprays nasais
- Inalação de substâncias irritantes, como produtos químicos agressivos
- Assoar o nariz com muita força
Todos esses fatores podem causar irritação nas mucosas nasais, resultando em sangramento.
Distúrbios de coagulação
Distúrbios de coagulação sanguínea também podem desempenhar um papel no surgimento da epistaxe. Condições como:
- Hemofilia
- Doença de von Willebrand
- Deficiência de vitamina K
- Uso de medicamentos anticoagulantes
Todos esses fatores podem afetar a capacidade do sangue de coagular adequadamente, tornando o sangramento nasal mais provável.
Infecções nasais
Infecções nasais, como sinusite ou resfriado comum, podem inflamar as mucosas nasais e tornar os vasos sanguíneos mais frágeis. Com isso, há um aumento da probabilidade de sangramento nasal.
Além disso, em certos casos, a hipertensão arterial, ou pressão arterial elevada, pode contribuir para o sangramento nasal. Isso ocorre especialmente em indivíduos com hipertensão não controlada.
Principais manifestações clínicas que acompanham o sangramento nasal
A epistaxe, ou sangramento nasal, pode apresentar uma variedade de manifestações clínicas. As características do sangramento podem variar desde pequenas manchas de sangue até fluxos intensos e persistentes. Além do sangramento em si, outras manifestações clínicas podem incluir:
- Presença de sangue na saliva
- Sensação de gosto metálico: ocorre devido à presença de sangue na cavidade oral
- Sensação de obstrução nasal: isso pode ocorrer devido à presença de coágulos ou inchaço nas mucosas nasais
- Tontura ou fraqueza: em casos raros de sangramento nasal intenso e persistente, pode ocorrer perda significativa de sangue, o que pode levar a sintomas como tontura, fraqueza e sensação de desmaio.
É importante observar que a gravidade e a duração dos sintomas podem variar de acordo com a causa subjacente do sangramento nasal. Episódios esporádicos e leves de sangramento nasal podem não ser motivo de preocupação significativa. No entanto, episódios frequentes, intensos ou prolongados de epistaxe podem indicar a necessidade de avaliação médica e tratamento adequado.
Como manejar um paciente com sangramento nasal na emergência?
O manejo de um paciente com sangramento nasal na emergência requer uma abordagem cuidadosa e eficaz para controlar o sangramento e fornecer alívio ao paciente. As principais medidas são:
- Colocar o paciente sentado e inclinado para frente
- Compressão direta
- Instruções de respiração pela boca
- Avaliação da pressão arterial
- Avaliação de sinais de gravidade
Posição do paciente
É necessário solicitar ao paciente que se sente em uma posição confortável e incline levemente a cabeça para frente.
Essa posição ajuda a evitar que o sangue escorra pela garganta, reduzindo a possibilidade de engasgos e permitindo uma avaliação mais clara do sangramento.
Compressão direta
O médico deve instruir o paciente a apertar suavemente as narinas com os dedos polegar e indicador, aplicando uma leve pressão direta na área do septo nasal.
Essa compressão ajuda a interromper o fluxo sanguíneo, permitindo que os vasos sanguíneos se contraiam e formem um coágulo.
Respiração
Durante o sangramento nasal, é importante que o paciente respire pela boca para evitar obstrução das vias aéreas superiores e facilitar a respiração. Dessa forma, é preciso instruir o paciente a respirar calma e profundamente pela boca, auxiliando na oxigenação adequada.
A aplicação de frio também pode ajudar a reduzir a inflamação e o desconforto.
Avaliação da pressão arterial
É necessário avaliar a pressão arterial do paciente, pois pressão arterial elevada pode contribuir para o sangramento nasal.
Se a pressão arterial estiver elevada, medidas adequadas devem ser tomadas para controlá-la.
Avaliação de sinais de gravidade
O médico deve observar atentamente o paciente quanto a sinais de gravidade, como:
- Tontura
- Fraqueza intensa
- Palidez
- Sudorese excessiva
- Dificuldade respiratória
Esses sinais podem indicar perda significativa de sangue e requerem atenção imediata.
Tratamento adicional
Se o sangramento não for controlado com as medidas iniciais, pode ser necessário realizar procedimentos adicionais, como:
- Tamponamento nasal
- Cauterização ou aplicação de substâncias vasoconstritoras.
Tamponamento nasal
Consiste em inserir um dispositivo ou material no nariz para aplicar pressão direta na área afetada e interromper o sangramento. Existem dois tipos principais de tamponamento nasal:
- Tamponamento nasal anterior: nesse tipo de tamponamento, um ou ambos os lados do nariz são preenchidos com uma tira de gaze ou um dispositivo específico chamado balão nasal. A gaze é inserida no nariz e gentilmente comprimida contra a área sangrante para aplicar pressão e controlar o sangramento. O balão nasal é um dispositivo inflável que é inserido no nariz e inflado para aplicar pressão na área afetada. O tamponamento nasal anterior é geralmente utilizado quando o sangramento é originado da parte frontal ou média do nariz.
- Tamponamento nasal posterior: Se o sangramento originar-se na parte posterior do nariz, é necessário um tamponamento nasal posterior. Nesse caso, um dispositivo chamado balão de Foley é inserido pelo nariz até a parte de trás da garganta. O balão é então inflado para aplicar pressão na área sangrante e controlar o sangramento. Esse tipo de tamponamento é realizado por profissionais de saúde devido à sua natureza mais invasiva.
O tamponamento nasal pode ser desconfortável para o paciente e, geralmente, é realizado sob anestesia local para minimizar o desconforto.
Cauterização ou aplicação de substâncias vasoconstritoras
A cauterização e a aplicação de substâncias vasoconstritoras são procedimentos adicionais que podem ser realizados para controlar o sangramento nasal persistente que não responde a outras medidas conservadoras.
A cauterização é um procedimento em que um instrumento ou substância é usado para queimar ou destruir o tecido afetado, interrompendo assim o sangramento. Existem diferentes técnicas de cauterização nasal disponíveis, como a cauterização química, em que produtos químicos são aplicados no local sangrante, ou a cauterização térmica, em que calor é utilizado para coagular os vasos sanguíneos e promover a hemostasia.
As substâncias vasoconstritoras, como soluções contendo adrenalina ou fenilefrina, podem ser aplicadas topicamente na área sangrante para promover a constrição dos vasos sanguíneos e controlar o sangramento.
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Referência bibliográfica
- MACERI, D. R. Epistaxis and nasal trauma. In Cummings CW ed.
Otolaryngology. St. Louis, Mosby-Year Book, 1993; v. I, 723-36 - RUBIN, J; ROOD, S.R; MYERS, E.N; JOHNSON, J.T. The management of epistaxis. In Rubin J ed. American Academy of Otolaryngology, Head and Neck Surgery Instructional Course Book, Alexandria, 1990.