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A medicina intensiva é uma especialidade relativamente nova da medicina. Surgiu na segunda metade do século XX, refletindo a especialização necessária para cuidar dos pacientes críticos, incluindo tecnologia para o suporte de vida e manejo de falências orgânicas graves.
O médico intensivista é o responsável por cuidar de pacientes gravemente enfermos ou com alto grau de dependência de cuidados. Ele se envolve em todos os aspectos do cuidado ao doente crítico. Liderando a equipe multidisciplinar que atua na UTI, ao mesmo tempo em que age como interlocutor entre outros especialistas, assistentes, demais membros da equipe e familiares dos pacientes.
O especialista e sua rotina
A rotina do médico intensivista é movimentada e desafiadora. Geralmente, o dia começa com uma rodada de visitas a todos os pacientes, com revisão e elaboração de um plano de tratamento individualizado.
O especialista também discute os casos com os médicos assistentes, que são aqueles que habitualmente cuidavam do paciente ou que, a partir da alta, o acompanharão na enfermaria.
Esses são os procedimentos comumente realizados pelo intensivista:
- intubação endotraqueal e ventilação mecânica;
- ultrassonografia à beira do leito;
- cateterização arterial, punção de veia central e cateterização de artéria pulmonar;
- traqueostomia percutânea;
- inserção de drenos torácicos;
- balão intra-aórtico, marcapasso temporário e ECMO.
A quantidade de leitos que o especialista tem sob sua responsabilidade varia bastante durante um plantão, mas uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estipula o número máximo de 10.
Cuidados de fim de vida e manutenção do potencial doador cadáver também fazem parte da rotina do intensivista.
História da especialidade
A história da especialidade vem do reconhecimento de que certos pacientes graves poderiam ter melhor atendimento caso fossem reunidos em áreas específicas e assistidos por pessoas especializadas.
Assim, nos anos 60, surgiu a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, com ela, a necessidade de médicos que dominassem atitudes e habilidades no reconhecimento e manuseio de pacientes gravemente enfermos, agrupando conhecimento em diversas áreas. Hoje em dia, esse profissional é chamado de médico intensivista.
Áreas de atuação
Existem diversas áreas de atuação dentro da medicina intensiva. O médico com treinamento adequado consegue lidar com variados perfis de doentes em UTIs gerais ou especializadas. Veja, a seguir, algumas atuações que servem a diferentes perfis de pacientes:
- admissão na UTI para monitoramento;
- no pós-operatório, como extensão da sala de recuperação anestésica; para cuidados intensivos de enfermagem, que não são disponíveis em outras unidades ( a unidade de queimados é um exemplo) ;
- com pacientes que necessitem manter a fisiologia sob controle rigoroso para evitar danos secundários;
- para indivíduos com reserva fisiológica mínima, que sofreram agressões agudas potencialmente reversíveis, necessitando suporte até que as anormalidades se revertam;
- pacientes submetidos a uma alteração fisiológica massiva, devido a uma resposta esmagadora ao estresse ou uma compensação inadequada dessa resposta (o trauma grave é um exemplo) .

Mercado de trabalho
A especialidade de medicina intensiva ganhou destaque com a pandemia do covid, que reforçou a necessidade de termos profissionais bem capacitados nesse segmento. A expectativa é que nos próximos anos a procura por essa especialidade aumente.
Há a percepção de que o médico intensivista é o mais exposto a situações estressantes, principalmente por causa do número de vidas que estão em suas mãos e da rotina de plantões. Entretanto, o estresse esta mais relacionado com outros fatores. Entre eles:
- Longas jornadas de trabalho
- Demandas excessivas
- Exposição a riscos
- Poucas horas de descanso e falta de condições de trabalho.
De acordo com o último estudo da Demografia Médica no Brasil, divulgado em 2023, existem 8.091 profissionais titulados nesta especialidade no Brasil. A maioria deles atua nas regiões sul e sudeste do país. Com isso, a demanda por esse especialista é maior nas demais regiões, o que pode possibilitar melhores oportunidades.
Remuneração para profissional de medicina intensiva
Em relação às outras especialidades, o que se observa na medicina intensiva é uma boa remuneração já no início da carreira. Os salários dependem de algumas variáveis como a carga de trabalho, o local de atuação e a posição ocupada.
Um médico em medicina intensiva ganha em média R$ 8.847,25 para uma jornada de trabalho de 25 horas semanais. A faixa salarial fica entre R$ 8.605,63 (média do piso salarial 2023 de acordos coletivos) e R$ 17.606,70 (teto salarial).
As informações são de acordo com pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. O período analisado foi de março de 2022 a março de 2023.
A residência médica em medicina intensiva
A residência médica em medicina intensiva tem duração de dois anos e, como pré-requisito, o candidato deve ter cumprido residência médica em uma das áreas a seguir:
- clínica médica;
- pediatria;
- cirurgia;
- anestesiologia;
- infectologia ou
- neurologia.
O programa é baseado em parâmetros internacionais de treinamento de competências em terapia intensiva para implementação em várias regiões do mundo. Ao longo da residência, o médico será treinado em:
- ressuscitação e controle inicial do paciente agudamente enfermo;
- diagnóstico: avaliação, investigação, monitoramento e interpretação de dados;
- controle de doenças;
- intervenções terapêuticas/suporte a sistemas orgânicos;
- condições de falência única ou múltipla dos órgãos;
- procedimentos práticos;
- cuidados peri-operatórios;
- conforto e recuperação;
- cuidados terminais;
- transporte;
- segurança do paciente e controle de sistemas de saúde;
- profissionalismo.
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