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A Medicina Nuclear pode ser definida com a especialidade médica que faz uso in vivo e in vitro de fontes radioativas não seladas com finalidades diagnósticas e terapêuticas. Por serem não seladas, essas fontes são manuseáveis e administradas ao paciente, habitualmente por via intravenosa, oral ou subcutânea, e são decididas de acordo com o objetivo médico a ser atingido.
Essas fontes, chamadas de radiofármacos, são utilizadas em doses muito baixas e, por isso, muito seguras. Algumas pessoas leigas, erroneamente, as associam a acidentes nucleares.
Outra confusão corriqueira também ocorre entre a medicina nuclear e outras especialidades médicas, como a radiologia e a radioterapia. Apesar de usarem, por vezes, radiações ionizantes com objetivos médicos, essas especialidades trabalham com fontes seladas ou artificiais.
Se você se interessa por essa área da medicina e quer saber mais sobre ela, continue a leitura deste artigo. Aqui, falaremos sobre a rotina do profissional, o mercado de trabalho e a residência médica em medicina nuclear.
O especialista e sua rotina
A rotina do médico nuclear envolve diagnóstico por imagem na maior parte do tempo, chegando a até 100% das atividades para alguns profissionais que não atuam com terapias. A maioria dos procedimentos diagnósticos é ambulatorial eletiva — alguns casos raros são feitos em caráter de urgência, porém costumam ser realizados em serviços de maior complexidade e em ambiente hospitalar.
Em segundo lugar estão as atividades terapêuticas, que podem ocupar até 50% da rotina do médico nuclear, a depender da atuação do profissional. Diferentemente da área diagnóstica, não é comum que médicos nucleares atuem somente com terapias.
A maior atuação terapêutica ocorre quando o especialista tem maior gosto pela interação com pessoas. Nesse caso, o paciente é encaminhado para tratamento por outros especialistas. E, durante o período do tratamento, é acompanhado pelo médico nuclear.
Em terceiro lugar aparece o acompanhamento de cirurgias radioguiadas. Em geral de forma auxiliar e complementar ao cirurgião, principalmente orientando o uso do gama-probe na sala cirúrgica.
A possibilidade de vínculo acadêmico também existe e pode ser focada em ensino, em laboratórios de pesquisa médica ou em assistência a hospitais universitários — este último caso é o mais comum.
As características do médico (a) nuclear
O especialista em medicina nuclear deve ser dotado de capacidades tecnológicas, pois atua com aparelhos complexos. Também é necessário que goste de estudar ciências básicas como a fisiologia e anatomia. Afinal, a cada momento surgem novos radiofármacos com propriedades moleculares específicas.
Por se tratar de uma especialidade que também atua com terapias, incluindo consultas e tratamentos ambulatoriais, a boa comunicação com o paciente também é desejável.
Por fim, devido ao fato de ser uma especialidade de auxílio diagnóstico e terapias complementares, o médico nuclear deve ter gosto pelo trabalho em equipe, pois estará em constante contato com colegas de outras especialidades.
Quem é esse profissional?
No Brasil, existem poucos especialistas em medicina nuclear. De acordo com a último Demografia Médica no Brasil, divulgado em 2023, existem 1.105 titulados nesta especialidade no país.
É uma especialidade composta predominantemente pelo sexo masculino (61%), tendo apenas 39% de médicas do sexo feminino.
Mercado de trabalho
A medicina nuclear é uma área de procedimentos eletivos. Permite a opção de não trabalhar em horários não programados, como finais de semana e feriados. Apesar disso, as clínicas trabalham com horários estendidos para dar conta da demanda, então pode acontecer de o profissional dedicar até 12 horas diária do seu tempo ao trabalho.
A profissão tem boas oportunidades de cargos públicos concursados ou para trabalhar como celetista, onde normalmente o contrato se dá por carga horária contratada. Em geral, o médico nuclear recebe um salário fixo, acompanhando de benefícios. Essas vagas costumam ser bastante disputadas e o salário pode variar bastante de acordo com o contratante.
Remuneração
De acordo com a pesquisa da Glassdoor, em 2023, um médico em medicina nuclear ganha em média R$ 10.654.

Residência médica em medicina nuclear
A residência em medicina nuclear é de acesso direto, ou seja, pode ser iniciada logo após a conclusão da graduação. Ela tem duração de três anos.
Em alguns momentos, é comum haver contato com departamentos de radiologia. Para que se conheça um pouco das demais modalidades de diagnóstico por imagem.
O que esperar da residência?
O Ministério da Educação (MEC) indica parâmetros mínimos que os programas de residência em medicina nuclear devem contemplar:
- Primeiro ano (R1): introdução a estatística, instrumentação nuclear, proteção radiológica, radiofarmácia e radioensaios, aplicações clínicas em medicina nuclear, radiologia e diagnóstico por imagem;
- Segundo ano (R2): cardiologia, terapias em medicina nuclear, cirurgias radioguiadas, exames realizados em gama câmara e tomografia por emissão de pósitrons, radiologia II;
- Terceiro ano (R3): cardiovascular, aparelho digestivo, endocrinologia, gênito-urinário, oncologia, músculo-esquelético, sistema nervoso, hematologia, radiologia III.
Em geral, as residências não costumam ter atividades de plantões noturnos ou de fim de semana. Mas a rotina durante a semana costuma ser bem intensa.
A medicina nuclear é uma especialidade ampla, com atuação em diversas áreas do conhecimento médico, e possibilidades diagnósticas e terapêuticas. A complexidade do raciocínio fisiológico associado à imagem torna a especialidade única e interessante.
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