Índice
- 1 Quais são os principais sintomas do mioma?
- 2 Fisiopatologia do mioma uterino
- 3 Quais os fatores de risco para desenvolver miomas?
- 4 Como diagnosticar um mioma uterino?
- 5 Quais os diagnósticos diferenciais para mioma?
- 6 Tratamento do mioma uterino
- 7 Conheça nossa pós em ginecologia!
- 8 Referência bibliográfica
- 9 Sugestão de leitura complementar
Mioma uterino: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!
O mioma consiste em um tipo de tumor benigno que se manifesta no miométrio. A origem desse tumor é nas células musculares lisas uterinas. No geral, esses miomas são nomeados e descritos de acordo com sua localização.
Comumente, estes tumores surgem em mulheres em idade reprodutiva. Contudo, na maioria dos casos são assintomáticos. Sendo descobertos apenas nos exames ginecológicos de rotina.
Vale lembrar que esse tema é constantemente cobrado nas provas de residência. Pensando nisso, trouxemos também algumas questões para você praticar.
Quais são os principais sintomas do mioma?
As mulheres com sintomas relacionados ao mioma, apresentam, no geral:
- Sangramento uterino anormal com fluxo aumentado
- Dor ou pressão pélvica
Além disso, as mulheres com essa patologia podem desenvolver problemas reprodutivos como infertilidade e resultados adversos na gravidez.
Fisiopatologia do mioma uterino
Os miomas são neoplasias monoclonais não cancerosas, desencadeadas a partir das células musculares lisas do miométrio. Nesse sentido, consistem em um processo fibrótico que pode desencadear uma anormalidade na matriz extracelular.
Nesse sentido, é possível classificar os miomas de acordo com sua localização em:
- Intramurais: que se desenvolvem dentro da parede uterina
- Submucosos: provenientes de células miometriais localizadas imediatamente abaixo do endométrio
- Subserosos: originam-se dos miócitos próximo à serosa uterina, e seu crescimento está orientado para o exterior, o que poderá causar distorção da anatomia de órgãos adjacentes
- Cervicais: localizados na cérvice uterina

Quais os fatores de risco para desenvolver miomas?
De acordo com a literatura, alguns fatores e condições podem contribuir para o surgimento de miomas uterinos. São eles:
- Aumento dos anos de exposição persistente ao estrogênio
- Aumento do índice de massa corporal (IMC)
- Pacientes com síndrome do ovário policístico (SOP)
- Predisposição genética
- É 3x mais comum em mulheres da raça negra do que em mulheres da raça branca
- Mais comum em mulheres que tiveram menarca precoce (abaixo dos 10 anos)
Como diagnosticar um mioma uterino?
Geralmente, os miomas são detectados pelo exame pélvico de rotina. Os principais achados são:
- Aumento do útero
- Contorno irregular
A ultrassonografia transvaginal é realizada para definir a anatomia pélvica. Quando necessário, é solicitado uma ressonância magnética para determinar, de forma mais exata, a localização do mioma.
O aspecto da USG nessa patologia varia entre imagens hipo e hiperecoicas, dependendo da proporção de músculo liso para tecido conectivo e da existência de degeneração.
FONTE: HOFFMAN, Barbara L. et al. Ginecologia de WILLIAMS. 2 ed. Porto Alegre. Artmed. 2014.
Quais os diagnósticos diferenciais para mioma?
Os principais diagnósticos diferenciais são:
- Endometriose
- Adenomiose
- Carcinoma de endométrio
Vale salientar que todas as outras patologias podem coexistir com o mioma uterino, o que dificulta o seu diagnóstico e tratamento.
Endometriose
Na endometriose o endométrio (glândulas e estroma) estão fora do útero. As principais manifestações clínicas são:
- Dismenorreia.
- Infertilidade
- Dispareunia.
Adenomiose
É um tecido endometrial no meio do endométrio. Na adenomiose há um sangramento e dismenorreia que piora ao longo da vida.
O diagnóstico é feito através da RM, que mede a zona juncional mioendometrial. Nos casos de adenomiose esse valor é > 12mm.
Tratamento do mioma uterino
Mulheres assintomáticas, não necessitam de tratamento. Devem apenas manter o acompanhamento e exame ginecológico de rotina.
Em mulheres em que o tratamento deve ser institucionalizado deve-se levar em consideração:
- Idade da paciente (proximidade da menopausa)
- Desejo de gestação
- Sintomas provocados
- Tamanho e a localização dos miomas
O principal objetivo do tratamento clínico é o alívio dos sintomas. Dentre os medicamentos utilizados, os análogos do GnRH são efetivos no tratamento clínico, levando à redução de 35-60% do volume dos miomas.
Além disso, estrógenos, progestágenos e antiprogestágenos são utilizados para diminuir o sangramento uterino disfuncional. Contudo, não ajudam a diminuir o volume dos miomas.
O único tratamento definitivo é cirúrgico:
- Histerectomia: indicado nos casos de pacientes com sangramento uterino anormal, que não tenham desejo de gestação.
- Miomectomia: indicado para pacientes que querem manter a fertilidade e o útero.
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Referência bibliográfica
- CORLETA, H. et al . Tratamento atual dos miomas. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro , v. 29, n. 6, p. 324-328, June 2007. Access em 13 de Julho de 2022.
- BRASIL. Portaria MS-SAS nº 1.325, de 25 de novembro de 2013. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Leiomioma do Útero. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2013.
- STEWART, E et al. Epidemiology, clinical features, diagnosis, and natural history. Uptodate, 2021. Acesso em 13 de Julho de 2022.
Sugestão de leitura complementar
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