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Tudo o que você precisa saber sobre os riscos do parto livre no mar!
Na última semana, foi publicado nos veículos de notícia a história de uma blogueira de 37 anos que decidiu dar à luz a seu bebê no mar, em uma praia da Nicarágua, sem nenhuma assistência médica. Além disso, ela recusou exames durante toda a gravidez.
Dessa forma, quais os riscos para mãe e para o bebê em um livre na praia? Para saber mais sobre esse assunto, continue por aqui.
O que é o parto livre?
É denominado de “free birth” (parto livre) o parto em que a mulher opta por não ter nenhuma forma de assistência médica durante o nascimento do bebê. Não há disponível da literatura dados que mostram a porcentagem de pessoas que aderem a esse movimento, mas há cada vez mais casos de pessoas que preferem não contar com nenhuma assistência.
Contudo, esse tipo de parto envolve muitos riscos de complicação para a puérpera e para a criança. O fato da mãe não ter realizado nenhum pré-natal durante a gravidez impede a prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais. No caso da blogueira, o desfecho foi positivo e não houveram complicações durante o parto, mas é um risco desnecessário de se submeter.
Há diferença entre o parto livre e o parto humanizado?
Sim, há diferença. O parto humanizado não se trata necessariamente de um tipo de parto, mas sim à assistência prestada à mulher e ao bebê durante o pré-natal, parto e pós-parto.
A humanização do parto não significa que não haverá assistência médica, mas sim que ocorrerá uma discussão multiprofissional com toda a assistência emocional, sobre os melhores cuidados para a gestante e para o bebê.
Quais os riscos de um parto sem assistência médica?
Entre as complicações para a gestante que podem ocorrer durante um parto sem assistência médica estão:
- Retenção placentária: que pode provocar hemorragia
- Ruptura uterina
- Ruptura de colo uterino e atonia uterina: que ocorre quando o útero não se contrai de maneira regular causando hemorragia
- Laceração de partes do períneo, que podem levar a hematoma anal e na bexiga.
Para o bebê, o mais arriscado é a hipóxia. Quando a criança fica sem oxigenação adequada a mesma pode cursar com deficiências neurológicas, motoras e até mesmo o óbito. Quando há uma equipe dando assistência ao parto, a resolução dessas intercorrências é mais rápida e efetiva.
Por que o parto não pode ser no mar?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) defendem que o parto deve ser feito em ambiente hospitalar por oferecer mais segurança à mãe e ao recém-nascido.
O parto em um ambiente não estéril, como é o caso de uma praia, pode causar graves infecções para a mãe e para o bebê. Além disso, o mar é um local de uso público, com certo grau de poluição. Portanto, é uma prática que deve ser evitada.
Referência bibliográfica
- DIAS, Marcos Augusto Bastos. Humanização da assistência ao parto. Conceitos, lógicas e práticas no cotidiano de uma maternidade pública 2006. Tese (Doutorado) – Departamento de Ensino e Pós-Graduação em Saúde da Mulher e da Criança, Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
- FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA. Os perigos do parto domiciliar. 2016. Disponível aqui.
- HIRSCH, O.L. GIACOMINI, M.S. Parto “natural” e/ou “humanizado”? Uma reflexão a partir da classe. 2020. Disponível aqui.