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A Pós-Graduação em Terapia Intensiva pode ajudar você em sua carreira! Você sabe como?
Tradicionalmente, os médicos recém-formados iniciam seus trabalhos em salas de emergência e plantões em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Essa situação não é a ideal, já que coloca médicos inexperientes em contato com pacientes graves e com consideráveis probabilidades de morte.
Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado duas importantes mudanças:
- A demanda crescente por médicos especialistas (emergencistas e intensivistas) para esses ambientes
- Maior procura dos médicos por se especializar em Terapia Intensiva
É fato que, em alguns anos, a maior parte desses postos de trabalho estarão reservados apenas aos especialistas. Portanto, a Pós-Graduação em Terapia Intensiva é uma excelente opção para você se diferenciar e se inserir com confiança no mercado. Com ela, você poderá prover cuidados adequados aos seus pacientes em estado grave.
O que é terapia intensiva?
A terapia intensiva é o ramo da Medicina que trata de pacientes em estado grave, que devem ser monitorizados com constância e de perto. Também chamada de medicina intensiva, ela é originada da Clínica Médica.
A terapia intensiva é uma especialidade essencialmente hospitalocêntrica e complexa, exigindo alto nível de tecnologia para sua prática.
Além disso, é uma especialidade que necessita de contato frequente com equipe multidisciplinar, como enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas, fornecendo atendimento completo ao paciente grave.
O ambiente essencial de trabalho do intensivista se divide entre a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o Centro de Terapia Intensiva (CTI).
As UTI são ambientes que atendem pacientes graves específicos, por exemplo: UTI neonatal, UTI cardiológica ou UTI Covid.
Os CTI, por sua vez, são mais encontrados em hospitais de pequeno porte e não apresentam especificação do tipo de paciente que recebem.
Além de pacientes graves, esses locais podem receber pacientes no pós-operatório de cirurgias de grande porte. Também servem para pacientes menos graves com doenças de base descompensadas, que precisam ser monitorados de perto.

O que é Pós-Graduação?
A Pós-Graduação Lato Sensu é uma outra forma de especialização dentro da Medicina. É mais comum na mente do médico a Residência como forma de especialização.
A Pós-Graduação em Terapia Intensiva é uma possibilidade para a obtenção do título de especialista em Terapia Intensiva.
A residência médica em Terapia Intensiva tem duração de dois anos, mas exige como pré-requisito alguma das seguintes residências: Clínica Médica, Cirurgia Geral, Infectologia, Neurologia ou Pediatria (se seu desejo for fazer Medicina Intensiva Pediátrica).
Através da residência médica, a formação de um intensivista dura, no mínimo, 4 anos, e com carga horária de 60 horas semanais.
Por outro lado, a Pós-Graduação em Terapia Intensiva é de acesso direto e dura entre 1 e 2 anos. Além disso, um curso de Pós-Graduação não exige dedicação exclusiva, como é o caso da Residência Médica.
Quer conhecer mais sobre como funciona a pós da Sanar? Assista este vídeo sobre as aulas práticas da Pós-Graduação em Terapia Intensiva:
Quais os caminhos para me tornar um(a) médico intensivista?
Como comentado anteriormente, os dois caminhos rumo ao título de intensivista são a Residência Médica e a Pós-Graduação em Terapia Intensiva.
Para se denominar intensivista, é necessário solicitar registro junto ao CRM como tal. Médicos e médicas que fizeram Residência podem fazê-lo assim que concluem sua formação como residentes (ao fim de 4 anos).
No caso dos médicos que fizeram Pós-Graduação (1 – 2 anos), a aprovação na prova de Título de Especialista da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) se faz necessária.
Ou seja, a Pós-Graduação fornece pré-requisito ao médico ou médica para que ele preste a prova de título da AMIB. Uma vez aprovado, o profissional pode solicitar seu registro junto ao CRM.
Dado que os dois caminhos existem, verifique qual dos dois tipos de formação mais se adequa ao seu perfil, às suas necessidade e às suas limitações.
Estatísticas sobre a Terapia Intensiva
De acordo com o a Demografia Médica de 2020 o Brasil possui 7.127 profissionais intensivistas. Os profissionais representam 1,6% de todos os médicos no país.
Ainda segundo o relatório, ⅔ (4.519) dos profissionais são do sexo masculino, contra ⅓ (2.118) do sexo feminino (razão masculino feminino = 2,17), com média de idade de 49,1 (±10,7) anos.
Mais da metade dos intensivistas brasileiros atuam no Sudeste (55,1%), contra apenas 3,3% no Norte e 14,2% no Nordeste.
Exemplo disso? Em 2020, a Bahia contava com apenas 323 médicos intensivistas. Já São Paulo, na mesma época, tinha 2.080 profissionais da área.
O relatório ainda não especifica a quantidade de médicos oriundos do programa de Residência Médica e da Pós-Graduação em Terapia Intensiva.
Você sabe quais são as habilidades essenciais para ser um(a) intensivista?
De acordo com a AMIB, alguns das conhecimentos, habilidades e atitudes mais importantes para um(a) médico(a) especialista em Terapia Intensiva são:
Conhecimentos necessários para médicos intensivistas
- Sinais precoces de advertência do surgimento de uma doença crítica.
- Causas de parada cardiorrespiratória, identificação de pacientes em risco e tratamento corretivo das causas reversíveis.
- Sinais clínicos associados com doença grave, sua importância relativa e interpretação.
- Gravidade clínica da doença e indicações quando as disfunções ou falências orgânicas são uma ameaça imediata à vida.
- Causas, reconhecimento e controle de:
- Dor torácica aguda
- Obstrução das vias aéreas altas e baixas
- Edema pulmonar
- Pneumotórax (simples e hipertensivo)
- Hipóxia tecidual
- Hipoxemia
- Hipotensão arterial
- Estados de choque
- Reações anafiláticas e anafilactóides
- Emergências hipertensivas
- Estados confusionais agudos e de consciência alterada
- Crises epilépticas agudas/convulsões
- Oligúria e anúria
- Distúrbios agudos da termorregulação
Habilidades necessárias para médicos intensivistas
- Considerar questões legais e éticas: autonomia do paciente, pertinência da ressuscitação e admissão à UTI.
- Conduzir um levantamento primário de um paciente grave: obter rápida e precisamente informações relevantes.
- Reconhecer sinais e sintomas de parada cardíaca iminente.
- Avaliar o nível de consciência, situação das vias aéreas e coluna cervical e realizar uma cuidadosa revisão dos sistemas
Atitudes necessárias para médicos intensivistas
- Reconhecer a necessidade de cuidados de suporte para todos os sistemas orgânicos com falência ou lesão.
- Explicar claramente para o paciente, familiares e equipe.
- Estabelecer relacionamentos de confiança e demonstrar compaixão no cuidado dos pacientes e seus familiares.
- A segurança do paciente é fundamental.