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A radioterapia é também conhecida como radio-oncologia. Esta é a especialidade médica que usa radiação ionizante para o tratamento de pacientes com câncer e com neoplasias benignas.
O princípio primordial da radioterapia é depositar radiação com precisão nos tecidos-alvo, porém minimizando os danos aos tecidos normais próximos.
Apesar de ter papel fundamental no cuidado multidisciplinar do paciente com câncer, a radioterapia ainda é pouco abordada nas faculdades de Medicina, sendo também pouco conhecida por grande parte dos estudantes.
Ainda há poucas vagas de residência médica para a especialidade e poucos profissionais na área.
Se você se interessa pelo tema e quer saber mais sobre a residência médica em radioterapia, continue lendo este artigo! Aqui também falaremos sobre a rotina do profissional, mercado de trabalho e áreas de atuação. Acompanhe!

O especialista em radio-oncologista e sua rotina
Segundo dados da Demografia Médica do Brasil de 2020, o especialista em radioterapia é predominantemente do sexo masculino (61,3%), tendo uma relação de 1,59 por mulheres. A média de idade desse (a) profissional é de 45,4 anos. Temos um total de 877 pacientes no Brasil.
A rotina
Em sua rotina, o radio-oncologista é responsável pela realização de consultas ambulatoriais e de acompanhamento durante e após o tratamento contra o câncer. Por isso, há contato diário com pacientes, ao contrário do que pode-se pensar sobre a especialidade.
As atividades de rotina também envolvem discussões clínicas multidisciplinares e realização de planejamentos de radioterapia e de sessões de aplicação de braquiterapia.
Funções do radiologista
O planejamento se inicia com uma simulação do tratamento, que pode ser feita por meio de simuladores convencionais ou com um tomógrafo.
Também faz parte desse processo o delineamento de volumes de doença e de estruturas normais em softwares específicos ou determinação dos campos de tratamento em filmes radiográficos.
O radio-oncologista é o responsável pela definição das doses e fracionamento da radiação aplicada. Após o planejamento, ele também deve revisá-lo e aprová-lo.
Tipicamente, os tratamentos são feitos de segunda a sexta-feira, porém, algumas vezes pode ser necessário avaliar pacientes nos finais de semana.
Os contratos de trabalho costumam ser de 20 ou 40 horas semanais, sendo comum, nos serviços privados, a contratação do profissional como Pessoa Jurídica.
Modalidades de radioterapia
A radioterapia teve início com terapias de contato com exposição direta a materiais radioativos. E avançou com o surgimento das bombas de telecobalto e das aceleradoras lineares, com a aplicação de radiação à distância. Isso levou a duas modalidades de tratamento: a primeira deu origem ao que chamamos de braquiterapia e a segunda, à teleterapia. Saiba mais sobre cada uma delas!
Braquiterapia
A braquiterapia é a aplicação do material radioativo em contato próximo ao tumor. Ela é realizada por meio de implantes de cateteres ou inserções de aplicadores que servem de condutor para a fonte de radiação ou mesmo do implante direto de fios ou sementes com o material radioativo.
Nesta modalidade, a distância de aplicação é reduzida, por isso esse tratamento atinge menos os tecidos saudáveis adjacentes. Ela é indicada para o tratamento de lesões focais ou em complementos de dose. Por outro lado, a sua realização é mais difícil, pois é um procedimento invasivo.
Teleterapia
Essa modalidade tem as seguintes divisões:
- Radioterapia convencional (2D): o tratamento é planejado com radiografia convencional, baseado em topografias anatômicas ósseas. Ainda é a modalidade de teleterapia mais praticada no Brasil, devido à defasagem tecnológica do país. Tem baixa precisão e pode tanto sobretratar como subtratar tumores, além de ter baixa capacidade de poupar tecidos sadios;
- Conformacional (3D): são feitas imagens digitais captadas por tomografias computadorizada associadas ou não a imagens de PET-CT ou ressonância magnética. Posteriormente, essas imagens são processadas em softwares específicos;
- Conformacional com intensidade modulada (IMRT): é um avanço sobre a radioterapia 3D. Usa algoritmos computadorizados para manipular os feixes de radiação para que atinjam intensidades variáveis. E adaptem-se com precisão ao formato do alvo;
- Radioterapia guiada por imagem (IGRT): Usa uma gama de técnicas de imagem para checar e corrigir o posicionamento do paciente e do tumor. Além disso, possibilita acompanhar mudanças de posição durante o tratamento, reduzindo as chances de erro e aumentando a sua eficácia;
- Radioterapia estereotática ablativa/radiocirurgia (SBRT/SABR/SRS): Tipo de radioterapia de altíssima precisão, que usa da aplicação de múltiplos feixes de radiação com doses altas diárias, com intenção ablativa.
Mercado de trabalho
A radioterapia é fortemente atrelada ao tratamento oncológico multidisciplinar e à existência de infraestrutura de diagnóstico. Ou seja, aos centros de alta complexidade.
A maioria desses serviços está localizada no sudeste e no sul do país e, muitas vezes, essa é considerado um mercado fechado.
Porém, recentemente começa-se a perceber o surgimento de novos centros de radio-oncologia em cidades de grande porte no nordeste e centro-oeste. Começa a surgir possibilidade de encontrar bons contratos de trabalho, já que nesses locais há menos especialistas.
De acordo com o último estudo da Demografia Médica no Brasil, divulgado em 2020, no país existem 877 radio-oncologistas titulados pelo Conselho Federal de Medicina. A maioria deles atuam na região sudeste.
A radioterapia brasileira vem passando por grandes avanços do ponto de vista técnico e profissional nos últimos anos. Mas a nossa realidade ainda é distante da encontrada em países mais desenvolvidos. Mesmo com a existência de centros de excelência no país, o arsenal tecnológico ainda é ultrapassado.
Remuneração do especialista em radioterapia
Não se percebe ainda o patamar de valorização da radioterapia observado em outros países. As remunerações atreladas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e aos convênios são baixas em comparação com os custos crescentes dos tratamentos.
A faixa salarial do Médico em Radioterapia fica entre R$ 6.621,00 e R$ R$ 16.424,47 (teto salarial), de acordos coletivos levando em conta profissionais em regime CLT de todo o Brasil.
A remuneração pode variar por alguns fatores, como carga horária, local de trabalho e região do país. Para uma jornada de trabalho de 26 horas semanais, este profissional pode chegar a receber em média R$ 7.694,91.
Campos dos Goytacazes – RJ é a cidade com mais ocorrências de contratações e por consequência com mais vagas de emprego para Médico em Radioterapia.
Os dados são de acordo com um pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web, realizada entre Novembro de 2021 a Outubro de 2022.
A residência médica em radioterapia
A residência médica em radioterapia tem acesso direto, ou seja, pode ser iniciada logo após a conclusão da graduação em medicina. A duração é de 3 anos, com carga horária de 60 horas semanais.
Na maioria dos centros, a radioterapia funciona apenas em dias úteis. Mas algumas instituições trabalham com o regime de sobreaviso nos finais de semana e feriados.
Durante o programa, o residente participa de atividades ambulatoriais, de planejamento e de atividades acadêmicas e de pesquisa. O treinamento é muito intenso intelectualmente. Afinal, a prática da especialidade é embasada em centenas de evidências científicas e trabalhos de referência. Por isso, é importante estudar muito durante a especialização.
Atualmente, não existem subespecializações oficiais e a grande maioria dos especialista trabalha de forma “generalista”. No entanto, há cursos e treinamentos que podem ser feitos no exterior, chamados fellowships, em áreas como radioterapia urológica, de próstata, pediátrica etc.
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