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A radioterapia é também conhecida como radio-oncologia. Esta é a especialidade médica que usa radiação ionizante para o tratamento de pacientes com câncer e com neoplasias benignas.
O princípio primordial da radioterapia é depositar radiação com precisão nos tecidos-alvo, porém minimizando os danos aos tecidos normais próximos.
Apesar de ter papel fundamental no cuidado multidisciplinar do paciente com câncer, a radioterapia ainda é pouco abordada nas faculdades de Medicina, sendo também pouco conhecida por grande parte dos estudantes.
Ainda há poucas vagas de residência médica para a especialidade e poucos profissionais na área.
Se você se interessa pelo tema e quer saber mais sobre a residência médica em radioterapia, continue lendo este artigo! Aqui também falaremos sobre a rotina do profissional, mercado de trabalho e áreas de atuação. Acompanhe!
O especialista em radio-oncologista e sua rotina
Em sua rotina, o radio-oncologista é responsável pela realização de consultas ambulatoriais e de acompanhamento durante e após o tratamento contra o câncer. Por isso, há contato diário com pacientes, ao contrário do que pode-se pensar sobre a especialidade.
As atividades de rotina também envolvem discussões clínicas multidisciplinares e realização de planejamentos de radioterapia e de sessões de aplicação de braquiterapia.
Funções
O planejamento se inicia com uma simulação do tratamento, que pode ser feita por meio de simuladores convencionais ou com um tomógrafo.
Também faz parte desse processo o delineamento de volumes de doença e de estruturas normais em softwares específicos ou determinação dos campos de tratamento em filmes radiográficos.
O radio-oncologista é o responsável pela definição das doses e fracionamento da radiação aplicada. Após o planejamento, ele também deve revisá-lo e aprová-lo.
Tipicamente, os tratamentos são feitos de segunda a sexta-feira, porém, algumas vezes pode ser necessário avaliar pacientes nos finais de semana.
A radioterapia teve início com terapias de contato com exposição direta a materiais radioativos. E avançou com o surgimento das bombas de telecobalto e das aceleradoras lineares, com a aplicação de radiação à distância. Isso levou a duas modalidades de tratamento: a primeira deu origem ao que chamamos de braquiterapia e a segunda, à teleterapia. Saiba mais sobre cada uma delas!
Os contratos de trabalho costumam ser de 20 ou 40 horas semanais, sendo comum, nos serviços privados, a contratação do profissional como Pessoa Jurídica.
Modalidades de radioterapia
Braquiterapia
A braquiterapia é a aplicação do material radioativo em contato próximo ao tumor. Ela é realizada por meio de implantes de cateteres ou inserções de aplicadores que servem de condutor para a fonte de radiação ou mesmo do implante direto de fios ou sementes com o material radioativo.
Nesta modalidade, a distância de aplicação é reduzida, por isso esse tratamento atinge menos os tecidos saudáveis adjacentes. Ela é indicada para o tratamento de lesões focais ou em complementos de dose. Por outro lado, a sua realização é mais difícil, pois é um procedimento invasivo.
Teleterapia
Essa modalidade tem as seguintes divisões:
- Radioterapia convencional (2D): o tratamento é planejado com radiografia convencional, baseado em topografias anatômicas ósseas. Ainda é a modalidade de teleterapia mais praticada no Brasil, devido à defasagem tecnológica do país. Tem baixa precisão e pode tanto sobretratar como subtratar tumores, além de ter baixa capacidade de poupar tecidos sadios;
- Conformacional (3D): são feitas imagens digitais captadas por tomografias computadorizada associadas ou não a imagens de PET-CT ou ressonância magnética. Posteriormente, essas imagens são processadas em softwares específicos;
- Conformacional com intensidade modulada (IMRT): é um avanço sobre a radioterapia 3D. Usa algoritmos computadorizados para manipular os feixes de radiação para que atinjam intensidades variáveis. E adaptem-se com precisão ao formato do alvo;
- Radioterapia guiada por imagem (IGRT): Usa uma gama de técnicas de imagem para checar e corrigir o posicionamento do paciente e do tumor. Além disso, possibilita acompanhar mudanças de posição durante o tratamento, reduzindo as chances de erro e aumentando a sua eficácia;
- Radioterapia estereotática ablativa/radiocirurgia (SBRT/SABR/SRS): Tipo de radioterapia de altíssima precisão, que usa da aplicação de múltiplos feixes de radiação com doses altas diárias, com intenção ablativa.

Mercado de trabalho
Segundo dados da Demografia Médica do Brasil de 2023, existem apenas 1.014 médicos especialistas em radioterapia no país.
A radioterapia é fortemente atrelada ao tratamento oncológico multidisciplinar e à existência de infraestrutura de diagnóstico. Ou seja, aos centros de alta complexidade.
A maioria desses serviços está localizada no sudeste e no sul do país e, muitas vezes, essa é considerado um mercado fechado.
Porém, recentemente começa-se a perceber o surgimento de novos centros de radio-oncologia em cidades de grande porte no nordeste e centro-oeste. Começa a surgir possibilidade de encontrar bons contratos de trabalho, já que nesses locais há menos especialistas.
A radioterapia brasileira vem passando por grandes avanços do ponto de vista técnico e profissional nos últimos anos. Mas a nossa realidade ainda é distante da encontrada em países mais desenvolvidos. Mesmo com a existência de centros de excelência no país, o arsenal tecnológico ainda é ultrapassado.
Remuneração do especialista em radioterapia
Um médico desta especialidade ganha em média R$ 7.763,11, de acordo com pesquisa salarial junto ao Novo CAGED, Empregador Web e eSocial.
Vale ressaltar que a remuneração varia com base em vários fatores, como localidade, área de trabalho, jornada de trabalho e até tempo de experiência.
A residência médica em radioterapia
A residência médica em radioterapia tem acesso direto, ou seja, pode ser iniciada logo após a conclusão da graduação em medicina. A duração é de 3 anos, com carga horária de 60 horas semanais.
Na maioria dos centros, a radioterapia funciona apenas em dias úteis. Mas algumas instituições trabalham com o regime de sobreaviso nos finais de semana e feriados.
Durante o programa, o residente participa de atividades ambulatoriais, de planejamento e de atividades acadêmicas e de pesquisa. O treinamento é muito intenso intelectualmente. Afinal, a prática da especialidade é embasada em centenas de evidências científicas e trabalhos de referência. Por isso, é importante estudar muito durante a especialização.
Atualmente, não existem subespecializações oficiais e a grande maioria dos especialista trabalha de forma “generalista”. No entanto, há cursos e treinamentos que podem ser feitos no exterior, chamados fellowships, em áreas como radioterapia urológica, de próstata, pediátrica etc.
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