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A residência médica no Brasil passou por transformações nos últimos anos. São mais ofertas de vagas, ocupadas por um número cada vez maior de mulheres. Porém, a distribuição dos cursos de residência ainda é desigual. Essas e outras informações são reveladas pela Demografia Médica no Brasil 2020, produzida pela Universidade de São Paulo (USP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).
O levantamento mostra como a residência médica, instituída no Brasil em 1977 e uma das principais maneiras de formar profissionais, têm mudado. Com base em dados de 2019, a pesquisa traz informações sobre sexo, faixa etária, distribuição conforme o ano de residência médica e, também, as principais especialidades cursadas pelos residentes.
A Demografia Médica no Brasil mostra que temos 53.776 médicos cursando a residência médica, em 4.862 programas que são ofertados por 809 instituições credenciadas pelo Ministério da Educação.
Veja 5 pontos sobre a residência médica no Brasil, de acordo com a Demografia Médica 2020
Qual o perfil dos residentes médicos no Brasil?
O estudo da USP e do CFM mostra que 55% das pessoas que cursavam residência médica no Brasil são mulheres. Além disso, 58,4% tinham idades entre 25 e 29 anos, faixa que conta com maior proporção feminina (61,6% dos residentes dessa faixa etária são mulheres). Esse é um dos símbolos da tendência de feminização da Medicina no Brasil, de acordo com a demografia.
Quando olhamos para os residentes que têm entre 30 e 34 anos (que são 30% do total), a maioria é masculina: eles formam 33% dos médicos residentes dessa faixa etária, contra 28,9% de mulheres).
Quantos residentes temos no Brasil por ano de residência?
Com possibilidade de durar de dois a cinco anos de acordo com a especialidade médica, a residência em geral tem um número alto de profissionais no primeiro ano. A Demografia Médica no Brasil 2020 lista a distribuição dos residentes segundo o ano de formação da seguinte maneira:
- R1: 16.190 residentes;
- R2: 15.453 médicos na residência;
- R3: 15,214 profissionais;
- R4: 6.437 residentes;
- R5: 359 médicos.
Como é a distribuição geográfica na residência médica no Brasil?
A pesquisa indica que a distribuição de médicos na residência ainda é desigual. Isso porque a Região Sudeste concentra 57,3% do total de 53.776 residentes do Brasil. Da mesma forma, a região tem mais da metade dos programas de residência médica, oferecidos por 374 instituições de ensino. A mesma desigualdade geográfica é vista na distribuição de médicos especialistas em atividade, ressalta a Demografia Médica no Brasil 2020.
Por região, a distribuição geográfica de residentes médicos acontece da seguinte maneira:
- Região Norte: 3,7%;
- Região Nordeste: 15,7%;
- Região Sudeste: 57,3%;
- Região Sul: 16,1%;
- Região Centro-Oeste: 7,2%.
O estudo mostra que São Paulo tem 33,9% de todos os médicos residentes, seguido por Minas Gerais (11,1%) e Rio de Janeiro (10,7%).
Quais as principais especialidades médicas dos residentes?
A Demografia Médica 2020 mostra que 43% dos médicos residentes cursam quatro especialidades, que são:
- Clínica Médica, com 8.233 médicos residentes;
- Pediatria, com 5.156;
- Ginecologia e Obstetrícia (4.609 residentes);
- Cirurgia Geral, com 3.973 médicos residentes.
Anestesiologia (3.817), Ortopedia e Traumatologia (3.183), Medicina de Família e Comunidade (2.419), Psiquiatria (1.990), Radiologia (1.879) e Cardiologia (1.757) fecham a lista das 10 residências médicas mais procuradas.
O levantamento ressalta que Medicina de Família e Comunidade foi a especialidade que mais expandiu o número de médicos residentes: eram 1.554 profissionais no levantamento anterior, de 2018. Em dez anos, o número de vagas da especialidade passou de 181 vagas de R1 em 2010 para 1.031 vagas de R1 em 2019.
Na outra ponta, os programas de residência médica com menos médicos são:
- Angiologia (4 residentes);
- Medicina de Tráfego (6);
- Homeopatia (9);
- Nutrologia (16);
- Acupuntura (24).
Como o número de médicos residentes avançou?
Se em 2010 o número de médicos que começaram a residência era de 9.563, em 2019 o índice saltou para 17.350 médicos. É um aumento de 81%, com crescimento médio anual de 865 médicos residentes a mais a cada ano, aponta a demografia.
Ao mesmo tempo, um quarto das vagas em residência médica no Brasil não é ocupado. Das 23.595 vagas autorizadas, 6.245 (26,4%) não foram ocupadas.
Confira o vídeo:
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