Search
Close this search box.

Transtorno ciclotímico: sintomas, diagnóstico e tratamento

Transtorno ciclotímico

Índice

Transtorno ciclotímico: revise o conteúdo essencial que você precisa saber para sua prática clínica!

Os transtornos de humor tem um grande espectro. Nesse contexto, o transtorno ciclotímico se destaca como uma condição que envolve flutuações de humor menos intensas do que aquelas observadas em transtornos bipolares, mas ainda assim significativas.

Frequentemente, o transtorno ciclotímico é identificado como um precursor do transtorno bipolar II. No entanto, ele também pode manifestar-se como uma variação extrema do humor, sem evoluir para um transtorno de humor mais abrangente.

O que é o transtorno ciclotímico?

O transtorno ciclotímico é uma condição psiquiátrica caracterizada por flutuações crônicas de humor, envolvendo episódios hipomaníacos e períodos de minidepressão.

Estes episódios, que duram poucos dias, seguem um curso irregular e são menos graves do que os observados no transtorno bipolar.

Epidemiologia do transtorno ciclotímico

O transtorno ciclotímico é considerado relativamente raro se comparado a outros transtornos de humor mais conhecidos, como a depressão maior. No entanto, devido à falta de consciência sobre essa condição e sua semelhança com outras formas de transtorno bipolar, pode haver casos subdiagnosticados.

Estudos epidemiológicos globais, como o World Mental Health Survey, indicam que os transtornos bipolares, incluindo formas mais leves como a ciclotimia, têm uma prevalência média de aproximadamente 1% a 2% na população em geral. Essas estimativas podem variar de acordo com critérios diagnósticos, metodologia de estudo e características da população investigada.

Quais os sintomas do transtorno ciclotímico?

O transtorno ciclotímico é caracterizado por flutuações crônicas de humor que incluem episódios hipomaníacos e períodos de minidepressão.

O que é hipomania e minidepressão?

A hipomania é um estado de humor elevado, expansivo ou irritável, que é menos severo do que a mania, característica do transtorno bipolar. Durante episódios de hipomania, a pessoa pode experimentar:

  • Aumento de energia
  • Impulsividade
  • Otimismo excessivo
  • Atividades produtivas intensificadas.

Ao contrário da mania, a hipomania não causa prejuízo significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa e geralmente não requer hospitalização.

A minidepressão refere-se a períodos de humor depressivo leve que não atendem aos critérios para um episódio depressivo maior. Durante esses períodos, a pessoa pode ter sintomas como:

  • Tristeza
  • Desânimo
  • Perda de interesse ou prazer em atividades
  • Alterações no sono e na energia.

Como é feito o diagnóstico do transtorno ciclotímico?

O diagnóstico do transtorno ciclotímico é feito por um psiquiatra através de uma entrevista clínica detalhada. Durante essa avaliação, o paciente fornece informações sobre a natureza, duração e frequência dos episódios hipomaníacos e de minidepressão.

O histórico médico e psiquiátrico, incluindo a presença de transtornos de humor na família, é cuidadosamente examinado.

Quais os critérios para fechar o diagnóstico?

Os critérios diagnósticos, conforme estabelecidos nos manuais de diagnóstico, são considerados para determinar se o transtorno ciclotímico está presente.

Esses critérios incluem a persistência dos sintomas por mais da metade dos dias durante um período mínimo de dois anos para adultos (um ano em crianças e adolescentes). Durante o processo, outras condições psiquiátricas são excluídas para garantir uma avaliação precisa.

A avaliação funcional, que considera o impacto dos sintomas na vida diária, no trabalho e nos relacionamentos, também é fundamental. Em alguns casos, pode ser solicitado que o paciente mantenha um registro de sintomas ao longo do tempo para fornecer informações adicionais.

Como tratar um paciente diagnosticado com transtorno ciclotímico?

É fundamental instruir os pacientes sobre como lidar com as extremidades de suas inclinações temperamentais. No entanto, coexistir com o transtorno ciclotímico representa um desafio considerável, especialmente devido às complexidades frequentemente tumultuadas das relações interpessoais. Recomenda-se a busca por ocupações com horários flexíveis, visando proporcionar maior adaptabilidade às flutuações de humor.

A orientação de pacientes com inclinações artísticas a perseguirem carreiras nas artes é sugerida, uma vez que os excessos e as fragilidades inerentes à ciclotimia podem ser mais bem tolerados nesses ambientes. Esta abordagem visa capitalizar sobre os benefícios sociais e picos criativos que esses pacientes podem experimentar. Com isso, há um equilíbrio com os desafios associados ao transtorno.

Grupos de apoio desempenham um papel significativo na assistência aos pacientes, proporcionando um fórum onde podem compartilhar experiências e sentimentos comuns.

Uso de estabilizadores de humor no transtorno ciclotímico

A escolha de utilizar estabilizadores de humor, como lítio ou certos anticonvulsivantes (especialmente valproato, carbamazepina e lamotrigina), é influenciada pelo equilíbrio entre o comprometimento funcional e os benefícios sociais ou criativos potenciais.

O divalproato, administrado oralmente em doses de 500 a 1.000 mg uma vez ao dia, muitas vezes é preferido por sua melhor tolerabilidade em comparação com doses equivalentes de lítio.

Uso de antidepresivos

Antidepressivos devem ser evitados, a menos que os sintomas depressivos sejam graves e persistentes. Isso ocorre devido aos riscos de virada e ciclos rápidos associados a esses medicamentos.

Quais substâncias esse paciente deve evitar?

Pacientes com transtorno ciclotímico podem se beneficiar ao evitar substâncias que possam interferir com seu equilíbrio emocional e intensificar os sintomas.

Algumas substâncias que geralmente devem ser evitadas incluem:

  • Álcool
  • Drogas recreativas, como maconha, cocaína e outras substâncias psicoativas
  • Estimulantes, como cafeína em excesso, podem desencadear episódios de hipomania

Prognóstico da doença

O prognóstico do transtorno ciclotímico varia de pessoa para pessoa e é influenciado por diversos fatores, como a gravidade dos sintomas, a adesão ao tratamento, o suporte social e outros aspectos individuais.

Em geral, o transtorno ciclotímico tende a ser uma condição crônica, mas o impacto na vida de cada indivíduo pode ser diferente.

Conheça nossa pós graduação em psiquiatria

Desenvolva seu raciocínio clínico e garanta mais segurança para os atendimentos psiquiátricos!

Referência bibliográfica

  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Transtorno bipolar. 2022. Disponível aqui. Acesso em 15 de Janeiro de 2023.
  • Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre,. 2000. Editora Artes Médicas do Sul.

Sugestão de leitura complementar

Compartilhe este artigo:

Você melhor no plantão: minicurso gratuito com experts e certificado!

Artigos relacionados: