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Residência em Cirurgia Geral vai muito além do amar ou odiar cirurgia. Esse é o antagonismo instituído que se escuta da maioria dos veteranos quando se chega à Faculdade de Medicina.
E antes de escolher dentre as várias áreas da Cirurgia, temos a base da maioria delas que é a geral.

Fonte: Site ABC da Medicina
O que é necessário para ser Cirurgião
Para ser um Cirurgião Geral é preciso primeiro fazer a faculdade de Medicina (6 anos) e depois Residência em Cirurgia Geral. Atualmente, ela foi aumentada de 2 para 3 anos pela Comissão Nacional de Residências Médica.
Esta residência possui acesso direto, mas ela é pré-requisito para muitas outras especialidades:
- Cancerologia cirúrgica;
- Cirurgia cardiovascular;
- Cirurgia de cabeça e pescoço;
- Cirurgia do aparelho digestivo;
- Cirurgia pediátrica;
- Cirurgia plástica;
- Cirurgia torácica;
- Cirurgia vascular;
- Coloproctologia;
- Urologia;
- Nutrologia;
- Cirurgia geral – programa avançado;
- Mastologia;
- Medicina intensiva.
Para ingressar nesta Residência é preciso fazer provas nas instituições desejadas, sejam elas públicas ou privadas. A maioria das provas são compostas por provas práticas e escritas, e análise de currículo. As provas escritas são compostas por clínica médica, cirurgia, pediatria, ginecologia e obstetrícia e medicina social.
O aprendizado do residente em cirurgia geral
Nestes 3 anos, o aprendizado é dividido em Prático e Teórico. O conhecimento Teórico se configura através de aulas, seminários e discussões de casos. Já a prática é realizada em ambulatório, enfermaria, cirurgias eletivas, emergência e urgência, UTI e Estágios Obrigatórios.
No primeiro ano, o R1 (Como é chamado o aluno em residência no primeiro ano, indo até R3), na prática, vai realizar procedimentos com consultas eletivas, pré-operatórios, reserva de sangue, acesso venoso central e periférico em enfermaria, avaliação de vítimas de politraumatizado (ABCDE), estabilização de queimado, urologia, cirurgia torácica e vascular. A parte de urgências e emergências é realizada na forma de plantões, incluindo a Unidade de terapia intensiva.

No segundo ano, o R2, na prática, fará pequenas cirurgias ambulatoriais, cateteres, dreno e supervisionará o R1. Urgência, emergência e trauma são plantões e os estágios feitos em cirurgia geral.
No último ano, o R3 supervisiona os R1 e R2, faz diagnósticos e tratamento de complicações pós-operatórias, realiza cirurgias eletivas, e também faz plantões em urgências, emergências e trauma, e estágios em cirurgia geral.
A parte teórica do primeiro, segundo e terceiro no quadro abaixo, segundo a grade curricular da maioria das Residências, pode ser vista a seguir:
Primeiro Ano
- Resposta Endócrina-Metabólica ao Trauma;
- Equilíbrio Hidroeletrolítico e Ácido-Base;
- Nutrição em Cirurgia;
- Cicatrização, Cuidados com a Ferida Cirúrgica;
- Infecções e Antibioticoterapia em Cirurgia;
- Cuidados Pré e Pós-Operatórios;
- Choque
- Terapia Intensiva em Cirurgia
- Trauma na Criança, Gestante e Idoso;
- Avaliação do Risco Cirúrgico;
- Princípios Gerais de Cancerologia Cirúrgica;
- Cirurgia Ambulatorial.
Segundo Ano
- Atendimento Inicial ao Politraumatizado;
- Abordagem Inicial do Trauma Cranioencefálico e Raquimedular;
- Trauma Cervical;
- Trauma Torácico;
- Trauma Abdominal;
- Trauma Pelve-Perineal;
- Trauma Vascular;
- Trauma das Vias Urinárias;
- Hemostasia
- Queimaduras. Lesões de pele
- Transplantes – Aspectos Gerais;
- Ética em Cirurgia.
Terceiro Ano
- Cirurgia da Tireoide e Paratireoide;
- Cirurgia da Adrenal;
- Cirurgia da Mama;
- Bases da Cirurgia Torácica;
- Cirurgia das Hérnias;
- Abdome Agudo Não Traumático;
- Hemorragia Digestiva;
- Hipertensão Porta;
- Cirurgia Minimamente Invasiva;
- Bases da Cirurgia Pediátrica; Idoso e imunodeprimido;
- Cirurgia do Esôfago;
- Cirurgia do Fígado e Vias Biliares;
- Cirurgia do Estômago;
- Cirurgia do Intestino Delgado;
- Cirurgia do Cólon, Reto e Ânus;
- Cirurgia do Pâncreas;
- Cirurgia do Baço;
- Bases da Cirurgia Vascular;
- Bases da Cirurgia Ginecológica;
- Cirurgia bariátrica e metabólica
Após a residência, fatores como área de trabalho e remuneração são importantes. Segundo estatística e o Piso (Lei n° 3999 de 15 de dezembro de 1961), o Cirurgião Geral ganha em média 3 Salários mínimos por 20 horas semanais. Entretanto, com plantões e atendimentos extras esse valor pode variar muito entre profissionais.
Atualmente, a maior quantidade destes profissionais se concentra no Sul e Sudeste, e apenas 13% no Norte e Centro Oeste. A maioria está nos grandes centros, o que torna cidades pequenas bem atrativas para recém-formados e para os que desejam ganhar maior remuneração. Além disso, em muitas cidades pequenas o cirurgião fica de “sobreaviso”, de forma que não é necessário estar no hospital durante o plantão, sendo solicitado apenas quando necessário, trazendo muito mais conforto ao profissional.
Por último, mas não menos importante, um dos problemas acarretados na escolha dessa profissão é a grande carga horária que este profissional tem tanto na Residência, quanto depois, no trabalho.
O excesso de trabalho e estresse tem feito muitos profissionais escolherem outras áreas. Entretanto, tanto na Cirurgia Geral, como em qualquer outra Residência, deve ser levada em conta a afinidade, aquele “brilho” no olho ao se exercer e falar sobre a profissão, muitas vidas dependem da sua paixão por aquilo que está fazendo.
Assim, fazer algo de que gosta, com dedicação, amor, paixão, traz, mesmo que com muitos problemas, recompensas inigualáveis, únicas, que qualquer profissional deseja ter em sua carreira.

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