Índice
- 1 O que é o Antibiograma?
- 2 Qual é o objetivo do Antibiograma?
- 3 Quando solicitar um antibiograma?
- 4 Como o exame é feito e quais técnicas são utilizadas?
- 5 Vantagens e limitações do método Kirby-Bauer (difusão em agar): quais são?
- 6 Quais fatores são determinantes para a boa avaliação do antibiograma?
- 7 Precauções e cuidados na realização do antibiograma: o que saber
- 8 Erros na técnica do exame: o que evitar
- 9 Cultura bacteriana e sua colonização: como ocorre?
- 10 Em quanto tempo o antibiograma fica pronto?
- 11 Como interpretar o resultado do antibiograma?
- 12 Perguntas frequentes
- 13 Referências
Entenda o que é o antibiograma, em quais situações recomendá-lo e qual conduta ter a partir dos seus resultados! Bons estudos!
A realização do antibiograma possui uma relevância especial na clínica médica. Com isso em mente, considerando ainda o constante avanço de novos mecanismos de resistência, se atualizar sobre o exame ´e fundamental para o médico.
O que é o Antibiograma?
O antibiograma é uma ferramenta muito útil na otimização do uso de antimicrobianos.
Através do exame, o médico é capaz de identificar o perfil de sensibilidade de bactérias a determinados antibióticos. Essa é uma vantagem grande, considerando a resistência a antibióticos que vem crescido constantemente nos últimos anos.
Assim sendo, com o resultado do antibiograma, a escolha do antimicrobiano se torna muito mais eficaz no combate à doença. Como resultado isso, benefícios como menor tempo de internamento e a melhor resposta orgânica são atingidos.
Pensando nisso, como resultado esperado, o antibiótico que inibir o crescimento microbiano será o indicado no tratamento da infecção.
Qual é o objetivo do Antibiograma?
Ao ser identificada a bactéria ou fungo ao que o paciente se encontra exposto, o Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA) ganha a sua importância clínica.
Através dele é possível conhecer o perfil microbiano, ou seja, a qual medicação ele é resistente ou sensível. Como comentamos, esse teste tem uma importância especial no que concerne a resistência antibacteriana.
Com essas informações, a equipe médica é capaz de realizar um plano terapêutico muito mais eficiente no combate bacteriano. Além disso, tão importante quanto interromper a colonização bacteriana e suprimir a progressão da doença, evita-se uma resistência antibacteriana importante.
Assim sendo, é sempre vital que o médico oriente o seu paciente sobre não fazer uso de antibióticos sem a prescrição profissional. Pensando nisso, explicar o motivo por traz dessa recomendação também deve fazer parte de uma terapêutica eficaz.

Quando solicitar um antibiograma?
É evidente que a experiência do médico encarregado do caso é, muitas vezes, suficiente para de avaliar o tipo de antibiótico ideal para o tratamento. Essa é a prescrição conhecida como “empírica”, comum nas terapêuticas infecciosas.
No entanto, é comum que, prescrevendo inicialmente um antibiótico e não apresentando resultados, tem-se a indicação de um antibiograma.
Como o exame é feito e quais técnicas são utilizadas?
O antibiograma não exige um preparo do paciente, como jejum por exemplo. Além disso, a via da amostra a ser coletada varia, a depender do objetivo. Por isso, pode ser por saliva, muco nasal, ou até mesmo fezes ou sangue.
Como comentamos, o objetivo do exame é avaliar o comportamento do bacteriano à exposição de diferentes antibióticos. Para isso, técnicas diferentes podem ser empregadas.
- Difusão em agar;
- Baseado em diluição.
O método de difusão em agar também é chamado de Kirby-Bauer. É um teste quantitativo, em que a cultura é adequada ao antibiótico a ser analisado. A partir disso, é avaliado o crescimento microbiano, ao longo dos dias.
Por meio dele, é avaliado o crescimento microbiano. Na ausência do crescimento ao redor do disco, é interpretada a supressão de colonização da bactéria. Ou seja, entende-se que o antibiótico aplicado foi eficaz na atuação contra aquele tipo bacteriano.
Em relação ao antibiograma baseado em diluição, ainda é avaliada a concentração mínima inibitória (CMI), sobre a qual falaremos adiante. Assim, ainda é avaliada à dose do antibiótico a ser utilizado no tratamento, o que colabora para uma terapêutica eficiente.
Vantagens e limitações do método Kirby-Bauer (difusão em agar): quais são?
O método Kirby-Bauer, ou difusão em agar, é um método de antibiograma que tem como boa vantagem ser de baixo custo. Além disso, possui uma metodolodia de simples aplicação.
Por outro lado, as limitações desse método podem ser elencadas a seguir:
- Dificuldade de interpretação;
- Recomendado para microrganismos de crescimento rápido;
- Não é quantificável.
A partir disso, é importante uma avaliação médica a fim de escolher o melhor método para a avaliação microbiana.
Quais fatores são determinantes para a boa avaliação do antibiograma?
Como qual exame laboratorial, o antibiograma possui parâmetros a serem seguidos pelo técnico.
Em primeiro lugar, é importante que o material clínico seja de boa qualidade para análise. Isso significa que os microrganismos devem estar isolados, além de serem culturas recentes.
Em seguida, todos os passos para a técnica de coleta do material deve ser seguido rigorosamente. Essa é uma medida especialmente importante, já que o resultado de uma técnica mal feita pode comprometer o material analisado de diversas maneiras.
Um dos principais fatores ao se analisar uma cultura é se apropriar da realidade da instituição ou hospital se trata. Isso significa conhecer quais são as bactérias e fungos mais comuns na unidade. A partir disso, são escolhidos os antimicrobianos a serem analisados. Não menos importante, deve-se saber a via de administração da medicação, se oral ou injetável, por exemplo.
Por fim, como comentamos no início, a velocidade de instalação de novos mecanismos de resistência podem ser uma limitação na análise do exame. Logo, se atualizar sobre as recomendações de interpretação dos resultados é fundamental para uma boa técnica.
Precauções e cuidados na realização do antibiograma: o que saber
Algumas precauções e cuidados merecem ser tomados na avaliação do antibiograma, especialmente por parte do técnico que realizará a coleta e técnica.
- Placas com espessura média de 4mm;
- Observar critérios para a escolha dos antibióticos apropriados para a bactéria em análise e suas resistências.
- A temperatura de incubação deve ser rigorosamente controlada;
Outras precauções que vale a pena reforçar a importância é a escolha correta da escolha dos antibióticos. É através dessa escolha assertiva que a resistência pode ser devidamente avaliada pelo examinador.
Erros na técnica do exame: o que evitar
A realização do antibiograma exige uma técnica muito criteriosa. Dessa forma, assim como conhecer bem o passo a passo correto, é importante ter em mente o que se evitar fazer.
A técnica deve ser realizada no tempo “15x15x15“, ou seja, 15 minutos para semeadura, 15 minutos para aplicação dos discos e 15 minutos para levar as placas à estufa. Quando esse padrão não é seguido, pode-se perder a amostra.
Ainda, o ajuste do pH é fundamental para uma boa amostra ser analisada. Por isso, quando esse passo não é respeitado e o pH não é ideal, a amostra é comprometida.
Outro ponto importante a ser considerado é a concentração das drogas analisadas. Cada uma deve ter uma concentração ideal para a análise. Sob essa perspectiva, o tempo, temperatura e atmosfera devem estar dentro das condições para cada teste.
Cultura bacteriana e sua colonização: como ocorre?
Ao ser coletado o material, ele é cultivado em placas, chamadas de placas de petri. As placas são um meio favorável para a cultura, com temperatura, pH e nutrição ideais para isso.
Por volta de 2 a 3 dias desde o início do processo de cultura, a colônia está formada. A partir disso, tem-se o número de colônias formadas.
Tendo em mãos a amostra final, o examinador poderá analisar a sensibilidade dos microrganismos aos antibióticos considerados.
Em quanto tempo o antibiograma fica pronto?
Como o antibiograma é um exame que consiste na avaliação do crescimentos das culturas microbianas, o tempo até o resultado não é tão rápido.
Assim sendo, o resultado do TSA pode levar de 3 a 5 dias. Como comentamos, o que se espera como resposta, é que o antibiótico escolhido para o tratamento seja aquele capaz de suprimir o crescimento microbiano.
O tempo até o resultado do exame certamente é uma limitação desse modelo. Isso porque, especialmente considerando um paciente internato em UTI, o tempo de ação no combate à colônia bacteriana é precioso. Por isso, esse prazo pode atrasar um pouco o tratamento mais adequado.
Como interpretar o resultado do antibiograma?
Em grande parte dos laboratórios, o laudo do exame descreve dois possíveis resultados:
- Sensível ou S;
- Resistente ou R.
De maneira intuitiva, o laudo “S” conclui que o microrganismo é sensível ao antibiótico testado. Assim, essa será a medicação recomendada. Por outro lado, caso o laudo seja “R”, o microrganismo é resistente ao antibiótico testado. Nesse caso, a medicação não terá função positiva na terapêutica.
Uma informação importante que acompanha alguns tipos de TSA é a concentração mínima inibitória (CMI ou MIC). Através dela, o médico pode avaliar qual é a concentração do antibiótico que é mais eficaz no tratamento da infecção.
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Perguntas frequentes
- Qual é a indicação da realização do exame antibiograma?
Uma das indicações do exame de antibiograma é quando a prescrição empírica de antibioticoterapia não é eficiente. - O exame antibiograma possui limitações?
Sim. O antibiograma tem algumas limitações, como por exemplo o tempo de resultado do exame. Essa é uma limitação que pode, de fato, atrasar a condução terapêutica do caso. - Qual informação é fundamental na análise da cultura?
Ter conhecimento do perfil bacteriano da unidade hospitalar é fundamental na escolha dos antibióticos para avaliar a sensibilidade.
Referências
- Manual de Antibiograma, 2019.
- Avaliação da qualidade dos discos com antimicrobianos para testes de disco-difusão disponíveis comercialmente no Brasil. Lilian M. Sejas