Cirurgia geral

Cirurgia geral nas provas de residência médica: o que é mais cobrado?

Cirurgia geral nas provas de residência médica: o que é mais cobrado?

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Cirurgia geral nas provas de residência médica: tudo o que você precisa saber para mandar bem nas provas!

A Cirurgia é uma especialidade médica que se concentra no tratamento de doenças, lesões e condições por meio de intervenções cirúrgicas. Os cirurgiões desempenham um papel fundamental na saúde e no bem-estar dos pacientes, oferecendo cuidados cirúrgicos preventivos, diagnósticos e terapêuticos. 

A importância do profissional de Cirurgia reside no fato de que certas condições médicas podem exigir intervenções cirúrgicas para correção ou tratamento efetivo. Os cirurgiões são treinados especificamente para realizar procedimentos cirúrgicos com habilidade e precisão, garantindo a segurança e o sucesso do paciente durante todo o processo.

Como é o módulo de cirurgia geral nas provas de residência médica?

O módulo de Cirurgia Geral nas provas de residência médica costuma abranger uma ampla gama de conhecimentos e habilidades relacionados à prática cirúrgica geral. Essa parte do exame visa avaliar a competência do candidato em áreas específicas da Cirurgia Geral.

Embora os tópicos específicos possam variar de acordo com o programa e a instituição, aqui estão algumas áreas de conhecimento importantes que você pode esperar encontrar no módulo de Cirurgia Geral:

  • Conhecimento básico de cirurgia
  • Abordagens cirúrgicas
  • Doenças do trato gastrointestinal

Além disso, é importante lembrar que o módulo de Cirurgia Geral também pode incluir questões relacionadas à ética médica, legislação e prática profissional, além de discussões sobre aspectos psicossociais do cuidado cirúrgico. É fundamental revisar de forma abrangente todos os aspectos da Cirurgia Geral durante a preparação para a prova de residência médica.

Conhecimentos básicos de cirurgia

Os conhecimentos básicos de cirurgia são fundamentais para qualquer médico que esteja buscando uma especialização, incluindo a residência médica em Cirurgia Geral. Esses conhecimentos abrangem os princípios e fundamentos essenciais para a prática cirúrgica adequada. 

Princípios de assepsia e esterilização

A assepsia é a prática de manter um ambiente cirúrgico livre de microrganismos patogênicos, minimizando o risco de infecção. 

Os estudantes devem ter conhecimento sobre:

  • Técnicas de lavagem das mãos
  • Uso adequado de luvas
  • Vestimenta estéril
  • Preparação do campo cirúrgico 
  • Esterilização de instrumentos. 

Cicatrização de feridas no módulo de cirurgia geral nas provas

Os cirurgiões devem entender os princípios da cicatrização de feridas para garantir uma recuperação adequada dos pacientes. Isso inclui conhecimentos sobre os diferentes tipos de feridas, técnicas de sutura, escolha de materiais de sutura adequados e cuidados pós-operatórios. 

Além disso, antes de realizar qualquer procedimento cirúrgico, é importante avaliar o risco envolvido para o paciente. Os estudantes devem estar familiarizados com os:

  • Fatores de risco relacionados à cirurgia, como a presença de condições médicas subjacentes
  • Idade do paciente
  • Estado nutricional 
  • Condições pré-existentes que possam afetar a cicatrização e a recuperação. 

Questões sobre conhecimentos básicos em cirurgia

Questão 1

  1. IAMSPE – INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL, 2023. A sutura de Lembert é:

a) Usada na sutura do parênquima pulmonar.

b) Invaginante.

c) Adequada para síntese hepática.

d) Usada em coledocorrafias.

e) Usada na síntese da aponeurose

Comentário da questão

A sutura de Lembert é uma sutura invaginante e mais comumente usada para fechar vísceras ocas. Na prática, isso é útil para realizar anastomose intestinais.

Questão 2

Um paciente foi submetido a uma cirurgia abdominal, e o anestesista introduziu um cateter peridural para analgesia. O paciente se encontra na UTI utilizando heparina de baixo peso molecular como anticoagulação profilática, e a enfermeira questiona o médico plantonista se pode retirar o cateter. Nesse caso, qual é a conduta mais adequada e a respectiva justificativa?

  1. Retirar o cateter, já que a anticoagulação profilática não interfere no risco para hematoma epidural.
  2. Manter o cateter e solicitar orientação ao anestesista quanto ao momento da retirada, devido ao risco de hematoma epidural.
  3. O cateter poderá ser removido se a última dose de heparina tiver sido realizada há mais de 3h.
  4. Manter o cateter e aguardar, pelo menos, 48h, após a última dose da heparina para remover o cateter.
  5. Manter o cateter por, pelo menos, 24h, após a última dose de heparina devido ao risco de hematoma subdural.

Comentário da questão

Questão bastante atípica, uma vez que traz nas suas opções a alternativa de chamar o especialista para definir sobre o caso. Entretanto, demanda conceitos importantes e muito solicitados em provas sobre o tempo para retirada de cateter peridural após procedimento, assim como a sua relação com a dose de heparina (profilática ou terapêutica).

Vamos às alternativas.

A alternativa B  acaba sendo a melhor opção dentre as outras alternativas, visto que em todas as demais há algum erro identificável. Assim sendo, solicitar a manutenção do cateter e a definição sobre a retirada para o anestesista é sim uma escolha adequada nesse caso.

Abordagens cirúrgicas

As abordagens cirúrgicas são variadas e adaptáveis às necessidades específicas de cada procedimento e paciente. Uma das abordagens mais tradicionais é a abordagem aberta, na qual o cirurgião realiza uma incisão na pele para acessar a área de interesse. Essa técnica é frequentemente usada em cirurgias de grande porte, como procedimentos abdominais e torácicos complexos, proporcionando uma visão direta do campo cirúrgico. 

No entanto, com os avanços da tecnologia, surgiram abordagens minimamente invasivas que oferecem benefícios adicionais aos pacientes. A laparoscopia é uma dessas abordagens, na qual pequenas incisões são feitas e um tubo com uma câmera e instrumentos cirúrgicos é inserido. Essa técnica é comumente usada em cirurgias abdominais, como a remoção da vesícula biliar ou do apêndice, permitindo uma recuperação mais rápida e menos traumática para o paciente. 

Outra forma avançada de abordagem cirúrgica é a cirurgia robótica. Nesse caso, o cirurgião controla os instrumentos cirúrgicos por meio de uma console robótica, que oferece maior precisão e flexibilidade de movimentos. Essa abordagem é especialmente útil em procedimentos complexos e delicados, como:

  • Cirurgias urológicas
  • Ginecológicas
  • Próstata

A cirurgia endoscópica é outra abordagem minimamente invasiva que utiliza um endoscópio flexível com uma câmera na ponta para visualizar e tratar condições internas do corpo. Essa técnica é frequentemente usada em procedimentos gastrointestinais, como a remoção de pólipos do cólon, evitando a necessidade de grandes incisões.

Questões sobre tipos de abordagem cirúrgica

Pratique com as seguintes questões:

Questão 1

  1. SES – RJ – SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – RIO DE JANEIRO, 2023. Durante a realização de videolaparoscopia diagnóstica, a arritmia cardíaca que ocorre com maior frequência é:
  1. Bloqueio atrioventricular transitório
  2. Extrassístole ventricular
  3. Bradicardia sinusal
  4. Taquicardia sinusal

Comentário da questão do módulo de cirurgia geral nas provas

Vamos revisar os efeitos do pneumoperitônio no sistema cardiovascular?

  • Aumento da pressão intra-abdominal, que por sua vez, reduz o retorno venoso.
  • Aumento da frequência cardíaca,
  • Diminuição do débito cardíaco.
  • Aumento da resistência vascular periférica.
  • Aumento da pressão venosa central.

Arritmias cardíacas são frequentes durante a laparoscopia (25% – 47%) e, felizmente, a maioria corresponde a arritmias sinusais benignas que cessam com o final do pneumoperitônio. A bradicardia sinusal é a arritmia mais comum, secundária a confecção do pneumoperitônio, principalmente por conta do aumento do tônus vagal.

Cirurgia e doenças do trato gastrointestinal 

As doenças do trato gastrointestinal abrangem uma ampla gama de condições que afetam o sistema digestivo, desde o esôfago até o ânus. Em alguns casos, a cirurgia é necessária para tratar ou gerenciar essas doenças. As principais doenças do trato gastrointestinal e as cirurgias relacionadas a elas são: Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): é uma condição em que o conteúdo ácido do estômago retorna para o esôfago. No geral, pode acabar causando sintomas como azia, regurgitação ácida e dor no peito. Em casos graves ou quando o tratamento conservador não é eficaz, a cirurgia anti-refluxo, como a fundoplicação, pode ser realizada para fortalecer a válvula entre o esôfago e o estômago e reduzir o refluxo. 

Úlceras pépticas

São feridas abertas que se desenvolvem no revestimento do estômago ou do duodeno. Na maioria dos casos, o tratamento é realizado com medicamentos para reduzir a produção de ácido estomacal. Além de eliminar a infecção pela bactéria H. pylori.

No entanto, em casos graves ou quando ocorrem complicações, pode ser necessária uma cirurgia. Esse procedimento é feito para remover a úlcera ou tratar as complicações, como a perfuração ou o sangramento. 

Doença diverticular

É caracterizada pela formação de pequenas bolsas ou divertículos na parede do cólon. Em alguns casos, esses divertículos podem inflamar e causar diverticulite, resultando em dor abdominal, febre e alterações do hábito intestinal.

Na presença de complicações recorrentes, como abscesso ou perfuração, a cirurgia pode ser necessária para remover a parte afetada do cólon ou criar uma colostomia temporária ou permanente. 

Doença inflamatória intestinal (DII)

Inclui condições como a doença de Crohn e a colite ulcerativa. Caracterizadas como doenças crônicas que afetam o intestino. O tratamento geralmente envolve medicamentos para controlar a inflamação.

Contudo, em casos graves, quando há obstrução intestinal, abscessos ou sangramento incontrolável, a cirurgia pode ser necessária. Sendo feita para remover a parte afetada do intestino ou criar uma ostomia. 

Questões sobre cirurgia no trato gastrointestinal

Pratique as questões a seguir: 

Questão 1

HOS – HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA, 2022. O aparecimento de fístulas colovesical, colocutânea ou enterocólica na evolução da doença diverticular dos cólons não é comum. Para abordagem dessas lesões, na ausência de quadros agudos, a opção mais recomendada é:

  1. Tratamento eletivo por via videolaparoscópica.
  2. Internação em UTI e antibioticoterapia ampla.
  3. Punção percutânea guiada por tomografia.
  4. Colectomia segmentar por via convencional.
  5. Oclusão da fístula por meio da colonoscopia.

Comentário da questão

Uma das complicações da doença diverticular é o surgimento de fístulas. Sendo as mais comuns as fístulas colovesicais, colovaginais, enterocólicas, colocutâneas e colouterinas. 

As fístulas diverticulares geralmente não fecham de forma espontânea e, por isso, devem ser tratadas cirurgicamente. Na ausência de quadros agudos, o reparo deve ser feito de forma eletiva e, se possível, por via laparoscópica. O manejo não operatório só deve ser realizado em pacientes que não possam ser submetidos ao risco cirúrgico.

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