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Propagação da Covid-19: As Condições climáticas interferem?

Propagação da Covid-19: As Condições climáticas interferem?

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Entre o início da pandemia do novo coronavírus, em março, e hoje, mês de junho, pouco se descobriu sobre a doença. As hipóteses são diversas, que ainda estão sendo verificadas por pesquisadores que se debruçam sobre o Sars-CoV-2. Uma dessas hipóteses dialoga com um senso comum: a de que a pandemia tende a piorar no inverno e melhorar no verão.

Um estudo verificou essa possibilidade. O objetivo era determinar se havia associação entre diferenças climáticas e medidas de saúde pública com relação ao crescimento da doença.

O estudo teve como método o coorte prospectivo, em que um grupo de pessoas que compartilham uma característica ou experiência são acompanhados por um período de tempo, considerou 144 áreas geopolíticas com pelo menos dez casos de Covid-19 e em condição de transmissão comunitária em 20 de março de 2020. Ao todo, foram analisados 375.609 casos.

Metodologia do estudo de propagação da Covid-19

O estudo utilizou regressão ponderada de efeitos aleatórios para determinar a associação entre variáveis, como: crescimento da epidemia, latitude, temperatura, umidade, fechamento de escolas, restrições de aglomerações e medidas de distanciamento social. Foi analisado o período de 14 dias.

A China foi excluída, porque já havia contido a epidemia naquela data. Irã, Coréia do Sul e Itália também não foram incluídos, porque estavam com a epidemia estabelecida e a curva de contaminação bem à frente de outros países do mundo.

Os dados dos casos da Covid-19 foram passados por cada região analisada.

Resultados da Propagação da Covid-19

Os pesquisadores concluíram que não há associação entre o crescimento da epidemia e latitude e temperatura. Por outro lado, há leve relação com a umidade relativa ou absoluta da área.

Mas o dado que mais chama atenção é o forte impacto que intervenções de saúde pública, como medidas de distanciamento social, têm no avanço da pandemia.

Os pesquisadores sugerem que fechamento de escolas, restrição de aglomerações e medidas de distanciamento social devem ser adotadas em conjunto como políticas de saúde. Nesse contexto, a curva de contaminação pode ser achatada.

Conclusões

O estudo tinha como limitação a diferença na oferta de testes de coronavírus entre os países, mas os pesquisadores não entenderam isso como um problema. Foi assumido que a taxa de crescimento da epidemia poderia ser estimada com segurança, já que ela é resultado de cálculo de razão matemática com análise de valores relativos. Com isso, a variação de testagem afeta ambos os componentes da razão que determina essa taxa, o que permitiria estimativa correta.

Diante disso, o estudo chegou à conclusão que as condições climática não são determinantes na propagação do novo coronavírus. As medidas não-farmacológicas têm mais impacto, como as de distanciamento social.

Ou seja: quanto maior o número de intervenções de saúde pública em conjunto, maior a redução no crescimento da Covid-19.

Os pesquisadores alertam ainda para o efeito dessas intervenções. Isso porque elas podem gerar danos econômicos e psicossociais.

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