“O que fazer após concluir a faculdade de medicina?”. Essa é uma dúvida comum entre os recém-formados. Entre as opções estão: fazer residência médica, trabalhar com plantões em emergências e atuar em unidades básicas de saúde. Mas, para não se precipitar na escolha, o ideal é analisar o cenário da profissão e pensar a longo prazo.
O número de médicos formados no Brasil só faz aumentar ao longo dos anos. Segundo dados da Demografia Médica no Brasil, tinham 230.110 médicos nos anos 2000. O número chegou a 502.475 em 2020.
Além disso, estima-se que em 2030 tenham 815.570 profissionais no país. O estudo é do Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).
Nesse contexto, buscar diferenciais profissionais é essencial para garantir uma melhor remuneração e também mais qualidade de vida. A residência é um dos caminhos.
Como funciona?
Os programas de residência consistem em uma modalidade de ensino de pós-graduação para médicos. Eles funcionam em instituições de saúde como hospitais-escola. No local, os residentes realizam atividades profissionais sob a orientação de médicos especialistas.
A especialização dura de dois a cinco anos, conforme a especialidade médica escolhida. Atualmente, existem 55 especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina.
Decidida a especialidade, o médico escolhe para qual dos mais de 4.860 programas do país quer prestar seleção. Esses programas possuem aprovação do Ministério da Educação. Os processos seletivos, normalmente, contam com uma prova e uma entrevista.
Os médicos residentes recebem uma remuneração em torno de R$ 3 mil. Além disso, durante o programa, os residentes devem seguir alguns pré-requisitos. Não fazer plantões de sobreaviso é um deles.
Quais são as vantagens de fazer residência médica?
Para entrar em um dos programas do país, é preciso estar preparado (a). Os processos seletivos são bem específicos e acirrados. Uma boa preparação fará toda diferença para aprovação. Mas, durante a residência e depois da conclusão, o médico vai vivenciar uma série de vantagens. Listamos algumas delas. Confira:
- A residência é regulamentada no Brasil desde 1977. É a principal forma de atestar especialidade em uma área e se destacar. Fazer residência é tipo ganhar uma medalha de ouro nas Olímpiadas da medicina.
- Garantia de aperfeiçoamento do padrão profissional e científico.
- O recém-formado de medicina, diferente de outras profissões, não precisa pagar por essa especialização e ainda recebe uma bolsa.
- Garantia de um maior salário e menor carga horária de trabalho. De acordo com uma pesquisa do MedScape, médicos especialistas ganham em média 24% a mais que médicos generalistas.
- Todo processo de aprendizado do programa é guiado por embasamento científico.
- Menores chances de erros no atendimento. Os residentes estão sempre sendo assistidos por profissionais super competentes.
- A maioria dos concursos públicos para médicos exigem a titulação de especialista.
- O médico residente tem direito à 30 dias de férias. Ele também é filiado ao Regime Geral de Previdência Social, como contribuinte individual.
- A residência é uma oportunidade de aumentar sua rede de contatos. Caso a residência seja em outro estado, o networking adquirido será ainda maior.
- Fazer residência abre uma série de oportunidades de desenvolvimento de pesquisa e de doutorado.