Confira um artigo completo que falamos sobre a Embriologia do Sistema Respiratório até a Terceira Semana para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.
Boa leitura!
Embriologia do Sistema Respiratório até a Terceira Semana
Primeira Semana do Desenvolvimento Humano
Para entender a formação do embrião e dos seus sistemas, com foco no sistema respiratório, é necessária uma contextualização da temática a partir do início, isto é, da concepção do embrião. Esse início se dá a partir da fecundação do óvulo com o espermatozoide, tendo como resultado a formação do zigoto que, posteriormente, formará o blastocisto.
O zigoto sofre sucessivas clivagens, isto é, repetidas divisões mitóticas, resultando em rápido aumento do número de células – blastômeros. A divisão do zigoto tem início aproximadamente 30 horas após a fecundação e esses blastômeros tornam-se menores a cada divisão por clivagem. Após o estágio de oito células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns com os outros, na chamada compactação.
Este fenômeno pode ser mediado pelas glicoproteínas de adesão da superfície celular e possibilita maior interação célula a célula, sendo um pré-requisito para a segregação das células que formam a massa celular interna. Quando já existem 12 a 32 blastômeros, o concepto é chamado de mórula.
Logo depois da mórula ter alcançado o útero (cerca de 4 dias após a fecundação), o fluido da cavidade uterina passa através da zona pelúcida para formar um espaço preenchido por fluido, denominado de cavidade blastocística, localizado no interior da mórula. À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes:
- O trofoblasto, uma delgada camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta
- O embrioblasto, um grupo discreto de blastômeros que representam o primórdio do embrião
Durante esta fase do desenvolvimento, denominada blastogênese, o concepto é chamado de blastocisto.

Imagem: Desenvolvimento do zigoto do estágio de duas células até o estágio de mórula tardia. Fonte: Langman, Embriologia Médica, 13a ed.
Segunda semana do desenvolvimento humano
A implantação do blastocisto no endométrio é concluída durante a segunda semana do desenvolvimento. Enquanto esse processo ocorre, há formação de um disco embrionário bilaminar composto por duas camadas, o epiblasto e o hipoblasto.
O disco embrionário dá origem as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. As estruturas extraembrionárias que se formam durante a segunda semana incluem a cavidade amniótica, o âmnio, o saco vitelínico, pedúnculo e saco coriônico.
Terceira semana do desenvolvimento humano
A terceira semana do desenvolvimento ocorre durante a primeira semana sem menstruação, isto é, cinco semanas após o primeiro dia do período regular da última menstruação. Nesse momento, ocorre a gastrulação, que é o processo em que o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, endoderma e mesoderma) do disco embrionário dá origem a tecidos e órgãos específicos.
O ectoderma é a camada germinativa que formará a epiderme e os anexos epidérmicos, além do sistema nervoso, através do tubo neural, e as cavidades do corpo. O mesoderma formará a derme, os ossos e músculos e os sistemas circulatório e reprodutor. Por fim, o endoderma formará os órgãos do sistema digestório e, ainda, o sistema respiratório, que será o foco deste material.
Quarta à Oitava semana do desenvolvimento: O início da formação do sistema respiratório
As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma), formadas durante a gastrulação, dão origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se agregam e se diferenciam seguindo padrões bastante precisos ao formar os vários órgãos e sistemas, em um processo chamado de organogênese.
É na quarta semana do desenvolvimento que o sistema respiratório começa a surgir a partir do divertículo respiratório, que é uma protuberância na parede ventral do intestino anterior. O aparecimento e a localização do broto pulmonar dependem do aumento do ácido retinóico (AR) produzido pelo mesoderma adjacente, que eleva a expressão do fator de transcrição TBX4 no endoderma do tubo intestinal, no local do divertículo respiratório.
O TBX4 induz a formação do broto pulmonar, a continuidade de seu crescimento e a diferenciação dos pulmões. Assim, os epitélios do revestimento interno da laringe, da traqueia e dos brônquios, bem como o do pulmão, são integralmente de origem endodérmica. Os tecidos cartilaginosos, muscular e conjuntivo, que compõem a traqueia e os pulmões, são derivados do mesoderma esplâncnico que cerca o intestino anterior.