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Confira um artigo completo que falamos sobre a Quarta Semana do Desenvolvimento Embrionário para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.
Boa leitura!
A Quarta Semana do Desenvolvimento Embrionário
Ao final da terceira semana do desenvolvimento embrionário, tem-se um embrião trilaminar, isto é, já com três camadas germinativas embrionárias diferenciadas. Essas três camadas germinativas – endoderma, ectoderma e mesoderma – são as precursoras de todos os tecidos embrionários e a sua diferenciação representa o início da morfogênese.

Durante o desenvolvimento, o embrião humano passa por uma sequência de transformações que, apesar de estarem interrelacionadas, podem ser agrupadas em três grandes fases. A primeira delas é a fase de crescimento, na qual há intensa divisão celular e elaboração de produtos celulares.
A segunda é chamada de morfogênese, ou seja, é a fase de formação dos órgãos, os quais ganham forma e tamanho. Trata-se de um processo molecular complexo, controlado pela expressão e regulação de genes específicos em uma sequência ordenada.
Por fim, tem-se a fase de diferenciação dos tecidos, na qual ocorre a maturação dos processos fisiológicos. Isso significa dizer que as células se organizam em padrões precisos de tecidos e órgãos, sendo assim capazes de executar funções especializadas.
O período que se estende da terceira à oitava semana do desenvolvimento é chamado de período embrionário ou de organogênese. Diz respeito a origem de vários tecidos e órgãos específicos, a partir de cada um dos folhetos embrionários. Ao final dele, por volta do final do segundo mês de gestação, os principais sistemas de órgãos já iniciaram seu desenvolvimento, o que faz com que o embrião assuma uma aparência humana.
SE LIGA! É importante lembrar que no período embrionário os tecidos e órgãos estão se diferenciando rapidamente. Isso significa que a exposição do embrião a agentes teratogênicos, como drogas e vírus, por exemplo, em especial nessa época do desenvolvimento, pode causar grandes anomalias congênitas.
É durante a quarta semana do desenvolvimento embrionário que os folhetos germinativos estabelecidos na terceira semana se diferenciam de modo a formar o primórdio dos grandes sistemas de órgãos do corpo. Ao mesmo tempo, o disco embrionário trilaminar sofre um processo de dobramento. É através desse processo que o embrião de formato laminar, plano e achado, assume uma forma cilíndrica e mais parecida com a forma corporal a qual estamos habituados.

Dobramento do Embrião
Como dito, o dobramento do embrião é um evento muito importante no estabelecimento da forma corporal. O dobramento ocorre como resultado de um crescimento rápido e diferencial das diversas regiões do embrião.
Esse crescimento diferencial faz com que o embrião sofra dois dobramentos em sentidos distintos, isto é, há um dobramento no plano mediano e um dobramento no plano horizontal. Isso ocorre porque a velocidade de crescimento das laterais do disco embrionário não acompanha o ritmo de crescimento do eixo maior do embrião, que, por sua vez, aumenta rapidamente o seu comprimento.
O dobramento no crânio e nas regiões laterais do embrião começa a partir do 22º dia, enquanto, na região caudal, começa no 23º dia. A partir de então, o dobramento das extremidades cranial e caudal e o dobramento lateral do embrião ocorrem simultaneamente. Além disso, concomitantemente também há uma constrição relativa na junção do embrião com a vesícula umbilical.

Imagem 3 – Linha do tempo da quarta semana do desenvolvimento. Fonte: Embriologia Humana – Larsen
Dessa forma, o disco embrionário cresce vigorosamente durante a quarta semana, porém o crescimento do saco vitelínico fica estagnado. Os dobramentos fazem com que as regiões cranial e caudal se movam ventralmente, conforme o embrião se alonga.
Os dobramentos mediano e horizontal serão descritos detalhadamente a seguir. Entretanto, antes de tratarmos sobre cada um deles especificamente, é preciso entender o porquê de o crescimento celular levar à movimentação das estruturas para a região ventral do embrião, e não somente levar à um aumento de tamanho com o mesmo formato laminar original.
Isso é devido ao fato de a notocorda, o tubo neural e os somitos em desenvolvimento enrijecerem o eixo dorsal do embrião. Dessa forma, os dobramentos são concentrados nas bordas externas e flexíveis do disco. É por isso que as bordas craniana, caudal e laterais do disco se dobram sob as estruturas axiais dorsais, dando origem a superfície ventral do corpo.
Por fim, vale lembrar que, apesar de possuírem nomes diferentes, todas as dobras acabam por tornarem-se contínuas na posição do que virá a ser o umbigo, formado como um anel de tecidos.
Dobramento do embrião no plano mediano
