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Quer entender as polêmicas envolvendo o cigarro eletrônico e o Conselho Federal de Medicina (CFM)?
Desde 2009, os cigarros eletrônicos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No começo de maio, o assunto voltou a ser pauta de discussões médicas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma nota. A nota surge em resposta à “mobilização por parte de alguns segmentos para a liberação do cigarro eletrônico do país”.
Para defender a manutenção da proibição, o CFM argumenta que o cigarro eletrônico traz riscos semelhantes aos do cigarro comum.
Para entender a polêmica, é necessário compreender o que é o cigarro eletrônico, seus efeitos e as diferenças entre ele e as outras formas de uso do tabaco.
O que é o cigarro eletrônico?
Os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como “Vape”, são dispositivos mecânico-eletrônicos que entregam nicotina sem a necessidade da combustão.
Eles são alimentados por uma bateria e podem ser oferecidos com a presença de aromatizantes de frutas, café, etc.
Veja também o nosso artigo completo sobre O que o cigarro eletrônico tem a ver com a evali?
Composição e outros detalhes sobre formatos de cigarros eletrônicos
Sua composição também pode contar com a presença de propilenoglicol, formaldeído, acetona e glicerina vegetal.
A estrutura física do cigarro eletrônico conta com a bobina de resistência, o reservatório de nicotina líquida e a bateria.
Em uma rápida pesquisa nos produtos oferecidos na internet, é possível encontrá-lo em diferentes tamanhos e formas. Uns mais parecidos aos cigarros comuns e até os que se assemelham aos pen-drives.
Riscos do Cigarro Eletrônico
Você já ouviu falar na expressão “evali”? O termo foi cunhado em 2019, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) para definir a doença pulmonar relacionada ao uso do cigarro eletrônico.
Até 2020, 2.800 casos da doença haviam sido registrados em território estadunidense, envolvendo hospitalizações e mortes.
Nos EUA, a venda de cigarros eletrônicos acontece livremente, existindo cartilhas das autoridades sanitárias sobre o uso do aparelho.
Para entendermos melhor os riscos oferecidos pelo cigarro eletrônico, é fundamental que lembremos que nele há a presença de nicotina, agente causador de vício e altamente cancerígeno.
Os outros elementos, citados anteriormente, como o glicerol e e propilenoglicol, fazem parte de outras indústrias, como a alimentícia e a dermocosmética. Quando aquecidos, entretanto, podem tornar-se cancerígenas.
Para a Agência Brasil, Aristóteles Alencar, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, destacou as chances de tais aparelhos causarem inflamações, uma vez que produzem partículas que ultrapassam a barreira dos alvéolos pulmonares e caem na corrente sanguínea.
Entenda a polêmica envolvendo Anvisa, CFM e cigarro eletrônico
Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) são, desde 2009, proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para o órgão, não existem estudos que sustentem e comprovem a segurança de tais produtos.
Se a decisão foi tomada há uma par de anos, por que o assunto ressurgiu nos últimos meses?
A Anvisa iniciou em abril deste ano a fase de Tomada Pública de Subsídios, em que busca reunir estudos e evidências científicas sobre o uso dos cigarros eletrônicos.
Desde que foi iniciada, entidades médicas, como a Associação Médica Brasileira (AMB), o CFM e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), vêm se manifestando contra a liberação do dispositivo.
As entidades defendem que, tendo em vista os danos à saúde causados pelo cigarro eletrônico, não existem razões práticas para a flexibilização da decisão.
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Sugestão de Leitura Complementar
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Fontes: Conselho Federal de Medicina, FDA, Agência Brasil