Ciclo Clínico

Escala de Coma de Glasgow: o básico para todo profissional de saúde

Escala de Coma de Glasgow: o básico para todo profissional de saúde

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Escala de coma de Glasgow: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!

A Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi criada em 1974, na Universidade de Glasgow na Escócia, e até hoje representa uma das ferramentas de monitorização neurológica mais utilizadas no mundo. A escala combina os principais indicadores-chave de gravidade de uma lesão neurológica de uma forma simples, e visa avaliar o nível de consciência dos pacientes de maneira prática e confiável, além de possuir as vantagens de fácil aplicação e reprodutibilidade.

No entanto, possui limitações na análise da resposta verbal em pacientes sedados, com distúrbios de linguagem e em ventilação mecânica.

Escala de coma de glasgow original

Na escala original, a análise da gravidade do comprometimento neurológico era baseada em três critérios:

  • Abertura ocular
  • Resposta verbal
  • Resposta motora

Os quais são pontuados individualmente e sua soma varia de 03 a 15, caracterizando o paciente com lesão leve, moderada ou grave (ver adiante). Em 2018, houve uma atualização com a inclusão da avaliação da reatividade pupilar, podendo agora variar de 01 a 15. Além disso, algumas nomenclaturas foram alteradas para simplificar sua aplicação.

Para mais detalhes acerca das alterações ocorridas na ECG consulte o artigo Nova escala de Glasgow: 3 pontos cruciais para entender a nova mudança!, publicado pela Editora Sanar, 2019.

Portanto, hoje utilizamos quatro indicadores para avaliar o nível de consciência do paciente:

  • Abertura ocular;
  • Resposta verbal;
  • Melhor resposta motora;
  • Reatividade pupilar.

Escala de coma de glasgow: abertura ocular

A abertura ocular refere-se à resposta do paciente à estimulação visual ou ao ambiente. Existem quatro categorias principais para pontuar a abertura ocular na Escala de Glasgow:

CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Olhos abertos previamente à estimulação. Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em voz alta. Ao som 3
À resposta dolorosa À pressão 2
Nenhuma resposta Ausente 1

Esses pontos são então somados com as pontuações dos outros dois aspectos (resposta verbal e resposta motora) para determinar a pontuação total na Escala de Coma de Glasgow.

Resposta verbal

Na Escala de Coma de Glasgow (GCS), a resposta verbal é um dos três componentes avaliados para medir o nível de consciência de uma pessoa que sofreu uma lesão cerebral. Essa parte da escala avalia a capacidade do paciente de se comunicar verbalmente.

Existem cinco categorias principais para pontuar a resposta verbal:

CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Resposta adequada relativamente ao nome, local e data. Orientada 5
Resposta não orientada, mas comunicação coerente. Confusa 4
Palavras inapropriadas Palavras 3
Sons ininteligíveis Sons 2
Nenhuma resposta Ausente 1

Resposta motora

A resposta motora é um dos três componentes utilizados para avaliar o nível de consciência em uma pessoa que sofreu uma lesão cerebral.

Essa parte da escala analisa a resposta do paciente a estímulos motores específicos. Existem seis categorias principais para pontuar a resposta motora:

CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Obedece comandos A ordens 6
Responde à dor local Localizadora 5
Retirada à dor Flexão normal 4
Apresenta uma resposta de flexão anormal a estímulos dolorosos Flexão anormal 3
Resposta de extensão anormal a estímulos dolorosos Extensão 2
Nenhuma resposta motora, independentemente do estímulo. Ausente 1

Avaliação da reatividade pupilar

A avaliação da reatividade pupilar é uma parte importante do exame neurológico e é frequentemente realizada para avaliar a função do sistema nervoso autônomo e a integridade cerebral.

A avaliação da reatividade pupilar geralmente envolve a exposição da luz diretamente nas pupilas e a observação da resposta das pupilas a essa luz.

CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Bilateral 0
Unilateral -1
Inexistente -2

Pontuação e grau de lesão

Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a fórmula aplicada é:

  • Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2]

Grau de lesão de acordo com a pontuação:

  • Entre 13 e 15 – LEVE;
  • Entre 9 e 12 – MODERADA;
  • Entre 3 e 8 – GRAVE;
  • Menor que 3 – COMA;

É importante lembrar que a Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal!

Qual a importância da aplicação da escala de coma de glasgow?

A pontuação na GCS é frequentemente usada para orientar as decisões clínicas, como a necessidade de procedimentos de imagem (como tomografia computadorizada) e a intensidade do monitoramento necessário.

Em resumo, a Escala de Coma de Glasgow desempenha um papel crucial na avaliação inicial e subsequente monitoramento de pacientes com lesões cerebrais. Ela fornece informações valiosas que ajudam os profissionais de saúde a tomar decisões rápidas e apropriadas para otimizar o cuidado e o tratamento do paciente.

Autor: Stephanie Kischener Seif

Instagram: @tete_seif

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