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As lesões elementares da pele são causadas por modificações decorrentes de processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, alterações metabólicas ou congênitas.
Confira quais as principais delas. Vem com a gente!
Classificação das lesões elementares
Podem ser divididas em primárias ou secundárias. As lesões primárias são as que ocorrem na pele que previamente não havia lesões, como as máculas/manchas, pápulas/placas, nódulos, vegetações, vesículas e bolhas.
Já as secundárias são as decorrentes de alterações nas lesões primárias, como é o caso da liquenificação, do espessamento, da cicatriz e da úlcera.
Lesões elementares primárias
Confira agora quais e como são as principais lesões elementares primárias:
Máculas/Manchas
São áreas circunscritas de alteração de cor na pele, sem elevação ou depressão. Exemplos incluem manchas café-com-leite, vitiligo e lentigos.

Pápulas
São lesões sólidas, elevadas e palpáveis, com menos de 1 centímetro de diâmetro.
Exemplos comuns incluem pápulas de acne, molusco contagioso e queratoses seborreicas.

Placas
São lesões planas, elevadas e palpáveis, com mais de 1 centímetro de diâmetro.
Psoríase, líquen plano e dermatite atópica são exemplos de doenças que podem se apresentar como placas.

Nódulos
São lesões sólidas, palpáveis e mais profundas na pele, geralmente com diâmetro maior do que 1 centímetro. Lipomas, cistos sebáceos e tumores malignos são exemplos de lesões nodulares.

Vegações
São lesões elevadas e pendulares, que se assemelham a pequenas projeções cutâneas. Podem ocorrer em condições como pólipos fibroepiteliais e verrugas virais.

Vesículas
São pequenas elevações da pele contendo líquido claro. Herpes simples, eczema vesicular e dermatite herpetiforme são exemplos de condições que podem manifestar vesículas.

Bolhas
São lesões semelhantes às vesículas, mas com diâmetro maior e conteúdo líquido claro ou turvo. Pênfigo vulgar, penfigoide bolhoso e dermatite herpetiforme bolhosa são exemplos de doenças bolhosas.

Lesões elementares secundárias
As lesões secundárias são alterações que ocorrem como resultado de modificações nas lesões primárias ou devido a fatores externos, como manipulação, coçar, infecção ou evolução natural da doença.
Essas alterações secundárias podem fornecer informações adicionais sobre a condição subjacente e auxiliar no diagnóstico diferencial.
Liquenificação
É o espessamento e endurecimento da pele, geralmente devido a coçar crônico ou irritação prolongada. A pele fica acentuadamente rugosa e pode apresentar sulcos profundos.
É frequentemente observada em condições como eczema crônico, dermatite de contato crônica e prurigo nodular.
Espessamento
É o aumento da espessura da pele, podendo ser generalizado ou localizado. Pode ocorrer devido a diversos fatores, como hiperqueratose, hiperplasia de camadas cutâneas ou depósito de substâncias anormais na pele.
Exemplos incluem ictiose, psoríase crônica e queratodermias.
Cicatriz
É a lesão resultante da cicatrização de uma lesão prévia na pele. Pode ser plana ou elevada, variando em cor e textura. As cicatrizes podem se formar após feridas, cirurgias, queimaduras ou doenças como acne. Elas podem ter características como atróficas, hipertróficas ou queloides.
Úlcera
É uma ferida aberta, que pode atingir diferentes camadas da pele e tecidos subjacentes. Pode ocorrer devido a várias condições, como úlceras de pressão, úlceras venosas ou arteriais, úlceras cutâneas necróticas, entre outras.
Lesões Elementares e as modificações de cor
Representam áreas circunscritas de coloração diferente da pele normal, porém sem alterações de relevo, independente da natureza da alteração. São chamadas de máculas ou manchas, a depender do tamanho da lesão: até 1cm e acima de 1cm, respectivamente.
Essas alterações de cor podem ser pigmentares, vasculares, hemorrágicas ou por deposição pigmentar.
Alterações pigmentares
As alterações pigmentares são consequências de mudanças na deposição de melanina e podem ser acrômicas, hipocrômicas ou hipercrômicas.
Temos como exemplo de mácula ou mancha hipercrômica o melasma, hiperpigmentação que ocorre em áreas fotoexpostas e que pode estar relacionada com a gestação, ao uso de contraceptivos hormonais ou uso de outros medicamentos.
Do outro lado, temos o vitiligo, doença caracterizada pela ausência de melanócitos na região da lesão, como principal exemplo de mancha acrômica.


Alterações vasculares
As alterações vasculares são resultantes de distúrbios da microcirculação da pele e podem ser transitórias (de ordem funcional) ou permanentes.
As lesões transitórias são:
- Eritema, causada por um aumento no fluxo sanguíneo local (dilatação das arteríolas), que aparece como uma hiperemia;
- Cianose, colocação azulada da pele que aparece principalmente nas extremidades digitais secundária ao aporte inadequado de sangue oxigenado aos tecidos.
Lesões
Já as lesões permanentes são:
- Telangiectasia, causada por uma dilatação permanente do calibre de pequenos vasos;
- Angioma, que é um aumento do número de vasos, em geral congênito;
- Nevo anêmico, que é uma mancha hipocrômica que não se torna eritematosa após friccionada, e decorre de uma reatividade local às catecolaminas.
Alterações hemorrágicas
As alterações hemorrágicas são decorrentes de hemorragias dérmicas e variam do vermelho ao amarelho-acastanhado. Podem ser diferenciadas dos eritemas porque não desaparecem com a digitopressão, já que é um sangue extravasado.
A lesão elementar é chamada de púrpura, que é qualquer lesão hemorrágica decorrente de um processo patológico, porém pode ser classificada em:
- Equimose: hemorragia intraparenquimatosa dos tecidos ou órgãos maior que 1 cm.
- Hematoma: cavidade tecidual preenchida por sangue.
- Petéquia: hemorragia intraparenquimatosa de tecidos ou orgãos de formato puntiforme, menor que 1 cm.
- Víbice: hemorragia intraparenquimatosa de aspecto linear.
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Sugestão de leitura complementar
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Referências
- Capítulo 5 – Semiologia Dermatológica, Tópico “Sinopse do Diagnóstico Dermatológico”. Livro: AZULAY, Rubem David. Dermatologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
- Manual de Dermatologia do Serviço de Dermato do C-HUPES. Capítulo 2 – Semiologia Dermatológica.
- Semiologia da Pele. Clínica Médica da USP – Volume 7.