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Na última semana, a Anvisa divulgou um comunicado sobre a vacinação infantil. O documento visa alertar aos profissionais de saúde para as diferenças entre as vacinas para a covid-19 voltadas as crianças.
O intuito é reforçar as informações aos trabalhadores na linha de frente da aplicação de vacinas contra a covid-19. Destacando as especificidades dos imunizantes para o público infantil liberados recentemente.
A agência autorizou duas marcas de imunizantes pediátricos contra a doença.
O primeiro foi o da Pfizer, para crianças de 5 a 11 anos de idade. O segundo foi a CoronaVac, permitida para pessoas entre 6 e 17 anos de idade. A última foi produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Diferenças entre as vacinas pediátricas contra covid-19
O imunizante da Pfizer tem frasco com tampa laranja e a dose é de 0,2 ml, havendo 10 doses em cada frasco. O preparo envolve o descongelamento dos frascos e a diluição com solução de cloreto de sódio.
Devem ser ministradas duas doses do imunizante, com distância de três semanas entre cada. O armazenamento deve ser realizado em temperatura de 2°C a 8°C em um período de até dez semanas, sem ultrapassar a validade. A vacina também pode ser congelada em freezers de -90°C a -60°C.
A vacina da CoronaVac pode ser usada tanto em adultos como em crianças. O frasco tem tampa cinza, a dose é de 0,5 ml e demanda preparo com agitação do frasco antes de aplicar, sem diluir. Devem ser aplicadas duas doses, com intervalo de quatro semanas entre cada uma.
O armazenamento deve ser realizado em temperaturas de 2°C a 8°C e o prazo de validade é de 12 meses. Nas duas marcas, a aplicação deve ocorrer no braço, na parte superior.
Fonte: Agência Brasil
Importância da vacinação de crianças
Em entrevista ao G1, a médica pediatra e infectologista Sílvia Fonseca reforçou a importância de vacinar crianças. “Apesar de que as crianças, em sua maioria, têm quadros mais leves da infecção pelo SARS-CoV 2, com o passar dos meses destes dois últimos anos pudemos registrar um número expressivo de mortes em crianças também”.
“No Brasil de abril de 2020 a 27 de novembro de 2021 foram notificados 1.412 casos confirmados de síndrome inflamatória multissistêmica (SIM). Uma condição grave que necessita de hospitalização e, muitas vezes, UTI, temporalmente associada à Covid-19 em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. Dessas, 85 evoluíram para óbito (letalidade de 6%)”, comentou Sílvia Fonseca, sobre o cenário atual.
A infectologista acrescentou que a vacinação é a forma de proteger os pequenos do vírus. Isso se torna ainda mais importante no contexto de surgimento de novas variantes. Vacinados menor será a possibilidade de ocorrência de casos graves ou de Covid longa.
Além disso, a vacinação das crianças também faz parte da estratégia macro de conter a transmissão do vírus.
As vacinas pediátricas contra covid-19 são seguras
Na entrevista ao G1, a médica também pontuou que as vacinas são seguras para as crianças.
“Antes das vacinas serem liberadas para crianças nos Estados Unidos, testes rigorosos de segurança foram feitos com a vacina da Pfizer envolvendo milhares de crianças. Até agora, estima-se que pelo menos 8 milhões de doses foram aplicadas em crianças desta faixa etária entre 5 e 11 anos, com efeitos colaterais brandos e nenhuma morte atribuída à vacina”.
As vacinas pediátricas são iguais as dos adultos?
A infectologia conta que ambas as vacinas são feitas da mesma forma. Através da tecnologia de “RNA mensageiro”, que permite que a vacina nunca se transforme em vírus vivo. Porém, tem doses menores. “O sistema imune das crianças se mostrou muito eficiente para produzir anticorpos (91% de eficácia) mesmo com uma dose muito menor (cerca de 1/3 menor)”, esclareceu a infectologista sobre as doses.
Fonte: G1