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Os médicos patologistas são os profissionais responsáveis pelos diagnósticos. Eles geram laudos que orientam tratamentos, estabelecem prognósticos, garantem a qualidade do atendimento médico e são indispensáveis às campanhas e ações preventivas. A maioria desses especialistas também lida com pesquisa científica e docência.
De acordo com o último estudo da Demografia Médica no Brasil, divulgado em 2020, o país tem 3.445 profissionais titulados nessa especialidade.
Neste artigo, vamos falar mais sobre essa especialidade. Você vai conhecer as áreas de atuação do profissional, o mercado de trabalho e a residência médica em Patologia. Confira!
Áreas de atuação
A anatomia patológica tem como raiz metodológica a observação macroscópica e microscópica de amostras e peças cirúrgicas. Atualmente, a área dispõe de uma série de técnicas complementares que auxiliam o diagnóstico morfológico, como imuno-histoquímica, citometria de fluxo e hibridização in situ, por exemplo.
A especialidade integra, essencialmente, as seguintes áreas:
- macroscopia e histopatologia (biópsias e peças cirúrgicas);
- citopatologia;
- exames peri-operatórios (exames de congelação);
- análises morfométricas, imuno-morfológicas e moleculares, auxiliares de diagnóstico;
- autópsia clínica.
Exame anatomopatológico
O exame anatomopatológico mais frequente é a histopatologia com inclusão em parafina de pequenos fragmentos para confecção de um preparado histológico padrão, corado pela hematoxilina-eosina. O exame histopatológico é precedido da realização de um procedimento cirúrgico, seja por meio de uma biópsia incisional, biópsia excisional ou a retirada parcial ou total de um órgão.
Citopatologia
Já a citopatologia pode ser esfoliativa (citologia cérvico-vaginal e citologia anal), aspirativa (linfonodos, mama, tireoide e glândulas salivares), coleta de secreções e lavados (brônquio-alveolares, peritoneais), análise de líquidos eliminados naturalmente (urina) e outras técnicas. Também é competência do patologista a execução da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) de órgãos superficiais.
Biópsia
A biópsia por congelação, por sua vez, é um exame realizado durante o ato cirúrgico, quando o cirurgião retira um pequeno fragmento de tecido que deverá ser analisado pelo patologista em poucos minutos. O resultado norteia a conduta a ser seguida pelo cirurgião.
Autópsia
Por último, a autópsia pode ser subdividida em dois tipos:
- anatomo-clínica: realizada por um médico patologista e tem como finalidade o estudo das alterações dos órgãos e tecidos, a fim de se obter informações sobre a natureza, extensão, complicações da patologia e suas consequências;
- necrópsia médico-legal ou forense: é um componente da investigação criminal e deve ser realizada por um médico legista, que se concentra em determinar a causa, o tempo e como ocorreu a morte.
Mercado de trabalho
Com o crescente acesso da população à saúde, aumenta também a necessidade imediata de médicos patologistas no mercado. Biópsias, peças cirúrgicas e necrópsias diagnósticas têm crescido em volume e não estão sendo acompanhadas pelo aumento de formandos em patologia.
Esse profissional é fundamental para o diagnóstico e devido tratamento do paciente, por isso, a tendência é que essa demanda cresça ainda mais. Esse profissional é fundamental para o diagnóstico e devido tratamento do paciente, por isso, a tendência é que essa demanda cresça ainda mais.
As possibilidades de trabalho incluem:
- Laboratórios;
- Hospitais de variados portes
- Possibilidade do trabalho com pesquisa e ensino.
Fatores negativos
Uma tendência do mercado que contribui para a desvalorização desse profissional é a terceirização dos serviços de anatomia patológica para grandes laboratórios.
No entanto, apesar de reduzir os custos, isso retira a proximidade do patologista com o restante da equipe médica e a interação com o paciente, o que pode ser fundamental para diagnósticos e condutas mais adequadas.
O perfil do medico patologista
Segundo a Demografia Médica no Brasil (2020), o país conta conta com 3.445 patologista. Isso corresponde à 0,8% das especialidades médicas regulamentadas pelo MEC.
Em relação ao sexo, temos uma maior prevalência de mulheres (57,8%) em relação à homens (42,2%), em uma razão de 0,76.
A média de idade é de 51,6 anos. Isso se deve ao fato de que a Patologia teve uma estagnação em número de residentes novos ao longo dos 10 últimos anos.
Remuneração do patologista
A faixa salarial do Médico Patologista fica entre 6.377,27 (média do piso salarial 2022) e R$ 17.751,59 (teto salarial 2022), levando em conta os acordos coletivos de profissionais em regime CLT de todo país.
A faixa salarial pode variar por alguns fatores, como carga horária, local de trabalho e região do país. Para uma jornada de trabalho de 26h semanais, este profissional ganha em média R$ 6.556,33.
A cidade com mais ocorrências de contratações e por consequência com mais vagas de emprego para Médico Patologista é Rio de Janeiro – RJ.
Os dados são de acordo com um pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web, realizada entre Novembro de 2021 a Outubro de 2022.
A residência médica em Patologia
A residência médica em anatomia patológica tem duração de três anos e o acesso é direto, podendo ser feito logo após a conclusão da graduação em Medicina. A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) estabelece critérios e metas para o final de cada ano de residência. Confira!
Primeiro ano (R1)
Ao final do primeiro período, o residente deverá estar apto a executar uma nercrópsia em até quatro horas, capaz de reconhecer as principais alterações morfológicas e estabelecer a natureza do processo.
Ele também deverá saber executar exame anatomo-patológico completo dos casos comuns de patologias cirúrgicas. E redigir o laudo completo de acordo com as normas padronizadas.
Além disso, o médico também realizará o exame cérvico-vaginal com laudo completo, terá conhecimento das doenças de notificação compulsória e terá noções dos procedimentos adotados nos laboratórios de patologia.
Segundo ano (R2)
O residente deve terminar o segundo ano apto a realizar exame anatomo-patológico completo. Macroscopia e microscopia dos casos mais elaborados de patologia cirúrgica. Examinar citologias de líquidos corporais e ter noções de PAAF. Aplicar as classificações aceitas e realizar os diagnósticos mais frequentes em citologia cérvico-vaginal.
O residente também terminará o segundo ano sabendo realizar e concluir necrópsias acadêmicas. Além de proceder adequadamente nos casos suspeitos de morte por causa externa e nas verificações de óbito.
Terceiro ano (R3)
No último ano de residência, o médico aprenderá a:
- Executar exame anatomo-patológico completo
- Fazer macroscopia e microscopia dos casos mais elaborados. Através da utilização de métodos auxiliares próprios.
O especialista também terá competência diagnóstica para:
- Emissão de laudos citológicos dos exames de líquidos corporais
- Punções aspirativas e citologia cérvico-vaginal
Além disso, deverá conhecer procedimentos administrativos, gerenciais e técnicos de um laboratório de patologia e a legislação da área. E também os fundamentos básicos de pesquisa em anatomia patológica.
Anualmente, a SBP realiza uma prova para obtenção do título de especialista em patologia. O exame tem três etapas — teórica, patologia cirúrgica e macroscopia e citopatologia.
O título ainda não é obrigatório para o exercício da patologia, mas certamente é um atestado de capacitação do profissional.
Mais informações?
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