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Pílula do dia seguinte: o que é, tipos, funcionamento e riscos do uso

Pílula do dia seguinte: o que é, tipos, funcionamento e riscos do uso

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A pílula do dia seguinte consiste em um contraceptivo de emergência.

A maioria das mulheres brasileiras já tiveram alguma experiência com a pílula do dia seguinte. Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa do Instituto de Saúde, mais da metade das mulheres em idade fértil de São Paulo (67%) já haviam feito uso da pílula.

A pesquisa, que é fruto de uma parceria com o Núcleo de Estudos em População da Unicamp, foi realziada em 2015. De lá para cá, esses números certamente só aumentaram.

Como o uso repetido deste medicamente pode trazer ricos para as mulheres, a Sanar resolveu produzir um conteúdo com as principais dúvidas sobre o assunto. Continue lendo este post e tire suas dúvidas!

O que é a pílula do dia seguinte?

Por ser um contraceptivo de emergência. O medicamento, que é vendido sem receita nas farmácias, deve ser usado para evitar gravidez, em um último caso após uma relação sexual desprotegida.

Por exemplo, quando a mulher esquece de tomar a pílula anticoncepcional durante dois ou mais dias e só se lembra no momento da relação ou mesmo quando a camisinha estoura.

As pílulas contêm elevadas taxas de progestógeno e estrógeno juntos. Hormônios semelhantes aos hormônios naturais existentes no corpo da mulher.

Veja também o nosso conteúdo completo sobre métodos contraceptivos!

Quais os tipos disponíveis de anticoncepção de emergência?

Há duas formas de anticoncepção de emergência. O método Yuzpe, que usa anticonceptivos hormonais orais combinados, e o levonorgestrel, uso do progestágeno isolado.

Método Yuzpe: é a a administração combinada de um estrogênio e um progestágeno sintético. Deve ser administrada até cinco dias após a relação sexual desprotegida. A Organização Mundial
de Saúde recomenda a que contém etinil-estradiol e levonorgestrel.

Progestágeno levonorgestrel: o uso do hormônio isolado é feito na dose total de 1,5mg, dividida em 2 comprimidos iguais de 0,75mg, a cada 12 horas, ou 2 comprimidos de 0,75mg juntos, em dose única. Assim como o anterior, deve ser usado até 5 dias após a relação desprotegida.

Quando devo tomar a pílula?

É recomendado que a pílula do dia seguinte seja utilizado imediatamente após a relação sexual. No máximo 72 horas após a relação para garatir a eficácia. Porém, vale lembrar que nada é 100% e podem acontecer falhas.

Entre as principais indicações de uso do método estão:

  • Situação de rompimento do preservativo durante a relação;
  • Esquecimento prolongado do anticoncepcional oral;
  • Atraso na data do injetável mensal;
  • Cálculo incorreto do período fértil;
  • Casos de violência sexual.

O uso, como o próprio nome do tipo de método sugere, é emergencial. A pílula não deve ser usada de forma planejada, previamente programa ou substitutir o método anticonceptivo como rotina.

Qual a eficácia desse medicamento?

De acordo com o material do Ministério da Saúde para profissionais de saúde, a riscos de falha com esse método.

A efetividade dele pode ser medida de duas formas: a Índice de Pearl (ou Índice de Falha) e o Índice de Efetividade. Saiba mais sobre esses índices:

  • Pearl: calcula número de gestações por 100 mulheres que utilizam o método no período de um ano. Estima-se que este índice seja de cerca de 2%, em média, para a AE.
  • Efetividade: calcula o número de gestações prevenidas por cada relação sexual. AE apresenta, em média, Índice de Efetividade de 75%. Significa dizer que ela pode evitar três de cada quatro gestações que ocorreriam após uma relação sexual desprotegida.

Porém, vale acrescentar que a eficácia e em função do tempo entre a relação sexual e sua administração.

Capítulo 3 do “Planejamento Familiar: Um Manual Global para Profissionais e Serviços de Saúde”

Como a pílula do dia seguinte funciona no organismo? Quais os efeitos colaterais?

Em linhas gerais, o medicamento funciona dificultando a movimentaçãodo espermatozoide dentro do útero, bem como inibindo ou atrasando a ovulação. Ele barra a fecundação.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns do uso da pílula do dia seguinte são náuseas, vômito e alterações nos padrões de sangramento (como o sangramento mensal começar antes ou depois do esperado).

Outros efetiso colaterais que podem ocorrer, em menor frequência, são: dor abdominal, dores de cabeça, sensibilidade nos seios e tontura.

Quais os riscos do uso?

A anticoncepção de emergência pode trazer riscos para saúde em casos de uso abusivo ou descontrolado. Isso porque são medicamentos com altas doses de hormônios.

Ginecologistas explicam que os principais problemas do uso exagerado são:

  • Irregularidades menstruais;
  • Alterações na pele (aparecimento de espinhas) e no cabelo;
  • Falhas do método, ou seja, gravidez;
  • Tromboembolismo e acidente vascular.

Além disso, é importante reforçar que a pílula não protege contra AIDS e infecções sexualemnte transmissíveis (ISTs).

Dúvidas comuns sobre o uso da pílula do dia seguinte

  1. Tem contraindicação de uso?
    Mulheres com risco elevado de tromboembolismo, doenças hepáticas ou insuficiência renal devem evitar tomar o medicamento.
  2. A pílula do dia seguinte é abortiva?
    Não. O medicamento não interrompe uma gestação em curso. Ele apenas bloquea a ovulação e atua dificultando a incidência de gravidez. Vale acrescentar que não há registros na literatura de prejuízo ao feto em caso de consumo da pílula durante a gestação.
  3. Quanto tempo dura o efeito da medicação?
    A pílula impede a ovulação naquele período em específico. Os efetiso duram por pouco tempo e vai enfraquecendo algumas horas após ingerida. Estima-se que, após 48 horas, a pílula já terá perdido grande parte de sua eficácia.
  4. Posso tomar a pílula do dia seguinte mais de uma vez no mesmo mês?
    Não. O uso descontrolado, além de diminuir a eficácia, traz prejuízos ao organismo. Os médicos recomendam usar o mínimo possível esse medicamento.

Em entrevista à Veja Saúde, ginecologista Albertina Duarte Takiuti, pontuou mais uma vez que se trata de um método emergencial, de uso em último caso.

“O ideal é utilizá-la uma vez por ano. Ela é menos segura que a pílula normal e ingeri-la direto aumenta o risco de gravidez e de confusão no ciclo menstrual. A mulher passa a não reconhecer o funcionamento do próprio corpo”, acrescentou a médica.

Fonte: Conteúdos da Sanar, Agência Brasil, Ministério da Saúde , Veja Saúde e Blog Buscofem.

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