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Psicose aguda na emergência: manejo e tratamento

Psicose aguda na emergência: manejo e tratamento

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A psicose aguda pode ser definida como a perda de contato com a realidade e se manifesta pelos delírios e alucinações. É uma emergência médica e pode ser um quadro perigoso para o próprio paciente e para outras pessoas.

O médico especialista ou não especialista deverá saber a abordagem e o manejo correto desse paciente.

O que é a psicose?

A psicose consiste em uma alteração do estado mental do paciente. A psicose em si não é uma emergência médica. O que pode se enquadrar entre as emergências psiquiátricas é a causa dos sintomas psicóticos (intoxicação por drogas, por exemplo) e/ou sua consequência, como a agressividade física devido ao delírio persecutório. Dessa forma, ao atender o paciente psicótico, é necessário tentar identificar o fator desencadeante.

Os principais sintomas psicóticos são:

  • Alucinações
  • Delírios
  • Discurso desorganizado
  • Comportamento desorganizado ou catatônico

Delírios

Os delírios podem ser definidos como uma falsa crença (não fundamentada na realidade) não compartilhada por membros do grupo sociocultural do indivíduo.

Dessa forma, são pensamentos confusos que geralmente envolvem uma má interpretação das percepções ou experiências.

Alucinações

As alucinações são caracterizadas pela percepção sensorial na ausência de estímulo externo (como, por exemplo, ouvir vozes sem que haja estímulo real).

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Manejo do paciente

A primeira medida a ser tomada é avaliar o grau de gravidade da crise do paciente, sendo definido se o paciente pode aguardar ou se deve
ser avaliado imediatamente.

Além disso, é necessário obter informações importantes, como:

  • Como o paciente chegou ao hospital
  • Anormalidades nos sinais vitais
  • Queixas somáticas
  • Sinais físicos
  • Evidente intoxicação
  • Desorientação
  • Rápido aparecimento de sintomas psicóticos
  • Estado mental alternante

Além disso, é necessário tranquilizar e proteger o paciente, principalmente aqueles que apresentem agitação psicomotora. É necessário também encaminhar paciente para acompanhamento psiquiátrico.

Tratamento farmacológico na psicose aguda

Para administrar o tratamento farmacológico na psicose aguda é necessário levar em consideração os seguintes aspectos:

  • Pacientes sem complicação clínica: antipsicóticos típicos ou atípicos;
  • Pacientes com complicação clínica, idosos ou usuários de substâncias psicoativas: haloperidol 1 ampola IM de 30 em 30 minutos até controle dos sintomas ou antipsicóticos atípicos;
  • Fenotiazínicos (clorpromazina, levomepromazina) devem ser evitados, devido aos efeitos anticolinérgicos e redução do limiar convulsivante.

Perguntas Frequentes:

1 – Como manejar a psicose aguda?

Deve-se sempre encaminhar o paciente para atendimento psiquiátrico e tranquilizar e proteger o mesmo, principalmente o paciente com agitação psicomotora.

2 – Devo tratar o paciente em psicose aguda?

Sempre. Para aqueles sem complicação clínica, pode-se utilizar antipsicótico típicos ou atípicos e aqueles com complicações, idosos ou que usem substâncias psicoativas podemos utilizar haloperidol.

3 – O que são delírios?

Os delírios podem ser definidos como uma falsa crença (não fundamentada na realidade) não compartilhada por membros do grupo sócio-cultural do indivíduo.

Referências

American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

SADOCK, BJ; SADOCK, V; RUIZ, P. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.

SCHMITT, R; COLOMBO T. Programa de atualização em psiquiatria: emergências psiquiátricas. 2012;2(1): 119-164.

Sugestão de leitura complementar