Índice
- 1 O que é Tricomoníase?
- 2 Qual a via de transmissão da tricomoníase?
- 3 Sintomas da Tricomoníase
- 4 Tratamento da Tricomoníase
- 5 O que é Vaginose bacteriana?
- 6 Sintomas da Vaginose bacteriana
- 7 Tratamento da Vaginose bacteriana
- 8 Yellowbook: o livro que vai salvar sua carreira médica
- 9 Sugestão de leitura complementar
Vaginose bacteriana: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!
A prevalência da tricomoníase é alta em todo o mundo, mas é mais comum em áreas com condições socioeconômicas precárias e com falta de acesso a serviços de saúde adequados.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a tricomoníase afete cerca de 143 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano.
O que é Tricomoníase?
É uma IST causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, tendo como reservatório o colo uterino, a vagina e a uretra.
Na maioria dos casos, a tricomoníase encontra-se associada a outras doenças de transmissão sexual, além de facilitar a transmissão do HIV. Por isso, mediante o seu diagnóstico, outras DSTs devem ser rastreadas.
Qual a via de transmissão da tricomoníase?
A via primária de transmissão é o contato sexual, com um período de incubação variando de 4 a 28 dias após a exposição ao protozoário.
Trata-se de uma doença que tem um alto poder infectante, podendo ser identificada em 30 a 40% dos parceiros masculinos de pacientes infectadas, embora a infecção nos homens seja autolimitada e transitória.
Há alguns fatores de risco como múltiplos ou novo parceiro sexual, ausência de barreiras contraceptivas e presença de outras IST’s. Pode ter como consequência neoplasia intraepitelial cervical, DIP, esterilidade, parto prematuro, baixo peso ao nascer, além de facilitar a infecção pelo HIV.
Sintomas da Tricomoníase
Sua apresentação pode ir desde um quadro assintomático (50%) até grave doença inflamatória aguda. Quando sintomático, há um fluxo genital abundante, aquoso, espumoso, malcheiroso, de coloração verde amarelado. Cursa com irritação vulvar, prurido, ardência, dispareunia superficial e, menos frequentemente, sintomas urinários (disúria, polaciúria). Pode causar colpite focal, caracterizada pelo “colo em framboesa” e teste de Schiller em “pele-de-onça”. O pH vaginal é alcalino (>4,5).
Veja também o nosso artigo completo sobre qual a melhor forma de tratar candidíase.
Tratamento da Tricomoníase
O metronidazol (2 g, VO, em dose única) é a droga de escolha para o tratamento, obtendo-se uma taxa de cura de 90 a 95%, e o tinidazol (2 g, VO, em dose única) tem uma eficácia semelhante ao metronidazol. O tratamento tópico pode ter falha de até 50%, não sendo recomendado.
Abstinência sexual deve ser recomendada durante o tratamento. A utilização de bebidas alcoólicas deve ser evitada durante 24 horas nos regimes em dose única com metronidazol e 72 horas quando o tinidazol é utilizado, tendo em vista que os imidazólicos têm interação com álcool. Os parceiros devem ser tratados recebendo o mesmo esquema terapêutico, já que a tricomoníase é considerada uma IST.
O que é Vaginose bacteriana?
É uma síndrome clínica polimicrobiana caracterizada por um desequilíbrio da microbiota vaginal normal, com diminuição acentuada ou desaparecimento de lactobacilos acidófilos (Lactobacillus spp) e aumento de bactérias anaeróbias (Prevotella sp., Mobiluncus sp., Gardnerella vaginalis, Ureaplasma, Mycoplasma hominis, entre outros).
É a desordem mais frequente do trato genital inferior, entre mulheres em idade reprodutiva (grávidas e não grávidas) e a causa mais prevalente de corrimento vaginal com odor fétido.
Fatores de risco
Não se sabe certamente que fator desencadeia esse distúrbio da flora vaginal, supõe-se, no entanto, que haja influência da alcalinização repetida da vagina.
Há alguns fatores de risco como número de relações sexuais por semana (altera o pH vaginal), múltiplos ou novos parceiros, tabagismo, atividade sexual durante a menstruação, antibióticos e duchas vaginais pós-menstruais, diabetes e imunossupressão. Ocorre mais frequentemente na menacme.
A vaginose bacteriana não é considerada uma infecção de transmissão sexual, mas pode ser desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas. Ela aumenta o risco de aquisição das IST (incluindo o HIV), e pode trazer complicações às cirurgias ginecológicas, aumentar o risco de DIP e também complicações à gravidez (associada com ruptura prematura de membranas, corioamnionite, prematuridade e endometrite pós-cesárea).
Sintomas da Vaginose bacteriana
50 a 70% das pacientes podem ser assintomáticas. Há um fluxo vaginal homogêneo, de pequena a moderada quantidade, de coloração branco-acinzentada ou amarelado. Ao exame, pode-se observar microbolhas.
Há odor desagradável em 90% das pacientes sintomáticas, que piora no período menstrual e após relação sexual. O odor ocorre por alteração do pH vaginal, gerando aminas voláteis e ocasionando o característico “odor de peixe”. Não costuma causar prurido e irritação vaginal.
Há a Presença de clue cells no exame a fresco ou após a coloração (Gram ou Papanicolau); Teste de aminas positivo – teste de Whiff positivo; pH vaginal < 4,5.
Tratamento da Vaginose bacteriana
Visa restabelecer o equilíbrio da flora vaginal e deve ser recomendado para mulheres sintomáticas, grávidas, que apresentem comorbidades ou potencial risco de complicações (previamente à inserção de DIU, cirurgias ginecológicas e exames invasivos no trato genital).
Os parceiros devem ser tratados apenas em casos de vaginose bacteriana recidivante; fimose ou excesso de prepúcio; e balanite de repetição. Deve-se recomendar abstinência sexual ou uso de preservativos durante o tratamento.
Primeira opção de tratamento
- Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias OU
- Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias.
Para gestantes
- Primeiro trimestre: Clindamicina 300 mg, VO, 2x/dia, por 7 dias.
- Após primeiro trimestre: Metronidazol 250 mg, 1 comprimido VO, 3x/dia, por 7 dias
Recorrência de vaginose bacteriana
- Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 10 a 14 dias OU
- Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio, via intravaginal, 1x/dia por 10 dias, seguido de tratamento supressivo com duas aplicações semanais, por 4 a 6 meses.
Yellowbook: o livro que vai salvar sua carreira médica
A vaginose bacteriana é um problema frequente nos hospitais do Brasil. Dessa forma, o médico precisa estar atento sobre como diagnosticar essa doença. Para isso, é importante que o médico desenvolva o seu raciocínio clínico.

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Produzido por:
Liga: Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia (LAGOB)
Autores: Carolina Brabec Barreto Matos e Julia Albuquerque
Revisor: Camila Carneiro de Santana
Orientador: Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio
Sugestão de leitura complementar
- Candidíase vulvovaginal: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
- Resumo de herpes genital (completo)
- Saiba tudo sobre a vacina contra o câncer de próstata, pulmão e ovários
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