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Teste ergométrico: indicações, contraindicações, técnica e interpretação

Resumo de Teste Ergométrico - Sanar

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O Teste Ergométrico (TE) é um procedimento no qual o indivíduo é submetido a um esforço físico programado e individualizado, com a finalidade de se avaliar as respostas clínica, hemodinâmica, autonômica, eletrocardiográfica, metabólica e eventualmente ventilatória ao exercício. 

O ECG de esforço detecta indiretamente a isquemia miocárdica, que é a consequência fisiológica de uma incompatibilidade entre o fornecimento de oxigênio ao miocárdio (fluxo sanguíneo coronário) e a demanda de oxigênio do miocárdio (trabalho miocárdico).

Esse exame foi introduzido no Brasil em 1972 pelos professores Josef Feher e Hélio Magalhães. Desde então, sua evolução foi extraordinária como importante método de diagnóstico, passando a ser usado na rotina de diversos serviços em todo o país para o estudo das condições miocárdicas decorrentes da perfusão coronária.

Indicações do teste ergométrico 

Existem muitos pacientes nos quais o teste de ECG de esforço pode ser usado para fins diagnósticos ou prognósticos, incluindo aqueles com: 

  • Sintomas que sugerem isquemia miocárdica
  • Dor torácica aguda em que a síndrome coronariana aguda (SCA) e o infarto do miocárdio foram excluídos
  • ACS recente tratado sem angiografia coronária
  • Doença coronariana (CHD) conhecida e mudança no estado clínico
  • Revascularização coronária prévia
  • Achados anormais ou ambíguos na angiografia por tomografia computadorizada coronária
  • Doença cardiovascular
  • Certas arritmias cardíacas
  • Uma indicação para avaliação cardíaca antes de cirurgia não cardíaca

O TE é de grande utilidade na abordagem de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva quando realizado simultaneamente com a análise dos gases expirados (ergoespirometria).

Este método permite estabelecer o diagnóstico de isquemia como fator etiológico na insuficiência cardíaca congestiva, além de possibilitar a avaliação objetiva da capacidade funcional cardiorrespiratória. 

A hipertensão arterial sistêmica constitui um fator de risco para DAC, o que torna o TE elemento diagnóstico confirmatório em pacientes com sintomatologia sugestiva de isquemia miocárdica. 

O TE possui também indicação para a avaliação de várias circunstâncias que envolvam a necessidade de se conhecer a capacidade funcional cardíaca associada ao exercício físico, seja de atletas de competição, na análise seriada da capacidade funcional desses profissionais, em especial no entendimento da obtenção da capacidade máxima de esforço e como atingir o máximo possível, para ajustes de prescrição do exercício. 

Para pacientes assintomáticos, está indicada nos em indivíduos com história familiar de DAC precoce ou de morte súbita, em candidatos a programas de exercício, homens e mulheres com mais de 40 e 50 anos, respectivamente, e em indivíduos com ocupações especiais e que colocam em risco a vida de terceiros.

Contraindicações  

O teste de esforço não é isento de riscos potenciais ou desconforto para o paciente, embora o procedimento seja geralmente bastante seguro para a maioria dos pacientes.

Complicações graves (isto é, infarto agudo do miocárdio, morte cardíaca súbita) ocorrem aproximadamente uma vez para cada 10.000 testes realizados.

As contra-indicações absolutas incluem o seguinte:

  • Infarto agudo do miocárdio (dentro de dois dias)
  • Angina instável em curso
  • Arritmias não controladas com comprometimento hemodinâmico
  • Estenose valvular grave sintomática
  • Insuficiência cardíaca descompensada
  • Endocardite ativa
  • Miocardite aguda ou pericardite
  • Dissecção aguda da aorta
  • Embolia pulmonar aguda, infarto pulmonar ou trombose venosa profunda
  • Deficiência física que impede testes seguros e adequados

Técnica de exame 

As duas modalidades mais comuns de teste de exercício clínico são a esteira motorizada e o cicloergômetro estacionário. Embora o exercício em esteira seja mais comumente realizado, a escolha da modalidade de exercício varia de acordo com a experiência local e o equipamento disponível. 

Os protocolos mais eficientes para teste em esteira ou bicicleta são específicos do paciente, pois o protocolo é escolhido para corresponder à capacidade de trabalho física do indivíduo, de modo que o esforço máximo seja alcançado em 6 a 12 minutos.

Os protocolos que são muito curtos ou muito longos podem não refletir verdadeiramente a capacidade funcional do paciente.

O exame 

As condições básicas para a programação do teste incluem:

a) equipe executora
b) ambiente
c) equipamentos da sala de ergometria
d) material e medicamentos para eventuais emergências
e) orientações ao paciente. 

Os pacientes devem ser instruídos a não comer, beber ou fumar pelo menos três horas antes do exame, pois isso permite que o paciente atinja uma carga de trabalho maior.

Os pacientes devem trazer roupas confortáveis ​​para exercícios e sapatos de caminhada para o local de teste. Antes do teste, o paciente deve receber educação sobre o teste, incluindo os benefícios e riscos do teste de esforço, bem como fornecer consentimento para prosseguir. Existe um tempo para suspensão dos medicamentos para a realização do TE quando a finalidade é diagnóstica. 

Tempo para a suspensão dos medicamentos antes do teste ergométrico. Fonte: SanarFlix
Tempo para a suspensão dos medicamentos antes do TE. Fonte: SanarFlix

Uma breve entrevista por um clínico ou profissional de saúde qualificado deve ser realizada antes do teste para avaliar quaisquer contra-indicações e recolher informações que facilitem a interpretação do teste. 

Meta da frequência cardíaca

Para otimizar a utilidade diagnóstica do teste de ECG de esforço, os pacientes devem se esforçar para atingir a meta de frequência cardíaca, geralmente definida como 85 por cento de sua frequência cardíaca máxima prevista.

O não cumprimento desse objetivo na ausência de desconforto torácico ou evidência de isquemia no ECG reduz o poder diagnóstico do teste para descartar doença cardíaca isquêmica. O parâmetro teórico denominado “FC máxima” varia inversamente com a idade e pode ser previsto por equações simples: FCmáx = 210 – (idade x 0,65) ou FCmáx = 220 – idade

Um ECG de 12 derivações em repouso deve ser obtido e revisado por pessoal qualificado antes do início do exercício. Os ECGs obtidos durante o exercício devem ser comparados com o ECG em repouso em pé, enquanto os ECGs obtidos durante a recuperação devem ser comparados com o ECG em repouso na mesma posição. 

A pressão arterial (PA) deve ser medida em repouso (supino e ortostático) e no último minuto de cada estágio do exercício. 

Como interpretar um teste ergométrico? 

A interpretação do ECG de esforço concentra-se na presença ou ausência de alterações isquêmicas de ECG junto com quaisquer arritmias induzidas. Essas anormalidades são discutidas em maiores detalhes a seguir.  

As alterações isquêmicas do ECG mais importantes durante o exercício estão relacionadas a alterações no segmento ST. No entanto, outras variáveis do exame são analisadas concomitantemente ao segmento ST, tornando a análise multifatorial.

Compreendem as modificações das deflexões P, PR, Q, R, S, J, T, U e as respostas clínicas, hemodinâmicas e metabólicas. Essas alterações isquêmicas podem ser detectadas de forma confiável apenas em pacientes que não apresentam anormalidades do ECG basal que podem interferir na interpretação.

Referenciais utilizados no teste de esforço ergométrico. 
Fonte: USP Clínica Médica Volume 2, 2016
Referenciais utilizados no teste de esforço ergométrico. 
Fonte: USP Clínica Médica Volume 2, 2016

Os sintomas e sinais relatados e constatados durante o TE devem ser descritos minuciosamente e se possível correlacionados com achados sumários do ECG correspondente.

A ocorrência de dor implica na descrição do seu:

  • Caráter
  • Localização
  • Irradiação
  • Fatores de agravamento e alívio
  • Duração
  • Demais sintomas concomitantes
  • Fases do teste em que ela ocorreu.

Recomenda-se que se descreva também se a dor foi limitante ou não e a frequência cardíaca do seu início e pressão arterial sistólica com a identificação do duplo produto correspondente. 

O desenvolvimento de dispnéia desproporcional ao nível de exercício ou desconforto torácico é um achado importante, especialmente se o paciente estiver sendo submetido a testes diagnósticos.

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Sugestão de leitura complementar

Referências:

  1. Meneghelo RS, Araújo CGS, Stein R, Mastrocolla LE, Albuquerque PF, Serra SM et al/Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Teste Ergométrico. Arq Bras Cardiol 2010; 95(5 supl.1): 1-26
  2. Martins, Mílton de Arruda. et al. Clínica médica, volume 2: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, emergências e terapia intensiva. 2. ed. Barurei, SP: Manole, 2016
  3. Freitas, PE. Ergometria: conceitos para o clínico. Revista Médica de Minas Gerais 2008; 18(1): 41-48
  4. CHAREONTHAITAWEE, Panithaya. ASKEW, Wells. Exercise ECG testing: Performing the test and interpreting the ECG results. UpToDate, Inc., 2021.  Acesso em: 28 Abril 2021.

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