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Confira um artigo completo que falamos sobre a Anatomia e Fisiologia Ocular para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.
Boa leitura!
Anatomia e Fisiologia Ocular
O corpo humano interage com o meio externo através de informações constantemente enviadas ao sistema nervoso pelos órgãos dos sentidos. O olho é formado pelo bulbo do olho, também chamado de globo ocular, e pelo nervo óptico.
A capacidade da visão é promovida pelo sistema fotorreceptor, composto basicamente pelo globo ocular e pelas estruturas anexas, que são as pálpebras, glândulas lacrimais e a conjuntiva, além dos músculos extrínsecos do bulbo do olho.
Já o globo ocular é composto por três camadas: camada externa, camada média e camada interna. Além disso, o olho possui o cristalino, que é mantido em posição pelo ligamento ciliar, e à frente do cristalino fica a íris, que é pigmentada e delimita a abertura da pupila, por onde passam os raios luminosos que chegam até a retina.
Além disso, o olho é dividido em três compartimentos: câmara anterior, câmara posterior e o espaço vítreo. Nesse material vamos aprofundar na anatomia ocular e revisar a fisiologia da visão.
Imagem: Anatomia ocular. Fonte: https://bit.ly/3fqzhaH
A Anatomia Ocular
Globo ocular
Os olhos são órgãos fotossensíveis, que permitem a identificação da forma dos objetos, cor e intensidade da luz refletida. Cada olho fica dentro de uma caixa óssea, que a é a órbita, e todo o espaço não ocupado pelos olhos dentro das órbitas é preenchido pelo corpo adiposo da órbita.
O globo ocular apresenta basicamente uma câmara escura, uma camada de células receptoras sensoriais, um sistema de lentes para focalizar a imagem e um sistema de células para iniciar o processamento dos estímulos e transmiti-los ao córtex cerebral.
Como já vimos, o olho é formado por três túnicas dispostas concentricamente: a camada externa, camada média e a camada interna. A camada externa é formada pela esclera, também chamada de esclerótica, e pela córnea. A camada média, também chamada de camada vascular, é composta pelo coroide, corpo ciliar e íris. A camada interna, por sua vez, é a retina, que se comunica com o cérebro pelo nervo óptico, fazendo parte do sistema nervoso, apesar de sua localização externa ao crânio.
Além dessas túnicas, o olho possui o cristalino, que é uma lente que fica na sua posição graças ao ligamento ciliar, que se insere sobre o corpo ciliar. Em frente ao cristalino há a íris, que consiste em uma expansão pigmentada e opaca da camada média.
Basicamente, o olho é dividido em três compartimentos: câmara anterior, entre a íris e a córnea; câmara posterior, entre a íris e o cristalino; e o espaço vítreo, que fica atrás do cristalino e é circundado pela retina. Nas câmaras anterior e posterior há o humor aquoso, um líquido rico em proteínas. O espaço vítreo, por sua vez, é preenchido pelo corpo vítreo, que é uma substância viscosa e gelatinosa.
Imagem: Túnicas do bulbo do olho. Em A, túnica fibrosa externa, em B, túnica vascular média e em C, túnica interna (retina). Fonte: MOORE, L. Keith, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7aed. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janei-
ro, 2014.
SAIBA MAIS: A câmara anterior é um espaço transparente entre a córnea e a íris. Porém, em algumas condições patológicas essa câmara pode acumular sangue, sendo chamado de hifema, o que pode ser causado por trauma ocular, e em outros casos pode acumular pus, o que é chamado de hipópio, que pode ser causada por uveíte, por exemplo.
Imagem: Hifema. Fonte: https://bit.ly/2BUDJkj
Camada externa ou túnica fibrosa
A túnica fibrosa ou camada externa é a região chamada de esclera, que constitui o esqueleto que garante a forma e resistência ao bulbo do olho. A superfície externa da esclera é coberta pela cápsula de Tenon, formada por fibras colágenas e, graças a esse sistema, o globo ocular pode realizar movimentos de rotação em todas as direções, sendo a esclera o local de fixação dos músculos extrínsecos e intrínsecos do olho.
Na porção anterior, a túnica fibrosa apresenta a córnea, uma porção transparente, formada por epitélio, membrana de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio.
O epitélio possui muitas terminações nervosas livres e, por isso, a córnea é bastante sensível, sendo inervada pelo nervo oftálmico, que é ramo do nervo trigêmeo. A córnea é a estrutura mais inervada do corpo humano, e por isso qualquer corpo estranho, por menor que seja, causa desconforto quando em contato com a córnea.
A membrana de Bowman é importante para reforçar a estrutura da córnea. O estroma da córnea é formado por múltiplas camadas de fibras colágenas, entre as quais há fibroblastos e esse conjunto de células fica imerso em uma substância gelatinosa. A membrana de Descemet é formada por fibrilas colágenas organizadas como uma rede tridimensional e o endotélio da córnea é composto por epitélio pavimentoso simples e sua função é a retirada do excesso de água da córnea através das bombas de sódio e potássio, mantendo a córnea transparente. Assim, a principal função da córnea é a proteção do globo ocular, além de participar dos processos de refração dos raios luminosos para que cheguem até a retina.
A córnea é mais convexa que a esclera, por isso parece protrair-se do olho quando observada pela vista lateral. Além disso, enquanto a esclera é relativamente avascular, a córnea é totalmente avascular, sendo nutrida por leito capilares periféricos e pelo líquido lacrimal e humor aquoso. A ausência de vasos na córnea é importante para mantê-la transparente, visto que esta estrutura é responsável por projetar as imagens na retina.
SE LIGA! Quando uma infecção na córnea ultrapassa seu epitélio, é formada uma cicatriz, e comumente essa cicatriz irá provocar necessidade de transplante de córnea, justamente porque o tipo de colágeno responsável pela formação de fibrose não é transparente, incapacitando a córnea.
O limbo da córnea é o ângulo formado pela interseção das curvaturas da esclera e da córnea, chamado de corneoescleral, que consiste em uma zona de transição da córnea para a esclera. Assim, o colágeno da córnea, que é transparente, se torna branco e fibroso. Essa zona é altamente vascularizada, possuindo vasos que são importantes nos processos inflamatórios da córnea e é nessa região que estão as células tronco, responsáveis pela renovação celular e nutrição periférica da córnea.
Nessa transição esclerocorneal há também o canal de Schlemm, onde o humor aquoso produzido nos processos ciliares é drenado para o sistema venoso, o que é possível devido aos espaços de Fontana, que são um sistema de labirinto que vai do endotélio da córnea ao canal de Schlemm.
SAIBA MAIS: Ceratocone é uma doença não inflamatória da córnea, que causa mudança da estrutura da córnea, aumentando sua curvatura e diminuindo sua espessura, e assim a córnea passa a ter formato semelhante a um cone. Isso é prejudicial para a visão, pois este defeito na córnea impede a projeção de imagens nítidas na retina, podendo levar ao desenvolvimento de astigmatismo e miopia. É uma doença rara e hereditária e o tratamento é normalmente cirúrgico.