Câncer de Ovário: o que é, tipos, epidemiologia e mais!

Índice

Confira um artigo completo que falamos sobre o Câncer de Ovário para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.

Boa leitura!

O Câncer de Ovário

Os tipos mais comuns de lesões encontradas no ovário incluem cistos funcionais ou benignos e tumores. Inflamações intrínsecas do ovário (ooforite) são raras e geralmente acompanham a inflamação tubária. Raramente, um distúrbio inflamatório primário envolvendo folículos ovarianos (ooforite autoimune) ocorre e é associado com a infertilidade. Os tumores do ovário são caracterizados por se apresentarem de forma surpreendentemente variada.

Tal circunstância está relacionada com o fato de que o ovário normal pode exibir três tipos de células: o epitélio de superfície multipotente (celômico), as células germinativas totipotentes e as células estromais do cordão sexual, cada uma das quais associada a vários tumores bem distintos.

Sendo assim, podemos admitir que a estrutura complexa do ovário normal e a diversidade de tipos de células presentes em diferentes estágios de desenvolvimento contribuem para gerar uma considerável dificuldade quanto a adoção dos critérios de classificação que se mostrem devidamente adequados. O advento de estudos de desenvolvimento e ultraestruturais ajudaram a esclarecer o problema, indicando tipos celulares específicos que correspondem diretamente às principais categorias de tumores.

O Câncer de Ovário pode ser agrupados como sendo de origem epitelial, de células germinativas ou estroma do cordão sexual. As características ultraestruturais dos tumores nas diferentes categorias indicam características comuns compartilhadas com os tipos celulares correspondentes no ovário em desenvolvimento. Torna-se evidente que uma abordagem histogenética se reveste de importância na classificação de tumores ovarianos.

Epidemiologia do Câncer de Ovário

A grande maioria do Câncer de Ovário tem sua origem no epitélio de superfície, sendo que as suas apresentações malignas são responsáveis por quase 90% dos cânceres de ovário. Alterações relacionadas às células germinativas e tumores das células estromais do cordão sexual são muito menos frequentes, constituindo entre 20% e 30% dos tumores do ovário, sendo que figuram, coletivamente, como responsáveis por menos de 10% dos tumores malignos do ovário.

Existem vários tipos de câncer de ovário e, em geral, todos estão nas categorias benigna, limítrofe e maligna. Aproximadamente 80% são benignos, e ocorrem principalmente em mulheres jovens entre os 20 e 45 anos de idade.

Os tumores limítrofes ocorrem em idades um pouco mais avançadas. Os tumores malignos são mais comuns em mulheres mais velhas, entre os 45 e 65 anos de idade. O câncer de ovário representa 3% de todos os tipos de câncer em mulheres e dentre os cânceres do trato genital feminino, a incidência de câncer ovariano está situada abaixo apenas do carcinoma do colo uterino e do endométrio. Além disso, uma vez que a maioria dos cânceres de ovário é detectada quando já houve disseminação além do ovário, eles representam um número desproporcional de mortes decorrentes de câncer do trato genital feminino.

Fatores de risco do câncer de ovário

Como em qualquer outro processo neoplásico, é importante relacionar os fatores de risco associados, não apenas para ajudar a elucidar os mecanismos desencadeantes, como também por favorecer o estabelecimento de possíveis estratégias de abordagem terapêutica e avaliação prognóstica quando, por exemplo, o tempo de exposição a determinado fator assumir papel de importância na apresentação do quadro.

Evidentemente, os fatores protetivos assumem igual importância, afinal oportunizam condutas voltadas para a promoção à saúde, além de permitir análise epidemiológica ajustada.

O risco de câncer de ovário aumenta por:

  • Idade maior que 50 anos;
  • Antecedente menstrual: menarca precoce (< 12 anos); menopausa tardia (> 55 anos);
  • Nuliparidade;
  • Obesidade;
  • Antecedente pessoal de câncer de mama;
  • Antecedente familiar de câncer de ovário, mama ou colorretal;
  • Mutação dos genes BRCA-1 e BRCA-2: risco de desenvolver a neoplasia de 40 a 50% até os 70 anos.

O risco diminui por:

  • Uso de anticoncepcionais hormonais por mais de 5 anos;
  • Multiparidade: mais que duas gestações;
  • Amamentação prolongada;
  • Ligadura tubária e histerectomia.

Tumores do Epitélio Superficial e do Estroma

Como resultado de consecutivas ovulações e a formação de cicatrizes repetidas, o epitélio de superfície se torna aprisionado no córtex do ovário, formando pequenos cistos epiteliais. Estes podem tornar-se metaplásicos ou passar por transformação neoplásica, dando origem a uma série de tumores epiteliais diferentes.

Tanto as lesões benignas quanto os tumores caracteristicamente malignos podem exibir um componente cístico, sendo referidos como cistadenomas e cistadenocarcinomas, respectivamente. As lesões benignas podem ter um componente estromal de acompanhamento que se revela como cistadenofibroma, enquanto que as de natureza maligna podem ainda ser sólidas, constituindo um carcinoma.

Existem também certos tumores epiteliais do ovário que se enquadram em uma categoria intermediária e borderline, atualmente chamados de tumores de baixo potencial de malignidade, sendo considerados como cânceres de baixo grau, com potencial invasivo limitado e com melhor prognóstico que os carcinomas ovarianos claramente malignos.

Fatores de risco importantes para o câncer de ovário incluem nuliparidade, histórico familiar e mutações germinativas em certos genes supressores de tumor.

Tumores Serosos

Os tumores serosos são os tumores mais comuns do epitélio ovariano. Cerca de 60% são benignos, 15% são de baixo potencial de malignidade e 25% são malignos. As lesões benignas geralmente são encontradas em pacientes entre 30-40 anos de idade, e tumores serosos malignos são mais comumente observados entre 45-65 anos de idade.

Novas evidências indicam que existem dois tipos de carcinomas serosos: de graus baixo e alto. O primeiro surge a partir de lesões benignas ou borderline e progride lentamente de maneira gradual, tornando-se um carcinoma invasivo, enquanto que os tumores serosos de alto grau desenvolvem-se rapidamente. Concreções calcificadas laminadas concentricamente são comuns nas pontas das papilas, constituindo os corpos de psammoma. A maioria dos tumores serosos é de estrutura cística, são grandes, esféricos a ovoides, de até 30-40 cm de diâmetro. Cerca de 25% dos tumores benignos são bilaterais.

Entre as formas claramente benignas e evidentemente malignas estão os tumores de baixo potencial de malignidade, que apresentam menos atipia citológica e, normalmente, pouca ou nenhuma invasão estromal. Os tumores de baixo potencial de malignidade podem comprometer o peritônio, mas felizmente os implantes tumorais geralmente são “não invasivos”. Em geral, os tumores serosos malignos se espalham para os linfonodos regionais, incluindo linfonodos periaórticos; já as metástases linfáticas distantes e hematogênicas são raras.

O prognóstico para pacientes com cistoadenocarcinoma seroso invasivo é ruim, mesmo após cirurgia, irradiação e quimioterapia, e depende muito do estágio da doença no diagnóstico. A maioria dos casos é diagnosticada em fase tardia (75% – estádio III e IV). Lembramos que este tipo histológico é o que mais frequentemente eleva o marcador tumoral CA-125 (> 35 UI), sendo útil tanto no auxílio diagnóstico quanto no seguimento.

Posts relacionados

Compartilhe este artigo:

Cursos gratuitos para estudantes de medicina

Artigos relacionados: