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Estamos no mês de prevenção do suicídio, o setembro amarelo. Muita se fala sobre a prevenção, mas pouco se comunica como identificar e manejar os pacientes com risco de suicídio.
Fatores de Proteção
Além de identificar um provável comportamento suicida, devemos identificar quais fatores, isoladamente, reduzem o risco de suicídio. Dentre eles, podemos citar:
- Apoio social e familiar;
- Gestação e paternidade;
- Religiosidade, independente da afiliação religiosa;
- Estilo de vida: Os bons hábitos alimentares associados ao não abuso drogas ou álcool, podem servir de proteção ao indivíduo, assim como a prática de atividades físicas;
- Integração social como, por exemplo, através do trabalho e do uso construtivo do tempo de lazer.
Fatores de Risco
Existem fatores que aumentam o risco de suicídio, dentre eles:
- História de tentativas anteriores de suicídio: Corresponde ao de maior fator preditivo. Um risco aproximadamente 100 vezes maior comparado a população geral.
- Transtornos psiquiátricos: Cerca de 90% dos pacientes que tentam suicídio têm um distúrbio psiquiátrico. Os mais associados são: depressão, transtorno bipolar, transtornos de personalidade, abuso de substâncias e esquizofrenia, sendo que a comorbidades tem o pior prognóstico.
- História de abuso físico ou sexual: Está associado a maior risco de suicídio, assim como outros eventos adversos na infância como pais divorciados ou transtorno psiquiátrico familiar.
- Desesperança e impulsividade: A desesperança pode persistir mesmo quando outros sintomas de depressão tenham remitido. A impulsividade está associada a ação de pensamentos suicidas.
- Idade, Sexo e Raça: O risco aumenta com o aumento da idade, no entanto, os adultos jovens tentam o suicídio mais frequentemente do que os adultos mais velhos.
- Estado Civil: O maior risco ocorre entre aqueles que nunca se casaram.
- Orientação para homossexuais, lésbicas ou bissexuais, ou identidade transgênero ou não-conforme com o gênero: Relaciona-se a dificuldade de aceitação, principalmente pela discriminação e preconceito ainda existentes na sociedade, sobretudo em meios mais conservadores.
- Ocupação: O suicídio pode ser maior em pacientes que atuam em ocupações não qualificadas do que em profissões qualificadas. É maior em pessoas desempregadas.
- Saúde: O risco aumenta com doenças físicas como câncer, DPOC, DAC, diabetes mellitus, AVC, entre outras.
- Dor crônica: Independente de outros fatores duplica o risco de comportamentos suicidas.
Cuidados nos pacientes com risco de suicídio
Diversas escalas padronizadas foram propostas para avaliar o risco de suicídio, mas nenhuma está associada a um alto valor preditivo.
Assim, a Anamnese quando realizada de maneira clara e empática é a melhor estratégia para avaliar o risco de comportamentos suicidas.
Para isso, deve-se encorajar o paciente a se abrir quanto aos seus problemas, escutando-o atentamente e intervindo sempre que necessário. Com isso, você já inicia a avaliação
O primeiro passo na avaliação do risco de suicídio é determinar a presença de ideação suicida (pensamentos), incluindo o seu conteúdo e a sua duração. Outras investigações incluem as expectativas do paciente sobre a morte.
A presença de um plano de suicídio e o grau de intenção de se matar podem ser elucidados perguntando sobre o seguinte: “um plano específico foi formulado, incluindo um método, local e horários específicos?”
Confira o vídeo:
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