Índice
- 1 Epidemiologia da insuficiência renal
- 2 Insuficiência renal aguda (IRA)
- 3 Quais as manifestações clínicas da insuficiência renal aguda?
- 4 Insuficiência renal crônica
- 5 Quais as manifestações clínicas da insuficiência renal crônica?
- 6 Como fazer o diagnóstico da insuficiência renal?
- 7 Como é feito o tratamento da insuficiência renal?
- 8 Conheça o Yellowbook perfeito para te ajudar na emergência!
- 9 Referências bibliográficas
- 10 Sugestão de leitura complementar
Insuficiência renal aguda e crônica: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!
A insuficiência renal, também conhecida como doença renal crônica (DRC), é uma condição médica na qual os rins não conseguem desempenhar sua função adequadamente, resultando na incapacidade de filtrar os resíduos e o excesso de líquidos do sangue.
Isso leva ao acúmulo de toxinas no organismo e a distúrbios no equilíbrio de eletrólitos e fluidos.
Epidemiologia da insuficiência renal
A insuficiência renal crônica é uma doença com alta prevalência no Brasil. Estima-se que cerca de 10% da população brasileira possa ter algum grau de doença renal crônica.
No entanto, é importante ressaltar que uma proporção significativa desses casos pode estar subdiagnosticada ou não diagnosticada.
Insuficiência renal aguda (IRA)
A insuficiência renal aguda é caracterizada por uma rápida e abrupta diminuição na função renal, ocorrendo em um curto espaço de tempo, geralmente em questão de horas a alguns dias. Essa condição é frequentemente associada a um declínio significativo na taxa de filtração glomerular (TFG), que é a medida da capacidade dos rins de filtrar o sangue.
As causas da insuficiência renal aguda são variadas e podem incluir:
- Lesão renal aguda: danos aos rins causados por falta de fluxo sanguíneo adequado, toxinas, medicamentos nefrotóxicos ou infecções graves
- Insuficiência circulatória: Baixa pressão arterial, choque ou desidratação que afetam o fluxo sanguíneo para os rins
- Obstrução do trato urinário: Bloqueio que impede o fluxo normal de urina dos rins para a bexiga
- Efeitos adversos de medicamentos: Alguns medicamentos podem prejudicar diretamente a função renal
Quais as manifestações clínicas da insuficiência renal aguda?
A insuficiência renal aguda (IRA) pode se manifestar com uma variedade de sintomas e sinais clínicos, que geralmente ocorrem de forma repentina e podem variar em gravidade.
As manifestações clínicas da IRA podem ser leves, moderadas ou graves, dependendo da causa subjacente, da extensão do dano renal e da capacidade do organismo em compensar a perda da função renal. As manifestações clínicas mais comuns da insuficiência renal aguda são:
- Alterações na diurese: o primeiro sinal clínico da IRA pode ser uma diminuição significativa na produção de urina, conhecida como oligúria. Em casos mais graves, pode ocorrer anúria
- Retenção de líquidos e edema: devido à redução na capacidade dos rins em excretar fluidos, os pacientes com IRA podem desenvolver edema (inchaço) nas pernas, tornozelos e em outras partes do corpo
- Distúrbios eletrolíticos: desequilíbrios nos níveis de eletrólitos no sangue, como hipercalemia (aumento do potássio), hiponatremia (diminuição do sódio) e acidose metabólica.
- Fadiga e fraqueza: ocorre devido acumulação de produtos metabólicos e a retenção de toxinas podem causar fadiga e fraqueza generalizadas nos pacientes.
- Alterações neurológicas: em casos graves, a insuficiência renal aguda pode causar confusão mental, desorientação e até mesmo coma
- Aumento da pressão arterial: Em certos casos, a pressão arterial pode elevar-se devido à retenção de líquidos e desequilíbrio de substâncias reguladoras da pressão
Insuficiência renal crônica
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma condição médica em que os rins perdem gradualmente sua capacidade de funcionar adequadamente durante um longo período de tempo. É uma doença progressiva e irreversível que pode levar a sérias complicações se não for devidamente tratada.
A IRC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo.
Causas de insuficiência renal crônica
Existem várias causas subjacentes que podem levar ao desenvolvimento da insuficiência renal crônica. Algumas das principais causas incluem:
- Diabetes mellitus: é uma das principais causas de IRC. A alta glicemia crônica danifica os pequenos vasos sanguíneos dos rins, prejudicando sua função ao longo do tempo
- Hipertensão arterial: a pressão arterial elevada pode danificar os glomérulos, que são as unidades de filtragem dos rins, levando à insuficiência renal crônica
- Doenças renais inflamatórias: algumas doenças renais inflamatórias, como a glomerulonefrite, podem causar danos progressivos aos rins
- Doença renal policística: uma condição genética em que cistos se formam nos rins, prejudicando gradualmente sua função
- Obstrução do trato urinário: a obstrução prolongada pode causar danos irreversíveis aos rins e levar à insuficiência renal crônica
- Uso prolongado de medicamentos nefrotóxicos: alguns medicamentos podem ser tóxicos aos rins se usados por longos períodos
- Outras condições: como doenças autoimunes, doenças vasculares e doenças metabólicas, também podem contribuir para a IRC.
Quais as manifestações clínicas da insuficiência renal crônica?
A insuficiência renal crônica pode ser assintomática em seus estágios iniciais e muitas vezes os sintomas só aparecem quando a função renal está significativamente comprometida. Alguns sintomas comuns da IRC incluem:
- Fadiga e fraqueza: a acumulação de resíduos metabólicos pode causar fadiga e fraqueza
- Alterações na diurese: pode ocorrer aumento da frequência urinária ou oligúria
- Edema: a retenção de líquidos pode causar inchaço nas pernas, tornozelos ou rosto
- Anemia: a produção reduzida de eritrócitos pode levar à anemia
- Distúrbios eletrolíticos: desequilíbrios nos níveis de eletrólitos, como potássio e sódio
- Náuseas e vômitos: acúmulo de resíduos tóxicos pode causar náuseas e vômitos
- Prurido: acúmulo de toxinas na pele pode levar a coceira
Como fazer o diagnóstico da insuficiência renal?
O diagnóstico da Insuficiência Renal Aguda (IRA) envolve uma avaliação médica cuidadosa, que inclui uma combinação de:
- História clínica detalhada
- Exame físico
- Exames laboratoriais
- Em alguns casos, exames de imagem
História clínica detalhada
Deverão ser feitas perguntas sobre:
- Sintomas do paciente
- Histórico médico pregresso
- Medicamentos em uso
- Condições de saúde pré-existentes
- Cirurgias recentes
- Exposição a toxinas ou medicamentos nefrotóxicos
- Outros fatores que podem estar relacionados à insuficiência renal aguda.
Exame físico
O exame físico pode fornecer informações importantes sobre:
- Estado geral do paciente
- Pressão arterial
- Sinais de retenção de líquidos
- Edema
- Batimentos cardíacos irregulares
- Outros sinais relevantes.
Exames laboratoriais
Devem ser solicitados exames como:
- Creatinina e ureia: os níveis séricos de creatinina e ureia são frequentemente medidos. A creatinina é um produto de resíduos que normalmente é eliminado pelos rins, e seu acúmulo no sangue é um indicador de possível disfunção renal
- Eletrólitos: os níveis de sódio, potássio, cálcio, fósforo e outros eletrólitos são avaliados para verificar o equilíbrio eletrolítico
- Gasometria arterial: pode ser solicitada para avaliar o equilíbrio ácido-base no sangue.
Além disso, a estimativa da taxa de filtração glomerular é essencial para diagnosticar a insuficiência renal aguda e classificá-la em estágios de acordo com sua gravidade.
Exames de Imagem
Em alguns casos, podem ser solicitados exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para avaliar a anatomia dos:
- Rins
- Ureteres
- Bexiga
Exames de Urina
Podem ser solicitados:
- Exame de Urina (urina tipo 1): pode revelar a presença de proteínas, sangue, células e outros elementos que podem ser indicativos de danos nos rins.
- Proteinúria e Albuminúria: exames específicos podem medir a quantidade de proteínas, incluindo a albumina, na urina, ajudando a identificar lesões renais específicas.
Biopsia Renal (em casos selecionados)
Em situações mais complexas ou quando a causa da IRA não é evidente, uma biopsia renal pode ser indicada para obter uma amostra do tecido renal para análise microscópica.
Como é feito o tratamento da insuficiência renal?
O tratamento da insuficiência renal depende do tipo e estágio da doença, além das necessidades e condições específicas de cada paciente.
O objetivo principal do tratamento é retardar a progressão da doença, controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações.
Tratamento conservador
Se a insuficiência renal for causada por condições como diabetes ou hipertensão, o controle rigoroso dessas doenças é essencial para retardar a progressão da insuficiência renal.
Além disso, uma dieta equilibrada e controlada em proteínas, sódio, potássio e fósforo é frequentemente recomendada para evitar o acúmulo de toxinas e prevenir complicações metabólicas.
Medicamentos
É possível prescrever medicamentos para controlar a pressão arterial, reduzir a proteinúria, tratar distúrbios metabólicos e corrigir desequilíbrios eletrolíticos.
Em estágios avançados, podem ser prescritos medicamentos para estimular a produção de eritropoetina.
Terapia de Substituição Renal
A diálise é um procedimento que visa filtrar o sangue de resíduos e excesso de fluidos quando os rins não conseguem mais fazê-lo adequadamente. Existem duas formas principais de diálise:
- Hemodiálise: realizada em uma clínica de diálise
- Diálise peritoneal: realizada em casa
O transplante renal é uma opção para alguns pacientes com insuficiência renal crônica terminal. Um rim saudável de um doador vivo ou falecido é transplantado para o paciente com IRC para substituir a função renal comprometida.
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Referências bibliográficas
- BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. ABC Cardiol, v. 116, n. 3, p. 516-658.
- BRASIL. Cadernos de Atenção Básica: Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica (n° 35). Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 162 p. ISBN 978-85-334-2114-1.
- BRASIL. Diretrizes clínicas para o cuidado ao paciente com doença renal crônica – DRC no sistema. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
- BRASIL. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Imunossupressão em Transplante Renal. Brasília: Ministério da Saúde/Conitec, 2020.