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Medicina do futuro: Conheça 7 tecnologias importantes! | Colunistas

Medicina do futuro: Conheça 7 tecnologias importantes! | Colunistas

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Hoje, meus queridos, vamos brincar de faz-de-conta.

Imaginem um mundo médico ideal onde diagnósticos difíceis são dados na primeira consulta sem espera de dias por resultados de exames complementares, onde os pacientes sabem exatamente a dose, o período e o modo correto de tomar as medicações e onde sequer tenham que se submeter a longos check-ups e furadas de agulha em subsequentes coletas laboratoriais.

Imaginaram? Pois, sim, vos digo que esse faz-de-conta a curtíssimo prazo deve tornar-se real. Pensando nisso, convido vocês a conhecerem junto comigo as 7 importantes tecnologias que farão da Medicina do futuro a ciência mais revolucionária em prevenção de doenças, promoção de saúde e redução de agravos. Vamos lá?

1. A fantástica iKnife

Desenvolvida pelo professor Zoltan Takats do Imperial College de Londres, a iKnife é uma espécie de bisturi com superpoderes. Testada em 3 hospitais entre os anos de 2010 e 2012, a ferramenta possibilita o estudo de tecidos no ambiente intraoperatório, imediatamente informando ao cirurgião sobre as características do órgão operado e se determinado tecido contém ou não células cancerígenas. Com o uso da ferramenta, os tecidos sofrem um processo de queima, o que gera a fumaça que será coletada e analisada na sequência. Se detectado vestígio de célula tumoral, a operação pode seguir daquele momento em diante, realizando a total exérese do tumor e deixando margens livres, o que evita posteriormente uma segunda abordagem ao paciente.

2. Interfaces cérebro máquina e reabilitação neurológica

Devolver o movimento de partes do corpo paralisadas, seja por paralisia muscular, paraplegia ou outra disfunção, é uma das inovações mais esperadas da Medicina. A interface cérebro máquina permite estimular a neuroplasticidade cerebral para, por meio do pensamento, resgatar a função de partes do corpo estáticas em decorrência de doença. Exemplo claro disso foi visto nas Olimpíadas brasileiras, quando o cientista Miguel Nicolelis e sua equipe instalaram eletrodos no dorso de um paciente paraplégico, permitindo que ele desse o pontapé inicial para o começo do grande evento esportivo.

3. Células-tronco e multifuncionalidade

Sabemos que as células-tronco são capazes de se diferenciar em múltiplas unidades funcionais e restaurar a função dos órgãos. Sabemos também que sua produção in vitro exige extenso cuidado e rígidas técnicas para conservação e sobrevivência. Hoje já existem nanofiltros que simulam a funcionalidade do rim e permitem o avanço dos estudos e tratamentos em nefrologia com uso de células tronco.

Outro exemplo recente é o da ginasta Laís Souza, tetraplégica desde 2014 após acidente na neve em treinamento. Lais fez parte de um tratamento com células tronco pelo Miami project do cure paralysis e tem apresentado, desde então, alguma sensibilidade em partes dos pés e pernas, antes inexistente. A promessa é de que no futuro sejam criadas estruturas mais complexas e personalizadas, o que inexoravelmente trará alívio as extensas filas de transplante e ao sofrimento de milhares de pacientes acometidos por doenças crônicas e de cuidado continuo.

4. Dispositivos que auxiliam ingestão de medicamentos

O grande desafio do médico hodierno é, além de prescrever, guiar corretamente o tratamento de seu paciente e o uso das medicações. Obviamente, não estamos ao lado de nossos pacientes 24 horas e, por isso mesmo, investir em tecnologias que auxiliem o uso das medicações em casa é primordial. Essa é a promessa dos dispositivos programados para abrirem conforme o horário de administração e ainda exibirem cores que refletem se o medicamento foi retirado do recipiente ou não. Assim, é mais fácil confirmar se o remédio foi ingerido e analisar o período de tratamento, além de engajar o paciente no cuidado a saúde.

5. Farmacogenômica e a personalização da medicina

Cada ser é diferente em sua totalidade e carrega em seus genes a informação de sua história. Somos, em outras palavras, prontuários ambulantes, personalizados e únicos. Nossas doenças, nossa susceptibilidade a tratamentos e o quanto somos vulneráveis a esse ou aquele patógeno são minúcias que só nosso corpo pode dizer. É disso que trata a farmacogenômica. Os exames e testes farmacogenéticos específicos permitem decifrar nossa individualidade e ainda predizer a dosagem terapêutica dos medicamentos e, com isso, evitar as temidas reações adversas. Bastante difundida em países como os EUA, o grande impedimento de sua propagação em outras localidades se dá pela necessidade de equipamentos para amplificação de marcação de DNA. Globalizar esse tratamento trará benefício indiscutível tanto para doenças agudas quanto para agravos crônicos, reduzindo tempo de tratamento e selecionando as melhores drogas a serem usadas de acordo com a compatibilidade de cada paciente.

6. Sensores subcutâneos para avaliação de parâmetros clínicos

Nada de perder tempo em laboratórios para coleta de exames de sangue, principalmente se você é portador de alguma doença crônica que exige periodicidade na realização de exames. Os sensores subcutâneos (isso mesmo, implantados no subcutâneo) permitem avaliar em tempo real parâmetros sanguíneos como hemograma, eletrólitos e glicemia e enviar as informações para prontuários eletrônicos para posterior acesso médico. Alguns são tão sensíveis que mostram os resultados apenas ao aproximar o smartphone do dispositivo implantado. O grande revés dessa tecnologia ainda é o custo e, portanto, ela não está disponível na rede pública ou conveniada, sendo reservada apenas aos que optam pela compra via importação.

7. Radiologia multifuncional

Uma das áreas mais promissoras da medicina, a radiologia tem avançado em técnica e em rapidez. Estudos recentes buscam a criação de um aparelho capaz de mapear o corpo humano em um check-up detalhado, visando a descoberta de anormalidades radiológicas, mensuração de biomarcadores, detecção de células cancerígenas e análise até mesmo dos sintomas do paciente. Esse tipo de exame all inclusive permitirá o diagnóstico rápido de diversas patologias já na primeira consulta, sem necessidade de longas esperas por resultado ou de investigação por etapas. E nós bem sabemos: quanto antes se descobre, melhor se trata a doença.

A tecnologia tem cada vez mais permitido que a nossa medicina milenar se renove e se torne compatível com os anseios do mundo moderno: viver mais, viver melhor, viver com qualidade. Buscar na ciência o apoio para tais objetivos é mandatório, visto que só através do estudo exaustivo e dos inúmeros testes realizados ao longo dos anos de descobertas chegaremos ao destino final que é servir a vida e dela cuidar da melhor forma possível. E lembrem-se: sempre dá para ir mais longe e fazer mais. A incansável busca por renovação é o que torna a Medicina perene em todo e qualquer tempo, sob a mais alta tecnologia ou o cuidado elementar. Devemos, sobretudo, cuidar.

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