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As glândulas adrenais ou suprarrenais são duas glândulas endócrinas situadas crânio-medialmente aos rins. Elas respondem ao stress por meio da síntese e liberação de corticosteróides, como o cortisol, e de catecolaminas, como a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina.
Esses hormônios produzidos nas adrenais desempenham importante papel na regulação da resposta adaptativa do organismo ao estresse, na manutenção do equilíbrio da água corporal, do sódio e do potássio, bem como no controle da pressão arterial.
Anatomia das glâdulas adrenais
As adrenais são duas glândulas pequenas, localizadas acima dos rins (esquerdo e direito) que medem apenas 5 cm cada uma delas. São constituídas pelo córtex, originadas do tecido mesodérmico, e medula, originada de uma subpopulação de células da crista neural.
O suprimento sanguíneo para essas glândulas provem das artérias suprarrenais superior, média e inferior.
A medula da adrenal pode ser considerada um gânglio do sistema nervoso simpático, que, em resposta à estimulação dos neurônios simpáticos pré-ganglionares e à liberação de acetilcolina, estimula a produção e a liberação de catecolaminas.
Histologia das adrenais
A medula adrenal é a região central da glândula e secreta os hormônios chamados de catecolaminas: adrenalina, noradrenalina e a dopamina. Já o córtex adrenal é subdividido em 3 zonas, cada uma com características anatômicas específicas.
A zona glomerulosa, mais externa, contém um retículo endoplasmático liso em quantidade abundante e secreta um hormônio mineralocorticóide conhecido como aldosterona.
A zona fasciculada vem logo a seguir, possui quantidades abundantes de gotículas lipídicas e produz o glicocorticóide cortisol. E, por fim, a zona reticular, que desenvolve-se na vida pós-natal, produz os esteróides androgênicos, além de glicocorticóides.
Os hormônios das adrenais
Catecolaminas
As catecolaminas são hormônios derivados de um aminoácido, sendo sintetizadas a partir do aminoácido tirosina. A liberação representa uma resposta direta à estimulação nervosa simpática da medula suprarrenal.
A liberação das catecolaminas são fundamentais na resposta de estresse a uma agressão física ou psicológica, como perda grave de sangue, diminuição do nível de glicemia, lesão traumática, intervenção traumática, cirúrgica ou experiência desagradável.
Seus efeitos fisiológicos consistem em alerta, dilatação das pupilas, piloereção, sudorese, dilatação brônquica, taquicardia, inibição da atividade do músculo liso e constrição dos esfincteres no trato gastrintestinal.
Glicocorticóides
O principal glicocorticóide é o cortisol. A síntese dos glicocorticóides é estimulada pelo ACTH ( hormônio adrenocorticotrópico) hipofisário, que se encontra regulado pelo CRH hipotalâmico, estando relacionados por retro alimentação negativa com glicocorticóide.
O cortisol tem efeito antiinflamatório e antialérgico, causando a redução da hiperemia, da resposta celular, da migração de neutrófilos e macrófagos ao lugar da inflamação, da exudação, da formação de fibroblastos e da liberação de histamina. Possuem importante resposta às situações de estresse.
Os glicocorticóides têm efeito metabólico sobre os glicídios, lipídios e proteínas. O efeito primário sobre os glicídios é o aumento da gliconeogênese e da síntese de glicogênio. Em relação às proteínas, há aumento do catabolismo protéico, levando a um aumento no nitrogênio urinário. No metabolismo dos lipídeos o cortisol estimula a lipólise, facilitando a ação dos hormônios ativadores da lipase, como o glucagon, a adrenalina e o GH.
Androgênios
São produzidos na zona reticular e é controlada pelo ACTH atrvés do eixo hipófise-hipotálamo. São representados pela dehidroepiandrosterona (DHEA) e a androstenediona, os estrógenos e a progesterona.
Os androgênios são convertidos em androstenediona e a seguir em androgênios ou estrogênios potentes nos tecidos periféricos. A testosterona é formada pela redução do grupamento C-17- ceto da androstenediona. Os estrogênios são formados a partir dos androgênios pela perda da metila C-19 e a formação de um anel aromático.
Os conhecimentos atuais indicam que a presença de baixos níveis de de DHEA está associada à doença cardiovascular nos homens e ao risco aumentado de cânceres de mama e de ovário em mulheres na pré-menopausa. Por outro lado, os níveis elevados de DHEA podem aumentar o risco de câncer de mama após a menopausa.
Mineralocorticóides
A aldosterona age na regulação da homeostase dos eletrólitos no líquido extracelular, principalmente sódio (Na) e potássio (K). São reguladas predominantemente pela angiotensina II e pelo K+ extracelular, bem como em menor grau, pelo ACTH.
O principal estímulo fisiológico para a liberação de aldosterona consiste em uma redução do volume sanguíneo intravascular. Quando secretada, a aldosterona é responsável aumentar a síntese dos canais de sódio na membrana apical, a síntese e a atividade da ATPase na membrana basolateral e o aumento da reabsorção de sódio leva a um aumento da reabsorção de água.
Doenças da glândula adrenal
Diversas doenças podem acometer as adrenais. Algumas dessas doenças produzem excessos de hormônios e podem ser muito graves, mas felizmente raras, como a síndrome de Cushing (níveis elevados de cortisol), o feocromocitoma (níveis elevados de catecolaminas) e o aldosteronoma (níveis elevados de aldosterona).
Todas estas doenças podem ter diferentes sinais e sintomas, como pressão arterial elevada, taquicardia, obesidade, cansaço, fraqueza, entre outros. O diagnóstico deve ser estabelecido pelo médico especialista e o tratamento adequado implementado conforme cada caso.
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Referências:
- MOLINA, Patricia E. Fisiologia endócrina. 4. ed. São Paulo: AMGH, 2014.
- UFRGS. Hormônios da glândula adrenal.