Hematologia

Resumo sobre linfócitos (completo) – Sanarflix

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Resumo sobre linfócitos (completo): da definição ao tratamento, passando pela epidemiologia, diagnóstico e quadro clínico. Confira!

Definição

Os linfócitos são células responsáveis pela defesa imunológica do organismo. Elas reconhecem antígenos existentes em diferentes agentes infecciosos, combatendo-os por meio de produção de imunoglobulinas e resposta citotóxica mediada por células.  

Os linfócitos constituem uma família de células esféricas, com diâmetro variável entre 6 e 8 µ.m, com essas dimensões, são conhecidos como linfócitos pequenos.

No sangue circulante ocorre ainda uma pequena porcentagem de linfócitos maiores. que podem alcançar 18 µm de diâmetro.  O citoplasma do linfócito é muito escasso, aparecendo nos esfregaços como um anel delgado em volta do núcleo que toma quase toda a célula.  

Linfócitos - Junqueira & Carneiro. Histologia básica, 2013.

A faixa normal para a contagem de leucócitos em adultos é de 4.400 a 11.000 células / microL na maioria dos laboratórios clínicos. Os linfócitos geralmente constituem de 8 a 33% dos leucócitos no sangue periférico.

O aumento do número de linfócitos no sangue denomina-se linfocitose e frequentemente está associado a infecções virais. A linfocitose refere-se a um aumento de linfócitos do sangue periférico, que para adultos corresponde a> 4000 linfócitos / microL na maioria dos laboratórios clínicos. Nesses casos, há um aumento de linfócitos com diâmetro maior e cromatina menos condensada. Na leucemia linfoide crônica há linfocitose, mas estas células são pequenas e se rompem facilmente na confecção do esfregaço sanguíneo, gerando um aspecto”borrado”.

O número reduzido de linfócitos denomina-se linfopenia ou linfocitopenia e geralmente está associado a terapia farmacológica prolongada ou imunodeficiência.  A linfocitopenia refere-se a uma diminuição dos linfócitos do sangue periférico, que geralmente corresponde a <1000 linfócitos / microL em adultos. 

Causas de linfocitose    

A linfocitose pode ser policlonal (reativa) ou clonal (maligna). A linfocitose reativa pode ser decorrente de causas infecciosas ou não infecciosas, como alergias e situações de estresse.

As causas infecciosas específicas de linfocitose reativa variam dependendo das características demográficas da população. Como exemplos, a incidência de certas infecções varia com base na geografia, e a mononucleose infecciosa é mais comum em adultos jovens. Outras infecções podem causar linfocitose, como HIV, HTLV-1, citomegalovírus, caxumba, gripe, hepatite, adenovírus e vírus Coxsackie. 

Coqueluche (tosse convulsa) é uma infecção respiratória causada pela infecção por Bordetella pertussis . Ao contrário da maioria das outras infecções bacterianas agudas, a coqueluche comumente causa linfocitose. A reação de hipersensibilidade a medicamentos com eosinofilia e sintomas sistêmicos tem a presença de linfocitose em 30 a 70% dos caso. 

As causas clonais de linfocitose incluem causas pré-malignas, como linfocitose B monoclonal, e várias doenças malignas linfóides, como linfomas,  leucemia de linfócitos granulares grandes e leucemia linfocítica crônica. 

Causas de linfopenia 

Os exemplos incluem infecções virais, como vírus da imunodeficiência humana (HIV), influenza, coronavírus (por exemplo, SARS, SARS-CoV-2), hepatite, sarampo. Pode ser causada também por ; infecções bacterianas, micobacterianas, fúngicas e parasitárias. 

Outras causas não infecciosas incluem desnutrição protéico-energética, doenças sistêmicas, distúrbios de imunodeficiência congênita, como imunodeficiência comum variável e quimioterapia ou terapia imunossupressora, incluindo glucocorticóides.

Manejo do paciente com alteração nos linfócitos     

Linfocitose: A maioria dos casos será de etiologia infecciosa viral e o quadro clínico irá direcionar o tratamento para o agente etiológico mais provável. No entanto, na avaliação inicial é extremamente importante descartar causas clonais de linfocitose.

O hemograma completo anormal e a contagem diferencial devem ser repetidos para excluir erro laboratorial, com a urgência do reteste informada pelo estado clínico, achados preocupantes na microscopia ou valores acentuadamente elevados (por exemplo, > 30.000 células / microL) sem um diagnóstico conhecido. 

As causas clonais não podem ser determinadas pela avaliação laboratorial inicial. Em geral, a citometria de fluxo do sangue periférico é o teste inicial preferido para determinar a clonalidade no paciente com linfocitose. A citometria de fluxo no ambiente de urgência deve ser realizada em caso de suspeita de leucemia aguda (por exemplo, linfoblastos no esfregaço de sangue) ou linfocitose> 30.000 células / microL sem um diagnóstico conhecido. 

Em situações menos urgentes, pode-se repetir o hemograma completo e o diferencial em uma a duas semanas e realizar a citometria de fluxo do sangue periférico para avaliar a clonalidade e o imunofenótipo para os seguintes achados.  

Linfocitopenia: Na história e no exame físico deve-se buscar evidências de infecções virais ou outras infecções recentes, documentar medicamentos e possíveis deficiências nutricionais e distúrbios sistêmicos subjacentes. Quando o diagnóstico subjacente não é óbvio na avaliação inicial e revisão dos medicamentos,pesquisamos a presença de HIV e realiza-se a contagem das subpopulações de linfócitos (por exemplo, contagem de CD4) e os níveis de imunoglobulina.

O  tratamento da linfocitopenia depende da condição subjacente responsável. No entanto,  geralmente não realizado intervenção em pacientes com linfocitopenia assintomática sem uma doença associada. Se o paciente tiver uma síndrome de imunodeficiência associada à hipogamaglobulinemia, a terapia de reposição de imunoglobulina pode ser administrada.

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